Guardian Angel (Reddie)

Normal?

(Tem música e fanart na mídia taokei)
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— Óbvio que ele ainda está vivo! Ou acha que seu coração vai continuar batendo com ele morto, espertão?

A voz de Stanley, mesmo estando tão próxima, parecia tão distante, como se fosse um sussurro de sua consciência, algo fora de um sono profundo. Tão profundo que Richie não conseguia acordar por conta própria.

— Calem a boca! — Bev mandou. — Acho que ele está acordando!

Todos os olhares a voltaram para o menino de óculos que estava deitado no sofá da casa de Ben. Seus olhos foram se abrindo lentamente, como se até isso doesse. Por um segundo desejou que não tivesse acordado para poder evitar a dor que sentia em diferentes partes de seu corpo. Sentia algo frio na barriga e quando baixou o olhar percebeu que era um saco de gelo. Os cinco presentes o observavam com aquela atenção que ele já sentiu sendo direcionada a si quando, por exemplo, chegava atrasado na aula totalmente molhado ou soado porque fora andando.

— Onde... — Levou as mãos à cabeça, que doía de uma forma absurda. Flashes do que acontecera passaram por sua cabeça então ele se lembrou de tudo. De Henry com aquele ódio enorme no olhar...

Eddie.

— Eddie! — Ele verbalizou seu pensamento e não ligou para as expressões confusas de seus amigos que não faziam ideia de quem era esse. — Eu preciso ir para casa!

Beverly o segurou pelo ombro quando o menino ousou levantar, com aquele olhar determinado que o lembrava de uma mãe, uma mãe bem diferente da sua.

— Richie, olhe para você! Esse corte na sua sobrancelha está aberto e parece que você acabou de ser atingido por um carro.

— D-d-de jeito nenhum que você vai sair por aí! E se o Henry o vir na rua? — Bill mal gaguejou ao dizer e isso foi o bastante para todos entenderem o quão sério ele estava.

— Você está horrível cara! — Mike exclamou.

O garoto revirou os olhos tirando o saco de gelo da barriga e se levantou, tentando disfarçar a tontura que quase o fez se sentar novamente, e que infelizmente não passou despercebida levando em conta os rostos desconfiados.

— Eu vou ficar bem, eu juro, mas eu preciso ir. — E atravessava a sala de paredes brancas e quadros da cidade. Chegou até a porta e a abriu, mesmo com seus amigos já indo o impedir. — É sério. Eu preciso ir.

— Richie! — O chamaram, mas nesse ponto o garoto estava apertando o passo na rua, andando o mais rápido que a sensação de estar prestes a cair permitia. De repente tudo isso perdeu a importância, porque a imagem de Eddie perdido e preocupado era o que lhe deixava realmente tonto e machucado.

— QUEM É EDDIE? — A ruiva gritou de onde estava, mas o único que sabia a resposta já estava longe demais para ouvir.

~

— Meu Deus do céu! 'Chee!

O anjo se levantou da varanda onde estava sentado desde que saiu da escola. Sabia que se tentasse andar pela cidade a perderia então o que parecia mais sensatos era ficar ali o esperando, porque uma hora alguém iria voltar. Era isso que o seu lado otimista pensava, porque o pessimista derrubava lágrimas imaginando que sua desatenção causara algo mais grave os de óculos.