Prólogo

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A casa estava cheia para o meu casamento que aconteceria em uma chácara nem nos arredores de Madri

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A casa estava cheia para o meu casamento que aconteceria em uma chácara nem nos arredores de Madri. Os preparativos começaram a uma ano e meio, desde que Zanon Ferraz fez o pedido em um jantar formal na casa de seus pais. Conheço Zanon desde criança e isso facilitou para que namorássemos e agora, estamos a dois dias para nos casarmos em uma cerimônia reservada somente para familiares e amigos mais íntimos. Não sou nenhuma mocinha indefesa que precisa se casar para se firmar como mulher, longe disso. Sou filha do Dr. Lorenzo Péron, o maior neurocirurgião do país e como sua discípula me formei em medicina, assim como meu irmão e segui seus passos, estou me especializando em neurocirurgia como o meu pai, já meu irmão é pediatra e logo assumirá a chefia do setor. Sou respeitada entre os funcionários e admirada entre a diretoria, não que eu me importe com qualquer coisa relacionado a isso, o que me importa é ser a melhor profissional, atender bem os pacientes que chegam e tranquilizar as famílias na medida do possível.

Quando assumi as funções de chefia do setor de neurologia, muitos torciam contra, mas mostrei que não estudei e me formei para ser qualquer profissional, me formei para ser a melhor e isso incomoda alguns e desses alguns está Zanon, meu noivo. Embora ele não tenha a mesma formação que eu, percebo que crescer na minha profissão o incomoda, mas não posso fazer nada em relação a isso. Zanon é o típico profissional que não se especializa, não respeita horário e não estabelece regras, vive como se fosse um adolescente inconsequente e isso me incomoda bastante. Apesar de ser a caçula entre dois irmãos, nunca fui mimada e sempre fui cobrada para ter responsabilidades com meus estudos e compromisso com meus horários, por isso, algumas atitudes de Zanon me fazem pensar se estou tomando a decisão certa de me casar com um homem tão irresponsável, mas quando penso que nos amamos, supero a ideia de esperar mais um pouco.

Sou de uma família tradicional de Madri e meus pais são as melhores pessoas do mundo todo, desde pequena fui ensinada a ser generosa e humilde, apesar da nossa condição social. Minha família é dona de um dos maiores hospitais de Madri e atendemos desde políticos até mendigos, temos uma política de solidariedade e por isso, temos uma ala que atende a pessoas carentes, essa ala é tão bem equipada quanto a outra e ainda fornecemos alimentação e medicamentos para aqueles que não podem comprar.

Estou terminando de arrumar as minhas coisas para levar para a chácara quando mamá bate na porta e antes que eu autorize sua entrada, ela já está dentro. Inês Mota Péron é uma mulher de parar o trânsito, mesmo com seus cinquenta anos arranca suspiros de muitos chicos por onde passa e isso é motivo dos ciúmes doentios de papá. Sua elegância e altivez desperta interesse e curiosidade das pessoas, mas sua simplicidade encanta qualquer um, sem contar com o sorriso acalentador que dá todos os dias pela manhã. Sinto falta de morar com eles, mas amo o meu cantinho que consegui com meus próprios esforços.

─ Está pronta, mi hija? ─ Fala se sentando na cama.

─ Estou terminando e já peço para Javier vir buscar as coisas. ─ Sorrio enquanto termino de guardar em uma necessaire meus pertences de uso pessoal.

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