Yosh abriu os olhos quando o vento parou de chicotear seu rosto.
Yosh ainda estava na escola, mas não tinha certeza de que aquela era a sua, mesmo sendo muito parecida. As paredes estavam rachadas, e as pessoas tinham desaparecido.
-O que será que aconteceu? –Sabatha perguntou depois de dar a volta pelo que parecia ser o pátio da escola. –O que aconteceu?
Yosh olhou para o portão. Não gostou do que viu. Do lado de fora ele só viu areia. Era como se a Vila Maia tivesse se transformado em um tipo de deserto.
-O que foi que você fez? –Henry disse aparecendo do nada e segurando Yosh pela gola da blusa. –Onde estamos?
Yosh não disse nada. Era exatamente o que ele queria saber.
-Solta. –Dimitri ordenou, e Henry, relutante, obedeceu.
-Onde estamos? –Henry insistiu.
-Eu não sei. –Yosh disse. –Eu não fiz isso.
-Claro que foi. –Britany disse. –Era o seu projeto, não?
-Sim, mas não era para ele fazer isso. –Yosh disse.
-Use-o e nos leve de volta para casa. –Britany entregou o aparelho para Yosh. –O que foi? Ah, enquanto você estava em posição fetal de olhos fechados eu o peguei, quero voltar para casa, mas parece que isso não funciona.
Yosh se viu cercado pelos oito alunos que tinham desaparecido com ele.
-Me dêem um espaço. –Yosh pediu. –Preciso respirar.
Yosh ficou com medo de tocar a pedra roxa. Com muito temor a tocou, e viu que já não tinha o que temer. A pedra não o queimava mais. Essa era a notícia boa, a ruim era que a pedra não funcionava também.
-Não funciona. –Yosh informou aos oito. –Não tem energia.
-E...? –Lucky disse. –E daí?
-E daí que eu não faço a menor idéia do que fazer. –Yosh disse se levantando. –Vou ver se realmente estamos em outro lugar ou sei lá.
-Vai fugir? –Roger perguntou o segurando.
-Para onde? Daqui eu só vejo areia. –Yosh fez força e se soltou da mão de Roger.
Yosh viu que Roger o fitou com ódio. Talvez estivesse achando que o “respeito” que todos tinham por ele tinha acabado depois de ter apanhado de Dimitri. Seria como um tipo de Revolta Nerd.
Yosh chegou ao portão acompanhado por Dimitri e Sabatha.
-Se eu não pudesse sentir todo esse calor diria que estava sonhando. –Sabatha disse. –Olhe para toda essa areia.
-É a coisa mais estranha que já vi. –Yosh disse. –Eu não gosto desse lugar.
Não tinha como gostar. Para todos os lados que olhava só via areia.
-Olhem aquilo. –Dimitri apontou para trás da escola.
Bem ao longe Yosh pode ver os pés de uma estátua, e bem ao lado dos pés viu o rosto. Lá estava o Cristo Redentor todo despedaçado.
-Ainda estamos no Rio. –Yosh disse. –É uma boa notícia.
-No Rio sim, mas, onde? –Sabatha disse. –Não há toda essa areia. E o Cristo não devia estar perto da nossa escola. Estamos no interior, e o Cristo fica na capital do Rio de Janeiro.
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Anelaris - O Encontro dos Mundos
FantasyLivro I O fim do mundo como conhecemos começa quando nove crianças têm o mesmo sonho na mesma noite. Isso seria razoavelmente normal se não fossem os acontecimentos que sucedem esse estranho sonho: catástrofes e ataques. Depois de uma viagem inesper...