Pozinho de madeira

111 5 4
                                    

// Zoe //

Suspiro quando a música invade os meus ouvidos e forço o meu corpo até ao bar seguida por Chloe. Sinto-me observada. Demasiado observada e eu não gosto de ser observada. Quem quer que seja que pare. Desvio o olhar do - por sinal muito atraente – gajo no balcão e movo-o para o grupo de rapazes sentados num dos muitos sofás ali espalhados. Ai o caralho já.

“O que é que querem caralho?” Pergunto quando me aproximo deles.

“Continuas a mesma” Uma voz soa atrás de mim e eu viro-me rapidamente para encarar o rapaz que pelos vistos já me conhece.

“Tyler?” Bonito. Bonito. Digamos que Tyler foi quem me ‘ajudou’ a mudar. Sim vamos chamar-lhe isso. M-U-D-A-N-Ç-A. Parece-me bem. Os braços dele envolvem-me e eu sou rápida em desviar-me. Demasiado contacto físico e para além do mais eu não gosto dele.

“Conheces a bonequinha é?” Uma voz soa atrás de mim. Esperem…bonequinha?

“Bonequinha o caralho” Viro-me para o rapaz que se encontrava agora em pé, e o camelo obrigou-me a olhar para cima devido à minha não muito alta estatura.

“Eu gosto dela” Um rapaz no fundo do sofá fala e eu reviro os olhos. Mas eles aparecem do cu de judas ou quê?.

“Ficam para uma bebida?” Tyler vira-se para a minha irmã. “Olá Chloe” Viro o meu olhar para ela e quase que sinto o nervosismo dela daqui.

“C-claro.” Ela apressa-se a sentar-se no lugar indicado por Tyler enquanto que eu me mantenho em pé. Estou a considerar abandonar a minha irmã neste bando de bois. Viro-me para sair mas a mão do rapaz de à pouco impede-me de o fazer pelo que me rio.

“Sim?” Forço um sorriso e viro-me para o rapaz de olhos cinzentos. Hum, até que gosto dos olhos, são parecidos com os da Chloe. Ao contrário de mim que tenho olhos verdes….verdes, castanhos, uma espécie de mistura que eu nunca gostei.

"Porque não ficas?" ele dá um sorriso supostamente sedutor, mas que a mim me dá vómitos.

"Porque não gosto de vocês." sou direta e por motivo desconhecido isso faz o bando de camelos com cio rir.

O empregado de bar traz um tabuleiro redondo com imensos copos muito pequenos e com um líquido azul, que eu presumo serem shots.

Tyler pega num copo e estende-mo, eu dou-lhe o meu dedo do meio. Eu lá sei se ali não está dissolvida madeira em pó para me dar uma moca do caralho e assim eu Morro de overdose injustificável de um pó jamais visto antes. Torna-se uma morte demasiado complexa de resolver e isso traz prejuízo aos investigadores. Na verdade eu não me importo com essa merda.

Podem matar-me aqui e agora e eu até agradeço. A minha vida é a maior merda, de qualquer maneira.

O shot com madeira dissolvida é agora estendido à minha irmã e esta recusa. Deve, de certeza, concordar comigo.

Eu observo dois rapazes chegarem e juntarem-se aos camelos gays, cumprimentando todos com espécies de apertos de mão paneleiros e que eu fazia quando tinha 5 anos.

Insane «Pausa»Onde histórias criam vida. Descubra agora