Nesses últimos dias, sinto-me desconfiado, talvez porque Ayira está sem apetite, e seu pai as vezes conversa comigo sobre a filha, mostra as fotos dela quando pequenininha.
- Stephen, perdoe-me se eu errar alguma palavra, meu inglês é péssimo. - Disse Daniel amistosamente. - Ayira é uma mulher que as vezes deixa as outras pessoas pisarem nela sem ela perceber. Digamos que ela sempre foi uma pessoa que nunca quis ajuda. - Enquanto fala, Daniel bate o pe freneticamente. - Eu não sou a pessoa mais aplicável a perguntar o que se passa naquela cabeça dela. E você é o marido dela, deveria perguntar o que se passa.
Escuto aquilo e sorrio.
- Tentarei conversar com Ayira. - Digo tentando acalma-lo. Levanto da cadeira e subo as escadas para chegar no quarto, vejo que a cama esta vazia e não há sinal de minha garota. - Ayira? - pergunto não transparecendo preocupação. Mas o que consigo escutar é um silencio, e mais uma vez pergunto por ela. - Ayira, querida? - Ando para a varanda e nada. E corro para o banheiro quase que desesperado faltando o ar nos pulmões. E a vejo sentada no chão, sem humor, fitando o vazio. - Ayira, estas me escutando?
- Um pouco. - Disse engolindo em seco tentando desfaçar algo. - Desculpe, estou um tanto cansada.
- Por quê? O que houve? - Digo, porem o que consigo extrair daquele rosto são lagrimas. - Ah querida, diga-me.
- E-eu não quero que você desista de ser o mago supremo por mim, eu escutei Stark conversar com você sobre Wong. Ele esta mau Stephen. - Ayira soluça e mais lagrimas caem sob suas bochechas.
- Ayira, fique tranquila, eu estou amando essa vida com você, alias, temos que ficar escondidos por um tempo ate acharmos uma solução para que eles... eles - Só de pensar que eu poderia perde-la, não consigo prosseguir com a frase.
- Eu sou forte, lembra? Wong uma vez falou para mim que mesmo eu morrendo, minha alma vagaria pela terra ate encontrar uma nova reencarnação... já que recuperei minha memoria...
- Mas eu quero você assim, não quero esperar você completar dezoito anos para podermos nos amar... e mesmo porque eu teria sessenta anos... você iria me querer com essas idade... duvido...
- Ah Steph... - suspira me olhando com seus olhos castanhos que amo. De repente ela vira-se para o vaso sanitário vomitando. - Eu acho que aquela feijoada me fez mau... - Disse fazendo uma careta, sorrio de inicio, mas me vem uma ideia na cabeça e sinto meu rosto perder a cor.
- Querida... quando foi sua ultima... menstruaçao?
Seu olhar de inicio é de duvida, porem ela fica pálida e bate a mão da cabeça.
- Eu não sei... - O pavor da sua voz me fez sentir uma dor no peito.
- Okay, vamos relaxar. - Seguro sua mão e a levanto para irmos a cama. - Onde fica a farmácia mais próxima?
- Ahn...- Ela parece perdida e não lembra isso a deixa mais desesperada.
- Não, tudo bem, eu acho. Já já eu volto. - E a beijo a testa. Mal desco as escadas e já paro de frente com pessoas que nunca vi na minha vida.
- Stephen essas são amigas de Ayira, estudam com elas na universidade. - Daniel me apresenta as meninas que pareciam em choque ao me ver. okay, isso é ruim... ou não...
- Prazer, Stephen. - Cumprimento-as e elas ainda me olham como se vissem um fantasma.
- Eu sou Isabela. - A menina loira apertada minha mao e sorrir ficando corada.
- Eu me chamo Maria Eduarda. - Essa garota e um pouco mais... adulta? sim, ela parece muito com Ayira, tirando o fato de ser mais alta. E por ultimo uma menina com descendência afro sorrir carismaticamente, e muda sua expressão para interrogativa. Dizendo seu nome, Ana. Consigo escutar seus pensamentos.
- Está de saída Stephen? - Indaga simpaticamente.
- Sim, é que preciso ir... - Onde? Eu não posso dizer que preciso ir na farmácia... - na padaria... e depois comprar... meu... antialérgico. - Sorrio.
- Ah claro... então, você sabe como...
- Sim, sim. Até já. - Digo a pressas e corro uns quarteirões e encontro a padaria e a farmácia ao lado. É por isso que amo esse lugar, tudo perto. Entro na padaria e tento falar umas palavras em português e consigo comprar pao de queijo, depois fui a farmácia e peco teste de gravidez. Eu tive que pesquisar no google como se falava corretamente e no fim deu tudo certo. Chego na casa do sogro e logo estou no quarto. Encontro as garotas... que legal...
- Stephen você já deve conhece-las, não? - Ayira anima-se e fico aliviado de sentir sua alegria de volta.
- Sim querida. - Falo em português com um sotaque terrível.
- Espera, vocês... são... namorados? - A garota loira pergunta ficando vermelha.
- Não, somos marido e esposa. Somos casados, Isabela. - Falo lembrando de seu nome. As três ficaram uma eternidade e enfim ficamos a sos. Ayira foi ao banheiro fazer o teste, juro, meu coração bate mais forte que o normal. Nossa, o que vou fazer?
Longos minutos tornaram-se eternidade. Eu estou em tempo de chutar a porta, mas isso a faria ter um susto e perder o feto, bom... isso seria péssimo, então fico andando de um lado para o outro. A porta do banheiro é aberta e vejo os olhos de Ayira encherem-se de agua. Oh my god.
- O que deu? - Corro e puxo o teste de suas mãos. "Positivo" Meus olhos instantaneamente ficam marejados e caio no chão sorrindo que nem bobo. Eu vou ser pai. E me dou conta que Ayira esta mais perdida que eu. - Ayira, olha para mim. - Vou ao seu encontro. - Você não quer? - Pergunto tentando ver o que ela sente.
- Não é isso. - Disse.
- E o que è então? - Falo quase com um no na garganta.
- Stephen, essa criança... esse bebe vai ser o mais procurado... não quero o perder. - E mais uma vez minha ficha caia. Se ela é procurada por ser ela própria, imagina carregando o nosso filho. Sou surpreendido com lagrimas.
- Hey, olhe para mim, vamos cuidar muito bem dessa criança, nem que eu doa a minha vida... entendeu? Nosso filho vai ficar bem. - Eu sinto uma vontade de chorar, mas a seguro, isso a deixaria muito aflita e me contenho lhe abraçando.
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Doctor Strange e a aprendiz - 02
FanfictionEssa obra é a continuação de Doctor Strange e a aprendiz - 01. Quando conhece Ayira, sua aprendiz, o passado da garota o fascina e o deixa mais apaixonado. Quando decide tomar outro rumo em sua vida, ele é agraciado com um novo dom.