Atualmente eu estava com 14 anos, estar virando adolescente não é nada fácil . As responsabilidades nos fazem ficar mais chatos, preguiçoso e ansiosos, não venha me dizer que não. Mais um dia de aula no 1º ano do ensino médio, fui para a mesma escola que o meu primo, é uma das melhores escolas do Rio de Janeiro. Eu era nova então não era lá uma coisa muito legal estar sozinha, pois não tenho facilidade em fazer novos amigos. Mas tinha uma coisa boa, a única coisa que eu gostava de fazer na escola, uma das aulas que eu mais gostava era educação física, eu curtia jogar os jogos por mais que não fosse tão boa. Quase sempre levava bolada na cara, mas isso me fazia reagir, querer aprender mais e ser melhor a cada dia. Mas nunca me sentia feliz por completo, eu suava, ria, corria, me destraia, mas no final o que eu realmente desejava não estava perto de se realizar.
E eu escrevia essas palavras no meu diário na arquibancada da quadra da escola, quando a professora então diz tirando meus olhos do caderno:_ Muito bem, crianças. Agora vamos aprender um esporte novo... que nem todos gostam, ou melhor dizendo todas! Mas será futsal, então vamos logo, troquem suas roupas e não me venham com shorts curtos se não nem pensem em jogar hoje.
Meu sorriso estava tão largo que minhas bochechas ficaram dormente. Imediatamente eu vou ao vestiário e troco de roupa voltando e me aquecendo.
As meninas estavam entediadas e nada afim de participar. Mas não todas. Quando começamos o jogo, eu consegui captar todas as técnicas e movimento do jogo, eu consegui controlar a bola corretamente debaixo da sola do meu pé, aquela emoção me contagiava. Eu jogava futebol com meu pai as vezes, outras com alguns meninos na pracinha mas foram momentos raros. Sem contar as tentativas inúteis de jogar com meu primo e seus amigos.O importante é que aquele era meu momento. Nunca joguei com meninas, aquilo era incrível. Eu dominava a bola diretamente para o gol até uma menina grandona aparecer.
_ Se liga, hein, garota. Não vai se achando muito não.
Pena que só eu achava incrível, mas logo mudei de idéia quando vi as meninas jogando horrivelmente mal, com preguiça de se moverem, perdiam a bola e a menina grandona sempre fazia gol com mais duas meninas Boas. Meu time só perdia. E eu queria mais, não cheguei até ali pra perder.
Eu corri até a grandona que estava com a bola que a roubei, ela não gostou nada, e foi atrás de mim._ Fica na sua, esquisita.
_ O que?
_ isso que você ouviu, sai daqui, olho de peixe. Deixa as melhores ganharem e aceita se não vou te arrebentar.
Eu me concentrei na bola mas pelo comentário me distraí e pisei no pé dela. Paramos uma de frente pra outra e a bola no meio. Ela bufa, pude ver suas duas narinas fazendo movimentos com raiva.
_ Agora você vai ver.
_ O-ou!
Eu corri com a bola para o gol adversário mas ela me alcançou, sinto meu pé prender em algo e meu copo ceder para o chão.
E foi uma queda forte. Senti meu joelho ralar e queimar, pedrinhas de areia entrando no machucado._ Ai! _ Me ajeitei sentindo as dores da queda.
_ Júlia! Você está bem? _ A professora veio ao meu socorro.
_ Tá doendo.
_ Como isso aconteceu?
_ Foi ela, botou o pé na frente pra mim cair! _ Apontei pra grandona.
_ Como é, bocuda? Fofoqueira, para de mentir. Não foi professora, foi um acidente.
_ Um acidente? Você me ameaçou!
_ Eu vou é te quebrar agora, sua idiota.
A menina veio com tudo e eu me levantei dando um passo pra trás. A professora colocou o braço no meio e eu suspirei aliviada.
_ Já chega. Olivia, você vai pra dentro, pode pegar suas coisas, agora. Júlia, vai lavar seu machucado ok?
_ Tá bom professora.
Quando olhei em volta todos olhavam pra mim, cochichando, eu não me senti confortável com aquilo, se ao menos estivessem preocupados comigo. Eu me levanto e vou atrás de água limpa. Logo atrás vem uma garota baixa, branquela de cabelos lisos castanhos.
_ Oi!
_ Oi. _ Comprimento sem animo.
_ Você está bem?
_ Mais ou menos.
_ Não liga pra ela, não _ Ela continua parada me olhando. _ Ela é chata.
Eu rio pela descrição.
_ Só chata? Ela é assustadora.
Eu voltei pra arquibancada com a menina e pergunto.
_ Você é?
_ Estefani.
_ Ah, tá. Sou Júlia.
_ Eu sei, as meninas estavam falando de você, vi você jogando e nossa! Você joga muito, a única também.
Me orgulhei do elogio, estava sendo reconhecida pelo menos.
_ Tem meninas boas também como aquela _ aponto. _ a outra ali, e a grandona...
_ Não sei, não, eu prefiro você jogando. _ afirma abaixada para amarrar seu cadarço.
_ Então Obrigada! _ Sorrio de ponta a ponta. E percebo meu primo com seus amigos perto da quadra, e fico o encarando.
_ Quem é aquele? _ Ela pergunta tirando minha concentração.
_ Ah, é só meu primo
_ Qual o nome dele?
_ Guilherme.
_ idade?
_ 17, por quê?
_ Sério? Hum, ele é bonitinho.
Eu lanço um olhar entendiado na sua direção levantando uma sobrancelha. Que abusada. Ainda sorria como se fosse o único garoto da face da terra.
_Vamos lá falar com ele! _ sugere pegando minha mão.
_ Ah não vamos não.
_ Ah vamos sim.
_ Não mesmo.
_ Anda logo, Júlia.
Ela me puxa e eu sou arrastada Até o outro lado da quadra murmuro baixinho "Mas que merda fui arrumar".
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A princesa do futebol (Degustação)
AventuraQuem não faria qualquer coisa pra ir atrás do que ama? Júlia, uma menina esperta, dedicada e corajosa enfrenta tudo e todos pra conseguir um lugar no esporte que mais amava, o futebol! E o seu primo Guilherme que morava com ela não ajudava nem um p...