Além da Realidade

Capítulo 10 - A Perda

- Estão todos bem? - pergunta o Epáfra.

- Sim.- responderam todos menos a Eronildes que tinha desmaiado com uma pancada no vidro do carro.

- Temos que sair daqui logo.- Fala o Luclénio.

Os sombras provavelmente estão pensando que estamos mortos. Mas, antes mesmo de abrirmos as portas para assim sairmos , os sombras atiraram novamente para terem a certeza que estávamos mortos. Atingiram-me  na perna direita que já tivera sofrido uma lesão.

- Aiii, isso dói.- gritei muito alto.
- Calma soldado.-  Diz o Luclénio abrindo a porta de trás para podermos sair.- Peter trás a Eronildes.
O Peter pegou na Eronildes que tinha desmaiado e saiu com ela, depois de sairmos todos do carro nadamos até uma pequena praia onde encontramos um Trailer abandonado.

- Entrem todos aí. - O Epáfra faz o convite abrindo a porta pra todos entrarem.- Cuidado com a Eronildes.

- Pousa ela aí em cima da cama, eu faço a respiração boca-boca.- Tento aproveitar a situação para provar os lábios da minha amada.
- Você tem pouca experiência soldado, acho melhor eu fazer.- Repeli-me o Luclénio.

Quando é posta a Eronildes na  cama o Luclénio começa fazendo a respiração boca-boca,  mas isso não resultava, ele tentava, tentava e tentava mas a Eronildes continuava na mesma. Todos ficaram preocupados pensando que ela tinha morrido. O Peter pressionava as mãos no abdómen dela tentando tirar toda a água que tinha engolido enquanto saíam do mar, mas nada parecia resultar. Achamos que o tempo dela tinha terminado.

- Perdemos ela.- O Luclénio ganhou coragem e falou o que ninguém queria ouvir.
- Eu sei.- Gritou o Epáfra.- Achas que eu sou cego?

Todos ficaram em silêncio,  tentando entender o que tinha acontecido. Parecía até um sonho, mas na verdade era mesmo um sonho, quer dizer o meu sonho.

- Temos que sair daqui.- Fala o Peter.

- Vamos, não sabemos quem vive aqui.- Diz o Luclénio levantando-se. 

- Pelas coisas que estão aqui, acho que isso foi abandonado a bastante tempo. Então,  por quê que não usamos isso como nossa base visto que fomos invadidos?

- É  uma boa ideia.- Concorda o Epáfra.

No mesmo dia, enterramos a Eronildes. Foi a coisa mais difícil que eu já presenciei. Eu gostava dela e acho que ela sentia o mesmo por mim.

Aproveitei o momento para perguntar o que estava acontecendo. Eles me disseram:

- Os sombras são os nossos inimigos desde os tempos passados e eles querem o que nós guardamos desde a muito tempo para o benefício próprio. Se eles encontrarem podem ter o controle de todos os sonhos e causar o caos na humanidade.

- E qual é essa coisa que vocês guardam desde os tempos passados?- Pergunto entusiasmado.

- É  o... Detector de Mentiras.

- O... Oque?- Fico perplexo.- O mesmo Detector de Mentiras que vocês me entregaram?

- Sim aquele mesmo, guardaste-o bem, certo? - Pergunta o Epáfra.

- Si... Si... Na verdade, os sombras aparecerem e levaran-na.

- O... Oque?- O Epáfra ficou arrasado andando de um lado para o outro.

- Por quê que deram a mim sabendo que é muito valioso?

- Porque pensamos que estaria mais seguro no mundo conciente, mas estávamos completamente errados.- Responde o Luclénio.