Capítulo 7

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Elisabeth

Eu e a Aly já estamos a alguns minutos escoradas na ilha da cozinha esperando a Amber terminar o passeio com o tal Tyler. E ainda tem o Brandon, ele sempre dá suas olhadas nada discretas na nossa direção, não sei quem ele pensa que é... Um deus, talvez?

— Não suporto esse Brandon — falo com total desdém para a Aly.

— Por que? Ele é muito gato e até que foi simpático. — fala dando uma conferida nele.

— Simpático? Ele só nos tratou bem porque tem segundas intenções, e eu estou fugindo de caras como ele. — falo com convicção.

— Elisabeth, você não respondeu a minha pergunta... E não seria nada demais, só estaria aproveitando as oportunidades da vida. — diz tentando soar filosófica, e não consigo segurar uma risada.

— Eu só não gosto dele, ok? Não me atrai. — tento parecer verdadeira com essa afirmação, mas acho que nem eu acredito muito nisso.

— O que? Como assim ele não te atrai? Ele atrai até a freira da capela. — ela fala como se fosse impossível ele não me atrair.

— Olha o exagero! — falo revirando os olhos.

— Bom, se ele não te atrai com toda certeza ele me atrai, então, se você não quiser, eu quero.— ela fala com um sorriso malicioso.

— Só tem um probleminha.

— Qual? — ela pergunta toda inocente.

— Acho que ele não te quer. — falo vitoriosa.

— Amor da minha vida, ele quer todo mundo,nunca recusa ninguém. — ela fala como se tivesse ganhado alguma coisa.

Confesso que isso que ela falou me incomodou um pouco, por isso não respondo. Começo a olhar ao redor da festa e meu olhar se cruza com umas das olhadas de Brandon na nossa direção. Não sei por que, mas viro a cara bufando para ele.

— Aly. Vou ao banheiro rapidinho, ok? — falo um pouco mais alto, já que a música está ensurdecedora agora.

— Ok. Só não demora, não quero ficar aqui sozinha. — ordena.

— Tá bom. — concordo, rindo da sua ordem.

Assim que chego perto do banheiro é notório a enorme fila, e logo penso se vou conseguir esperar por muito tempo.

— Apertada? — me pergunta uma voz perto demais do meu ouvido, e depois que me viro para conferir quem é... Brandon.

— Ai. Você de novo? Pensei que tivesse dito que não ficaria na minha cola. — falo mais para provocá-lo, e me parece que funciona.

— Na verdade, eu só queria ir ao banheiro também. Mas acabo de me lembrar que tenho um banheiro a minha disposição no meu quarto. — fala, e me lança um sorriso malicioso. — E como eu sou um cavalheiro, pode ir ao meu quarto se estiver precisando com certa urgência.

— Muito obrigada, mas eu prefiro esperar a fila.— prefiro fazer xixi no meu short do que ir ao banheiro do quarto dele.

— Ok então, você que sai perdendo. — ele responde sorrindo, e sai de perto de mim.

Faz uns 9 minutos que estou na fila do banheiro e minha vez não chega nunca.

— Tem certeza que não quer usar o banheiro do meu quarto ? — ouço a voz de Brandon vindo por trás de mim.

— Talvez agora eu queira. — deixo meu orgulho de lado, isso é melhor do que pegar uma infecção.

Ele me leva ao segundo andar e lá entramos em um quarto azul com uma cama de casal no meio, um armário encostado na parede e a bandeira de um time de lacrosse que não sei qual é.

— Pode ir, vou estar aqui te esperando. — ele fala com uma piscadinha.

Entro no banheiro e me surpreendo com a organização e a limpeza, nunca me passou pela cabeça que ele fosse tão organizado. Depois de fazer xixi fico um tempo enrolando no banheiro, não estou pronta para encara-lo novamente, sei que tentará algo e não confio 100% em mim mesma depois de ter bebido consideravelmente.

— Você morreu aí dentro? — Brandon fala dando umas batidinhas na porta.

Olho mais uma vez para o espelho, respiro fundo e saio. Brandon está sentado na cama olhando para  a porta.

— Finalmente, achei que tivesse morrido! — ele fala como se eu tivesse demorado um século lá dentro.

— Obrigada. — falo ignorando seu último comentário.

— Pelo que?

— Por me deixar usar o banheiro.

Quando falo isso, faço menção de ir embora, porém ele me segura pelo braço e ficamos nos encarando. Não sei quanto tempo ficamos assim, me perdi naquela escuridão que é os olhos dele.

— Vou fumar um cigarro. — ele quebra a troca de olhares e sai um pouco nervoso do quarto.

— O que foi isso, Elisabeth? — pergunto a mim mesma, depois que me dou conta do que poderia ter acontecido se ele não saísse do quarto.

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⏰ Última atualização: May 16, 2019 ⏰

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