Ele me beijou.
Puta que pariu. Eu estava estática olhando para o nada, relembrando repetidas vezes o beijo delicioso. Eu sabia desde o inicio que Fernando Capello era uma delicia de homem e que era experiente na arte de dar prazer. Mas quando ele implicou a mim um pingo de seu poder sexual, eu me desfiz em farelos. Era impossível lutar quando todo meu corpo clamava pelo toque dele. Tão quente, grande, duro e cheiroso. Foi inútil lutar e delicioso se render. A língua era espetacular se movendo contra minha, e a barba ao redor da boca fez caricias eróticas em meu rosto. Eu não me lembrava de como era bom beijar um homem. Talvez porque nunca tinha sido beijada daquela forma.
Me deitei contra os travesseiros, de olhos bem abertos fixos no teto.
Eu acho que o sonífero que eles me aplicaram ainda circulava pelo meu organismo, pois não tive forças para remoer minha sina. Cai no sono depressa. O quarto ajudava bastante. O clima era delicioso, a janela estava aberta trazendo um ar cheiroso natural, diferente do poluído da cidade grande. A cama era grande, muito confortável com travesseiros fofos e lençóis macios.
Após me enrolar na fofa manta, o sono me abraçou.
Eu não poderia esconder o fato de que estar aqui era melhor que numa prisão suja, com colegas de cela violentas. Todavia, a sensação de prisão existia. Eu teria que transar com ele... esse era o ponto principal. Fernando só estava sendo gentil pelo que ele poderia usufruir do meu corpo.
Uma concubina não seria diferente de mim. Minha única obrigação daqui em diante era sacia-lo e apesar de ser um homem muito bonito, eu estava inquieta com essa realidade.
"Ele gosta de dominar"
Leticia me falara isso e agora eu iria sentir na pele o significado dessas palavras. Ele já estava dominando tudo a minha volta, me dando ordens e cuidando de minhas necessidades. Fernando era um homem muito ativo, ele jamais aceitaria alguma coisa com passividade. Ele jamais aceitaria algo que outra pessoa impusesse.
Acordei sobressaltada quando ouvi batidas na porta do quarto.
— Maria Clara, tem dez minutos para descer. — Era a voz dele. Grossa e mandona. Suspirei e fiquei olhando o teto, no quarto ainda escuro. Eu estava sem celular, sem minhas coisas, sem nada. Era mesmo uma prisioneira em uma torre de cristal.
Nem vi o tempo passar imersa em meus pensamentos, só pulei da cama quando outra batida informou que ele não estava de bom humor.
— Se eu for te buscar será pior.
— Já vou, porra! — Joguei a manta para o lado.
— Se falar palavrão comigo mais uma vez, vou me certificar de que não poderá sentar por dois dias. — Droga, o maldito havia escutado. Devia estar ouvindo na porta para saber se eu tinha levantado.
Me arrastei até o banheiro, tomei uma ducha para despertar e me arrumei como pude em frente ao espelho. Eu estava sem bolsa, sem roupa, tinha apenas o uniforme da lanchonete. Mas por curiosidade abri o closet e me surpreendi com uma variedade de roupas femininas, ainda com etiquetas. Ele tinha tudo organizado me esperando. Eu não sairia tão fácil de meu cativeiro.
Suspirei e procurei uma roupa de exercícios. Vesti uma legging, uma camiseta regata e calcei tênis que couberam perfeitamente em mim.
Quando sai do quarto às cinco e quarenta, a casa estava silenciosa, e lá embaixo Fernando conversava baixo com um peão. O homem saiu e ele me olhou sorridente.
— Muito bem. — passou os olhos pelo meu corpo aprovando.
Ele estava um gato. Muito gostoso com uma bermuda e camiseta regata. Foi impossível não olhar seus bíceps e o peitoral largo debaixo da camiseta.
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[AMOSTRA] DOCE DOMÍNIO | Dinastia Capello 01
RomantizmAs industrias Capello dominam o país desde os anos 50 com seus produtos lacticínios e pecuários. A fortuna e fama é conhecida internacionalmente e nessa base invicta nasceram cinco herdeiros. Maria Clara não gostava de rótulos de ladra ou golpista...