SEIS | FERNANDO

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Senti alivio por expressar o que estava entalado na garganta desde o primeiro dia que vi a bela bunda de Maria Clara apertada dentro da comportada saia. Agora eu tinha total poder sobre ela, para desfrutar com todo tesão que eu tinha armazenado. E era bom ela saber logo de cara o que a esperava. Eu não a capturei apenas por vingança, meu desejo falou mais alto. Fosse outra pessoa, um homem talvez, eu moveria céus e terras para que pegasse a pena mais alta possível em um tribunal. Todavia, eu era o promotor, júri e juiz de Maria Clara, eu daria a sentença e para minha sorte, não haveria defesa para ela.

Sorri calmamente saboreando o horror nos olhos dela. Teve algumas noites que eu achei que esse dia nunca chegaria, que eu nunca a encontraria novamente. Estava pálida e boquiaberta, nem piscava, creio que duvidando das minhas palavras.

E como eu já esperava, em um impulso, ela correu.

— Cacete! Isso não adianta, garota. — Resmunguei, limpei o lábio pacientemente e levantei indo para a porta ver a cena.

Ela já corria porta a fora, descera a escadaria e estava prestes a alcançar a extensa grama do jardim.

— Se você se machucar, eu encherei sua bunda de palmadas. — Gritei, como um pai ameaça a filha traquina. Eu deveria ficar furioso com a petulância dela, mas acabei rindo do seu desespero. Os cabelos pretos voando ao vento enquanto ela corria mostrando que tinha um bom condicionamento físico.

Nem precisaria fazer um preparo como foi com Leticia. Já contratei um personal trainer para vir três vezes na semana ajuda-la com os exercícios, entretanto, eu não teria que esperar muito. Maria Clara era forte e aguantaria minha pressão na cama.

— Traga ela. — Ordenei a um dos peões que estava por perto e entrei para o escritório.

Ajeitei os documentos que Franco redigiu, li uma ultima vez para ter certeza de que era o que eu tinha pedido e recostei na cadeira esperando pacientemente, até que ouvi os gritos desaforados e meu lábio curvou-se com a generosa descarga de prazer que tomou meu corpo.

Ela era uma mulher bem difícil. E eu ia adorar treina-la para ser minha.

— Me largue, seu fedorento! — Maria Clara gritava e tentava chutar os dois peões que a trazia. Eles a deixaram dentro do escritório e fecharam a porta assim que saíram.

— Você está ferrado, Fernando! — Ela berrou e bateu as mãos na minha mesa. — Eu vou foder sua vida, seu desgraçado. Vou chamar a polícia.

— Para de acreditar em fantasias, Maria Clara. O delegado é meu parceiro. Sente-se aí. E só para lembrar, quem vai ser fodida aqui é você.

— Ok. — Ela massageou o rosto e ajeitou os cabelos. Tentou conter a respiração ofegante antes de me encarar. — Certo. Vamos negociar. Por favor, eu trabalho na sua empresa, gratuitamente. Eu tenho experiencia em vendas...

— E em roubo. — Eu a cortei cinicamente. Ela abriu a boca para emitir um insulto mas percebeu que estava em desvantagem e me ofender não era uma boa ideia.

— Eu peço desculpas. — Sentou-se à minha frente — Você investigou minha vida e sabe tudo que eu estava passando. Com o cancelamento do seu casamento eu perderia clientes e poderia até declarar falência.

— Roubar nunca é a saída. Pedir, seria mais digno.

— Eu sei, estou arrependida, me escute. — Curvou-se para frente com súplicas nos olhos. — Eu ainda tenho metade do dinheiro, vou devolver e podemos negociar o restante... quatrocentos mil nem é nada para você.

Fiquei um instante parado, observando-a, apreciando sua desenvoltura para tentar me convencer. Tinha a lábia de uma esperta larapia. Eu poderia até aceitar, quatrocentos mil é troco de bala para mim. Mas Maria Clara não sabia que eu estava bem ferrado de desejo por ela. Não pensava em mais nada desde que a vi aqui com aquela saia, óculos e coque. Isso não tinha negociação.

[AMOSTRA] DOCE DOMÍNIO | Dinastia Capello 01Onde histórias criam vida. Descubra agora