O Ataque

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    Dimitri e Sabatha estavam esperando-o na frente da escola, foi onde marcaram.

    Yosh se lembrava do dia em que os dois começaram a namorar, a neve caia –já não atraia tanto a atenção dos moradores do bairro –e o sol brilhava. Yosh se lembrava que tinha sido um dia de muito calor.

   Dimitri cheio de confiança caminhou até Sabatha. Os dois conversaram por mais ou menos meia hora e se beijaram. Yosh ficou confuso. O que ele tinha falado? Ele queria saber usar isso. Será que funcionaria com Britany?

    Dimitri já não estava muito para baixo pelo fato de ter matado um gato. Tinha feito uma promessa de que jamais usaria aquilo novamente e quis que Yosh fosse sua testemunha.

    O namoro do Dimitri com Sabatha só parecia incomodar uma pessoa: Roger. Yosh nunca tinha sentido que Roger gostava de Sabatha. Só viu isso quando Sabatha e Dimitri passaram abraçados na frente dele.

    Yosh viu o rosto de Roger ficar vermelho, se ele pudesse teria pulado sobre Dimitri, mas foi impedido por seus amigos.

    Yosh que antes achava Sabatha esquisita, e tinha até medo dela, viu que ela não era um monstro. Só era na dela.

    -Não acredito que você tinha medo de mim. –Sabatha disse depois de que Yosh confidenciou o sentimento intrínseco.

    -Não era bem medo... –Yosh disse não querendo parecer um idiota, mas Sabatha olhou-o, cética. –Certo, eu tinha medo. –Confessou.

    O casal o aguardava parado ao lado do poste da escola, Sabatha e Dimitri pareciam ser uma única pessoa. Ambos com roupas pretas e apenas alguns acessórios roxos ou vermelhos.

    Yosh não tinha percebido, mas já estava começando a se vestir como eles. Estava dando preferência para as peças pre¬tas do seu guarda-roupa. No encontro do dia no Power Café apenas a blusa era preta.

    -Achei que não fosse vir. –Disse Sabatha sem esconder a felicidade pela presença de Yosh. –Não ficou com medo das ameaças do chupa-cabras? –Sabatha gargalhou. Ela não acreditava nem um pouco nisso.

    -Não. –Yosh disse retribuindo o sorriso, embora sou¬besse que o animal, que ele não sabia o que era, mas todos estavam chamando de chupa-cabras, existia.

    Dimitri os acompanhou no momento de descontração e riu também, mas ele não conseguiu disfarçar a dor que o consumia quando o tal animal era mencionado.

    Yosh sabia que aquilo o machucava, então mudou de assunto.

    -Então, Power Café? –Disse meio que forçando uma risada. –Achei que não fosse a cara de vocês.

    -Bem, aqui não tem muita coisa. –Disse Dimitri. –E a passagem para Volta Redonda é um absurdo. O centro de Barra não é melhor que a Vila Maia, sem contar que tudo lá deve estar fechado, então o que nos resta? Power Café.

    Os três riram.

    -E você parece estar a fim de guardar o dia para sempre. –Disse Sabatha. –trouxe até câmera.

Yosh tinha até se esquecido de sua câmera que estava pendurada como um cordão em seu pescoço.

    Yosh riu e a colocou no bolso da calça.

    -Estou parecendo turista. –Yosh disse apertando o passo para acompanhá-los.

    Yosh, Dimitri e Sabatha subiram a ladeira que levava ao Power Café. O lugar estava cheio. Fora do normal, mais cheio do que no dia em que o velho maluco segurara Yosh pelo braço.

Anelaris - O Encontro dos MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora