O Portal Intransponível

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    Yosh saiu do quarto quando a luz já não era tão forte, isso porque o dia já tinha nascido. Ao descer as escadas Yosh pode ver Kato com vários brinquedos espalhados pelo chão e seu pai sentado no sofá assistindo a um noticiário. A luz tinha voltado e Yosh nem tinha percebido.

    Quando acabou de descer os degraus pode ver que sua mãe já preparava o almoço. Yosh pensava em pegar algo para aplacar sua fome, seu estômago estava implorando para ser tocado por algo comestível, mas ele parou quando seu pai aumentou a televisão. O noticiário mostrava imagens do que tinha acontecido na noite anterior.

    “...isso é inacreditável, uma pena. Como pode uma pena deixar o Brasil inteiro sem luz?” Na televisão aparecia uma pena branca, maior que o normal.“...está congelada, vocês não tem noção do quão dura é essa pena...” Yosh viu o repórter levantar a pena que logo depois foi levada para estudos.“...agora como vocês podem ver a pena está sendo levada pelos mesmos cientistas que desembarcaram no rio para estudar o iceberg e a montanha que misteriosamente tomaram conta da cidade...”

    Yosh esperava ver Dr. Hugo na televisão falando sobre o assunto, mas isso não iria acontecer, ele sabia que Dr. Hugo estava em uma escavação longe do Brasil.

    -Olá querido. –Hyoko o cumprimentou. –Você está péssimo. –Ela disse vendo os contêineres alojados abaixo dos olhos do filho. –Mas você parece feliz. O que aconteceu?

    -Nada. –Yosh disse tentando disfarçar a alegria que sentia por ter achado aquela pedra.

    -Que sorrisinho é esse? –Tarcisio perguntou entrando na cozinha. Hoje ele não estava feliz.

    -Nada. –Yosh disse fazendo o máximo para seu sorriso desaparecer. Não estava a fim de ouvir broncas de seu pai. –Eu só estou feliz por que eu tenho aula hoje. –Yosh tentou mentir.

    -Agradeço a Deus todos os dias por você amar tanto a escola, querido. –Hyoko disse feliz.

    Yosh subiu para tomar banho e voltou para almoçar, mas comeu bem depressa, pois não conseguia conter seus risinhos e isso já estava irritando Tarcisio.

    Yosh acabou de almoçar, escovou os dentes e se mandou.

    Tinha chegado à escola mais cedo que o normal. Poucas pessoas estavam na escola. Yosh ficou surpreso ao ver que os três arruaceiros eram uns dos primeiros a chegar à escola. Seria por causa das aulas ou por causa do lanche que era servido na hora da entrada? Sem dúvidas que era a segunda opção.

    Aos poucos os alunos iam chegando. Yosh viu Bruno passar pelo portão carregando um livro de capa vermelha que ele identificou como sendo o livro de Línguas Mortas que sempre estava com ele.

    -Aí está uma pessoa que se acha, não? –Disse Roger apontando para Bruno. – Important? Se acha muito, não é mesmo? Quando é que vai tirar essa blusa?

    Bruno arrumou sua blusa que tinha sido bagunçada por Roger.

    -No dia que você tiver um cérebro, talvez.

    -Não cansa de tentar se sentir important não? –Perguntou Henry bagunçando a blusa que Bruno vestia.

    -Perto de gente como vocês não é muito difícil. –Bruno disse tentando seguir seu caminho.

    Yosh só não entendia porque não faziam nada com Bruno além de ofendê-lo e bagunçar sua blusa. Se fosse outro dizendo aquelas coisas eles já teriam batido. Será que eles tinham medo do Bruno?

    -Deixem-no em paz. –Lucky disse. –Ou vai sobrar para mim.

    Como?

    -Me esqueci que ele conta para a mamãe. –Roger debochou fazendo voz de bebê.

Anelaris - O Encontro dos MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora