❤ Capítulo 11

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A mulher parada à minha frente está de boca aberta, encarando descaradamente Gabriel e eu

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A mulher parada à minha frente está de boca aberta, encarando descaradamente Gabriel e eu. Na verdade, parece um pouco assustada com nosso tamanho. Devemos ser, no mínimo, uns 40 centímetros mais altos que ela. É bem baixinha, cabelos roxos na altura do ombro, magra. Bonita, no entanto, não faz muito meu tipo.

Sou mais a morena brava do outro lado, de pernas torneadas, que está bufando.

Sorrio, achando graça da cara dela por eu ter comprovado minha tese na primeira oportunidade. Se fosse possível, tenho certeza que mataria a amiga na nossa frente.

— Está tudo bem por aqui? — A garota pigarreia e aparenta sair do transe.

— Estaria melhor se você não tivesse inflado mais o ego do rapaz ali, Ane. — O desdém no seu tom é claro, enquanto aponta na minha direção.

A tal de Ane cora e fica perdida, sem saber o que falar ou fazer.

Ao invés de me ofender, meus lábios se ampliam. Verônica fica linda irritada: o rosto vermelho, as sobrancelhas juntas, a boca em linha fina. O desafio de provar que nem ela está imune ao meu charme me excita demais.

Talvez porque nunca tive que me esforçar antes com nenhuma mulher.

A vontade é muito maior agora do que no dia que a vi pela primeira vez. Aliás, sorte que não tinha ninguém por perto para presenciar o papel de idiota que fiz flertando com ela.

Em minha defesa, não parece que a estressadinha é cega. Seus olhos se movimentam bastante, suas passadas são firmes.

Estou admirado em como Verônica é independente e observadora. Segundos atrás estava apontando exatamente na minha direção, mesmo não enxergando nossa posição. Ela se direciona pelos outros sentidos. Aquele dia, no vestiário, saiu andando como se não houvesse obstáculos próximos.

A mulher exala confiança em si, e eu respeito muito isso.

Não foi minha intenção parecer preconceituoso quando, enfim, percebi que ela é deficiente visual. Saiu mais como uma divagação em voz alta. Só me dei conta quando foi defender Vitor, dizendo que perdeu a noção do tempo, falando de Harry Potter e super-heróis.

Por um breve segundo, seu olhar ficou perdido sem saber para qual lado dar atenção. Isso e o fato de o cachorro estar com uma coleira diferente, fizeram os pontos se ligarem na minha cabeça.

Só entrei no quesito aparência porque Gabriel começou a rir da minha cara ao contar o episódio do flerte. Não pretendia levar a conversa para esse lado, mas notar que ela não acreditou e ter a chance de provar é uma adrenalina deliciosa.

Confesso que gosto de mostrar que estou certo.

Ela ser cega não mudou em nada meu interesse, pelo contrário.

Exceto pela visita do time de vôlei sentado logo que entrei no Atlético Paulista, nunca conheci nada do paradesporto. Curiosidade me toma de ver toda essa confiança nas piscinas. Ela deve ser uma excelente atleta.

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