Capítulo 8

6.6K 964 135
                                    

Daniel Mancini

Dias atuais

Por que ela demora tanto? Quero acordar e não consigo, simplesmente não consigo.

É uma droga está assim, tenho tido sonhos que não quero ter, que me recuso a ter, não entendo porque estou assim agora, parece que perdi o controle da minha mente, por isso quero me apegar a voz daquela mulher, pensar nela me faz esquecer de tudo.

Lembrar do meu pai às vezes é um tormento, faz tanto tempo que o velho morreu, mas no momento parece bem vivido em minha mente.

Cazzo!

Quando disse que estava indo e voltava no dia seguinte eu nem sei como fiz, mas fiz, apertei sua mão

Não quero que vá, fique! minha inconsciência gritava, meio que em desespero, nunca fiquei assim, apegado a alguém, nunca me importei, principalmente se tratando de mulheres, pois tenho qualquer uma com apenas um simples estalar de dedos.

⸺ Sr. Mancini, se está me ouvindo, solte minha mão, está machucando. — Sua voz firme não demonstra medo, e fala tão próximo a mim, que posso jurar que sinto seu hálito contra minha pele. O jeito como fala Mancini me deixa ensandecido pela primeira vez em anos.

Mas não a quero machucar, não controlo isso, eu nem sinto isso, meu corpo parece estar reagindo de forma involuntária em alguns momentos.

⸺ Está tudo bem, você vai ficar bem, eu volto amanhã. ⸺ Ouço sua voz bem próxima. — Prometo. ⸺ A sensação é estranha e gostosa. Tento concentrar minha mente e devo ter soltado, ela não diz mais nada e eu fico puto. Dio! Amanhã está muito longe pra mim.

Muito tempo depois ouço alguém, mas não é ela.

⸺ Eu vou tirar uma foto e mandar pra você, sim, o maior pênis que já vi na vida. ⸺ Era outra mulher, acho que outra enfermeira, será que Viviane não vai cuidar mais de mim? Mas eu quero que ela volte.

⸺ Vou administrar o medicamento dele agora, ligo pra você mais tarde. ⸺ Ela me toca e eu sinto, mas não acordo. Está massageando meu pau, mas eu não sinto nada. ⸺ Acho que seu amigo morreu. Coitado. ⸺ Morreu coisa nenhuma, eu não vou levantar meu pau pra você sua vadia.

A sensação que eu tenho é de estar dentro de um robô e eu controlo ele, mais ou menos. Me esforço para acordar, mas é tão difícil, meu peito ainda dói, minha garganta queima.

Tento lembrar o que aconteceu. Brasil, certo, cheguei no jatinho, estou com Giovani, ou é Alessandro?

Fomos a um clube noturno. As brasileiras são gostosas demais, com suas peles bronzeadas, seus peitos grandes sem silicone e traseiros mágicos. Eu me perco, eu me farto.

Será que Viviane é assim também, sua voz não parece ser sedutora, ela é muito recatada, e aparenta inocência e eu não curto mulheres assim, elas dão trabalho e choram.

Gosto das mulheres quentes, com boca suja e boceta molhada, Viviane não parece ser esse tipo, parece estar bem longe dessa minha realidade. Mas ela tem algo, que eu vou descobrir o que é quando acordar.

Se estou preso no hospital, é fácil sair, tenho influência para isso, me prender, é algo que governo nenhum teria audácia.

Vou acordar no dia seguinte, vou continuar tentando abrir meus olhos. Quero saber quais foram os danos, tentar lembrar quem me colocou nessa situação e fazer pagar, e não vai ser bom para o infeliz, vou arrancar os membros de forma lenta e dolorosa.

Sinto a raiva ferver em mim, vou torturar o infeliz, até que ele não consiga mais respirar. Eu gosto disso e pensar nessa possibilidade me agrada. Quero ouvir os gritos e as súplicas.

[DEGUSTAÇÃO] PERIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora