De Repente Pai

Capítulo 7

Ella

Os dias que se seguiram foram bem agradáveis, para minha surpresa estamos nos dando bem e nos conhecendo melhor. Descobri que depois da morte do seu pai sua mãe voltou a morar na França e os dois não tem muito contato. Ele me falou sobre seu trabalho na empresa de Petróleo da família e sua oficina onde está construindo sua nova moto.

Certa noite após o jantar resolvemos ver um filme juntos, o filme iniciou e fomos interrompidos pela chegada abrupta de uma linda loira. Quando nos viu ela ficou parada nos olhando como se fossemos de outro planeta.

- Eu tinha que ver com meus próprios olhos para acreditar nas fofocas que estão circulando por ai – diz ela aos gritos – Como você foi capaz de fazer isso comigo Carter.

- Mia se controle, eu pretendia te contar assim que você retorna se da sua viajem – diz ele.

- Você só me usou esse tempo todo, mas eu ainda tinha esperanças que notasse que eu era sua melhor opção, mas ai você simplesmente se casa do nada e com qualquer uma - diz ela raivosa.

- Mia, precisamos conversar em particular – diz ele a levando para fora.

Eles saíram e eu fiquei ali sentada em choque com tudo o que se desenrolou a minha frente. Terminei de ver o filme e como já estava tarde fui dormir e Carter ainda não tinha voltado.

No dia seguinte o encontrei na cozinha tomando seu café da manhã. Ele me olhou envergonhado.

- Me desculpe pela sena que a Mia fez ontem – diz.

- Você não contou nada para ela sobre mim e o bebê - pergunto.

- Não, eu estava esperando ela voltar de viajem para contar. Ela era minha namorada, mais nunca lhe prometi nada, ela sempre soube que eu não queria me casar, ter filhos e constituir família, então deduzi que ela entenderia, mas me enganei – diz.

- Eu sinto muito por colaborar para o fim do seu namoro – digo.

- Não precisa se preocupar nem perdi desculpas, está tudo bem, no final Mia merece alguém melhor que eu – diz saindo da cozinha.

Estando em uma nova cidade eu ainda não tinha amigos e como Carter disse que não precisava mais trabalhar e poderia me dedicar ao bebê, não tenho muito que fazer. Quando ele me disse para não trabalhar mais eu tentei argumentar que não ficaria dependendo do dinheiro dele, mas ele deixou bem claro que eu não tinha muitas opções, e no final eu acabei aceitando, vai ser bom poder me dedicar à gravidez e ao bebê exclusivamente.

Hoje decidi sair para comprar algumas coisas para meu bebê, estou no início do segundo trimestre, logo mais saberei o sexo. Mas como toda mãe de primeira viajem eu já quero comprar algumas coisinhas. Passei a tarde toda no shopping, quando voltei Carter ainda não havia chego em casa, tomei um banho e fui preparar nosso jantar.

Assim que terminei ela chegou, foi pro seu quarto depois desceu para jantar.

- Amanhã eu tenho uma consulta com o obstetra e farei um ultrassom para ver se descobrimos o sexo do bebê, sei que você ainda não curte muito a ideia de ser pai, mais se você quiser ir comigo será as 10 hrs - digo.

- Vou ver se consigo ir – diz ele sem me olhar.

Terminamos o jantar em silêncio e depois de arrumar tudo fomos dormir.

No dia seguinte quando desci para o café da manhã não encontrei Carter em lugar algum, acho que ele ficou sem graça de recusar o convite de ir ao médico comigo e saiu mais cedo para evitar um mal estar entre nós.

Tomo meu café e saiu pra minha consulta, não estou chateada com ele, pois desde o inicio tinha me preparado para curtir meu bebê sozinha.

Chego ao consultório e aguardo ser chamada para a consulta. Não demora e sou chamada, converso um pouco com o médico em seguida ele pede para eu que me troque para fazer a ultrassom.

Troquei-me e vou para a sala que será realizado o procedimento, me deito na cama e o médico se posiciona e quando vai iniciar o exame somos interrompidos por sua secretaria que diz que o pai do bebê chegou e se ele pode entrar. Surpresa eu digo que ele pode entrar sim.

Logo após Carte entra lindo como sempre, nos cumprimenta e se senta ao meu lado.

- Desculpa o atraso, tive que passar na empresa para assinar alguns documentos - diz baixinho.

Eu só aceno positivamente para ele e volto minha atenção para o monitor que já mostra algumas imagens.

- Os papais querem saber qual o sexo desse bebê – pergunta o médico.

Olho para o Carte que parece perdido, mas acena que sim.

- Nos queremos saber sim Dr. - digo sorridente.

O médico continua a mexer o aparelho em todo a minha barriga ainda pequena, quando diz:

- Olham, vocês terão uma menininha - diz apontando para o monitor – Querem ouvir o coraçãozinho – pergunta.

Estou tão emocionada em saber que serei mãe de uma menininha, que apenas aceno. Quando som do coraçãozinho da minha princesa dispara pela sala, não controlo mais minhas emoções e começo a chorar, como se fosse à primeira vez que o escutasse, acho que nunca me acostumarei, ele é a prova viva de que minha menina é mesmo real.

Quando olho para Carter ele está com os olhos cheios de lágrimas não derramadas. Acho que ver e ouvir o coração do bebê o tornou mais real para ele.

O exame termina e nos deixamos o consultório juntos. Carter parece estar em outro mundo. Voltamos para casa em silêncio. Quando ele me deixa diz que precisa voltar para a empresa e que nos vemos a noite. Acho que foram muitas surpresas para ele assimilar de uma vez.