As Medidas

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* * * Santuário de Atena – Arredores de Atenas, Grécia * * *




Casa do Grande Mestre, Escritório




Em uma sala menor, que tinha uma mesa de escritório e três cadeiras, foi improvisada uma espécie de trocador para que um a um pudesse entrar, sem armadura, e tirar suas medidas para as novas roupas. Nesta etapa, ficamos na sala apenas Afrodite, para anotar as medidas sentado atrás da mesa, e eu para tirá-las. Eu já segurava a fita métrica, ficando de frente para o Afrodite!


(Afrodite) – Atena, você sabe as partes do corpo masculino que mediremos, certo? Tem certeza que quer fazer isso?

(Atena) – Não acho que seja um mistério tirar as medidas de um corpo masculino, Afrodite!

(Afrodite) – Não, não é – sorriu balançando a cabeça – só acho que pode não estar preparada para isso.

(Atena) – Por quê?

(Afrodite) – Tecnicamente, eles ficarão só de calças para podermos tirar as medidas.

(Atena) – Bobagem, não se preocupe, já vi um homem seminu antes, não será nenhuma novidade!

(Afrodite) – Tudo bem, então! Se mudar de ideia me avise! – disse, ainda sorrindo.

O primeiro a entrar pela porta foi o cavaleiro Mu de Áries, sem armadura e vestindo apenas a calça verde-escura e a blusa amarelo-clara. O cavaleiro de 1,82m entrou e sua fragrância de lírios veio direto na minha direção.

(Afrodite) – Mu, tiraremos as suas medidas, poderia ficar sem a blusa?

E lá se foi a camisa, deslizando pela cabeça e bagunçando o lindo cabelo lilás, que depois ele arrumou passando os dedos nas mechas.

(Afrodite) – Tiraremos as suas medidas do tórax, cintura, quadril, braço, pescoço, pernas, costas, punho e gancho.

Estava relembrando o quanto Mu era lindo, então os dois olharam para mim, Afrodite sorrindo e Mu me dando um meio sorriso.

(Afrodite) – Quando quiser, Atena...

Indo na direção de Mu e sorrindo, respondi:

(Atena) – Agora mesmo...

Me aproximando dele, olhei nos seus olhos verde-escuros e disse:

(Atena) – Com licença, Mu.

Ainda com seu meio sorriso, me respondeu:

(Mu) – Fique à vontade, Atena.

Depois coloquei a fita em seu pescoço para tirar as medidas, ficando perto demais! Tentando me concentrar apenas na minha função, estava me esforçando para ignorar os olhos verdes, a boca, o cheiro... Como consigo me concentrar com tudo isso, bem pertinho de mim?

Eu tentava bancar a profissional e estava sendo um fiasco! Tinha que ser logo o Mu o primeiro? Falando baixinho só para ele ouvir, eu disse:

(Atena) – Está difícil me concentrar em outra coisa que não seja você, Mu!

Ganhando um sorriso, ele me disse baixinho:

(Mu) – Me desculpe, Atena.

Respirei fundo, o que não ajudou em nada porque senti a fragrância de lírios me invadir. Mas eu conseguiria! Tirando a medida do pescoço passei as numerações que eu via para Afrodite.

(Afrodite) – Ótimo, agora o tórax, por favor.

Contornando onde o tronco era mais largo, passei a fita e informei as medidas para Afrodite. Tirei a da cintura, dos braços, das costas, punho, pernas. Ficar perto do Mu era fácil, era familiar, meu corpo já o conhecia e ficava totalmente à vontade com ele.

(Afrodite) – Ótimo, o quadril agora, por favor!

Certo... Me inclinei e passei a fita de trás para frente, e tirei as medidas para o Afrodite!

(Afrodite) – Para finalizar, agora preciso da medida do gancho – olhou para mim sorrindo.

(Atena) – E o que é o gancho?

(Afrodite) – Atena, para tirar a medida do gancho, preciso que você meça da cintura na frente passando a fita entre as pernas até a cintura nas costas, sem forçar a fita métrica, é claro, não queremos machucar o Mu, não é?

Ceeerto, o gancho! Me virando para Mu, sorri, peguei a fita e fui medir o gancho e passei as medidas para Afrodite.

(Afrodite) – Ótimo! Terminamos, Mu. Muito obrigado, pode se vestir.

Falando baixinho para Mu, falei:

(Atena) – Eu disse que ia abolir essa sua armadura, não foi?

(Mu) – Sim, você disse, Atena – me respondeu sorrindo.

Vestindo sua blusa novamente, saiu pela porta da sala, levando sua maravilhosa fragrância. Cruzando os braços, me virei para Afrodite:

(Atena) – Eu te disse que ia conseguir!

(Afrodite) – Você é mesmo durona, Atena! Não pensei que conseguiria! Então, vamos continuar.

Entrando pela porta, apareceu o cavaleiro mais alto dos doze, que com seus 2,10m quase não passou pela porta!

(Afrodite) – Aldebaran, tiraremos as suas medidas, poderia ficar sem a blusa?

Cruzando seus braços, em sua posição preferida, disse:

(Aldebaran) – Não posso! Atena está aqui, isso seria desrespeitoso com ela!

(Afrodite) – Aldebaran, se não for Atena a tirar as medidas, terei que chamar o Máscara da Morte para fazer o trabalho. O que prefere?

(Atena) – Aldebaran, garanto que não é nenhum desrespeito, afinal EU que estou precisando das suas medidas, quero fazer roupas novas para cada um de vocês! Prometo não me sentir desrespeitada, ok?

(Aldebaran) – Tudo bem, mas só porque não quero desobedecê-la e o Máscara da Morte não é uma opção!

(Afrodite) – Ótima escolha! Vamos começar.

Tirando sua blusa, voltou a manter sua posição de braços fechados.

(Atena) – Pode se abaixar, por favor, preciso medir seu pescoço, está bem?

(Aldebaran) – Claro que sim, Atena!

Então tirei todas as suas medidas, inclusive esse tal de gancho, que foi uma novela!

(Atena) – Faremos o seguinte, então, assim como você me ajudou a medir os quadris, você segura a fita e eu apenas vejo a medida, está bem?

(Aldebaran) – Tudo bem!

Passei a numeração do gancho para Afrodite.

(Afrodite) – Ótimo! Terminamos Aldebaran, muito obrigado, pode se vestir.

Vestindo sua blusa, Aldebaran se retirou da sala.

Afrodite, ainda anotando alguma coisa no caderno, me disse:

(Afrodite) – Ele é assim mesmo, muito tímido, só tem tamanho!

O Cálice do Desejo e a Trindade Dourada - 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora