Prólogo

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Usando apenas uma bermuda escura, acendo o cigarro e descanso o isqueiro no beiral do guarda-corpo do terraço. Inalo a fumaça devagar e seguro-a para soltá-la aos poucos. Baekhyun me assiste da espreguiçadeira, sua silhueta sendo demarcada pelo pôr do sol e pelo céu alaranjado. A luz se mescla com o início do anoitecer enquanto é engolida pelo horizonte.

- Jongin, preciso ir embora em meia hora - ele me avisa, mas continuo absorto na paisagem que, por hora, se faz mais importante do que sua presença.

É normal.

Sempre acontece.

Eu faço isso para que ele se detenha e se demore. Para que fique alguns minutos a mais compensando aqueles que perco enquanto desfruto de um de meus vícios. Porque Baekhyun é o outro, e o último é essa casa, o lugar onde nasci e cresci, me conheci e a meu destino fui marcado.

- Preciso mesmo ir embora em meia hora - ele repete e se levanta, caminha em minha direção e então desliza suas mãos por minhas costas nuas e depois por minha cintura até alcançar o peitoril suado e duro, encosta seus lábios em minha nuca e o deixo ficar abraçado assim a mim, sem ligar se ele se incomoda com o cheiro do cigarro sendo espalhado pela brisa fria, grudando em seus cabelos.

- O que é dessa vez? - eu pergunto, rabugento. - Jantar de negócios? Jantar com os sogros?

- Jantar de aniversário do meu cunhado - responde, e sei que está rolando os olhos. - O pirralho vai completar dezenove...

- Diga que mandei os parabéns.

Ele solta uma pequena risada e se separa de mim, mesmo não querendo fazê-lo, mas sabe que não pode se atrasar ou Sehun vai lhe encher de perguntas que ele certamente não vai saber responder. Em meia hora o namorado ciumento estaria ligando para Baekhyun para saber onde ele está e sei que apenas imaginar a voz alterada daquele palerma ao telefone já o deixa tenso como nunca.

Ele corre para dentro do quarto e calça seus sapatos. Vai até o espelho e verifica sua aparência. Nunca está perfeitamente arrumado como os caras com quem convive todos os dias. É conhecido por seu desleixo e todos acham isso um detalhe excêntrico, então os cabelos desarrumados e a roupa levemente amarrotada nunca chegam a levantar grandes suspeitas. Sehun não presta atenção nele nesse sentido, então Baekhyun nunca realmente precisa se preocupar em estar com uma ótima aparência. Procura por sua pasta e se lembra de que a deixou na sala de estar, então decide voltar para o terraço para avisar que está de partida.

- Não pode chegar atrasado? - eu pergunto quando ele se vira e me encontra mais próximo do que esperava, ali dentro do quarto.

- Não posso dar a deixa para o interrogatório chato do Sehun - responde.

- E se eu te der algumas razões que possam compensar esse interrogatório?

Acho que me comporto sempre assim, porque sei que Baekhyun vai ceder. Toco sua cintura, tentando trazê-lo para perto, mas ele não quer que nada aconteça.

- De vez em quando nós temos que seguir as regras - ele diz e lhe dou um sorriso.

- Eu não tenho.

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NOTA: Escrevi um spin off do Jongdae que se passa antes dos acontecimentos narrados aqui em Terrace. A quem interessar, ela se chama "Le Kims" e você pode acessá-la através do meu perfil.

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