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Kristen

Finalmente consegui meu estágio na Consolidated Contractors Company, esperei por meses para estar aqui. A grande companhia de conglomerado pertence a  familia Aahbran, uma familia conhecida em toda Grécia. Esse estagio é algo que vai ajudar muito meu curriculo.

ㅡ Kristen? ㅡ um jovem me chama quando estava olhando para o nome da empresa atrás do balcão. ㅡ Seu documento.

ㅡ Claro. ㅡ digo e reviro minha bolsa até achar. ㅡ Aqui. ㅡ entrego, ele digita algo em seu computador.

A empresa é surpreendemente enorme, não pude deixar de reparar em cada detalhe que ali tinha, os móveis era tudo muito lindo, a decoração nem se fala...é uma mistura da atiga Grécia com algo rústico e moderno.

ㅡ Toda vez que passar por aquelas portas de vidro você precisará disso. ㅡ ele me entrega um crachá que tinha meu nome, foto e cargo. ㅡ Não perca. ㅡ ele adverte. ㅡ Vou te dar algumas instruções para que você sobreviva até o final de seu estágio. ㅡ ele diz e me bate uma pontinha de medo e preocupação. ㅡ Como estagiária você vai fazer todo tipo ds trabalho, desde servir café até elaborar uma reunião, idependente da situação em hipótese alguma você pode dizer "não"...ㅡ ele para por um segunto tentando lembrar de algo. ㅡ Uma coisa muito importante que você tem que carregar como um mantra, se você se encontrar com algum dos Aahbran não direcione uma palavra se quer se eles não direcionar a você. Entendeu?

ㅡ Claro. ㅡ digo mesmo achando tudo aquilo um absurdo. ㅡ Eu serei estagiária em que setor? ㅡ ele folheia algumas paginas e digita no computador.

ㅡ Bom...ㅡ ele da mais uma olhada na tela então me olha e diz. ㅡ Por enquanto você ficará na sala junto com outros estagiários, não foi descidido em que setor vai ficar permanentemente. Quando isso acontecer alguém irá te notificar. ㅡ aceno com a cabeça. ㅡ Você pode subir e ir para o terceiro andar, só perguntar por Antony ele ira te auxiliar melhor.

Me viro e vou em direção das portas de vidro, encosto o meu crachá em uma das várias telas pretas que na mesma hora faz um barulho e logo o visor mostra um sinal verde e as pequenas portas de vidro é aberta liberando minha passagem.

Ao entrar percorro um pequeno corredor aberto até chegar em oito portas de  elevadores sendo dividas em quatro,  ficando uma na frente da outra. Entro no elevador que abre a porta e sai algumas pessoas, ao entrar vejo varios botões e me surpreendo com a quantidade de andares, tinha um andar que precisava de uma chave de acesso para poder ir até ele. Aperto o do terceiro anadar e me encaro no reflexo da porta de metal. Não demora muito até a porta se abrir. Saio e tenho a visão de varias mesas organizadas em fileiras, todas as pessoas se mantiam bem ocupadas.

ㅡ Perdida? ㅡ uma moça pergunta.

ㅡ Mais o menos. ㅡ digo. ㅡ Me pediram para procurar por Antony.

ㅡ Vem, eu te levo até ele. ㅡ ela diz começando um caminho que eu faço atrás dela. Entramos em uma sala...a unica sala que tinha no andar. ㅡ Antony? ㅡ o homem levanta a cabeça.  ㅡ Ela estava a sua procura. ㅡ a moça diz e sai da sala.

ㅡ Em que posso ajudar? ㅡ ele pergunta.

ㅡ Bom, só me pediram para te procuarar. ㅡ digo e ele faz uma expressão como se tivesse lembrado de algo.

ㅡ Kristen, certo? ㅡ aceno e ele estende a mão. ㅡ Sou o chefe dessa secção. ㅡ ele não é muito novo para esse cargo? ㅡ Seja bem vinda.

///

Dois terríveis meses se passaram, todos os dias eu me pergunto se eu realmente precisava desse estágio... porém os boletos do meu cartão sempre me incentiva a acordar cedo e aguentar tudo aquilo. Eu ainda não  tinha um setor definitivo, o que significava que eu era uma escreava até mesmo dos outros estagiários mais velhos, segundo Antony eu não tenho muita escolha, eu tenho que fazer o que me pedirem até eu ser designada para outro lugar.

Pego minha jaquena e vou para o lugar dos meus pesadelos que antes era meu melhor sonho.

Ao chegar nas portas de vidro abro minha bolsa para pegar meu crachá, me desequilibro e minha bolsa acaba caindo no chão.

ㅡ Droga. ㅡ esbravejo e me abaixo para pega-la e pela minha total falta de sorte, algumas coisas acaba se espalhando no chão. Começo a catar elas antes que alguém acabe pisando... tarde demais. Droga, justamente meu crachá. Um cuturno preto estava esmagando minha passagem livre para o infer... Não sei se me desespero ou acho bom. Me aproximo e pego na ponta do crachá, porém o cuturno não se moveu um milimetro se quer. Olho para cima. ㅡ Com licença...poderia...ㅡ ele abaixa seu rosto em minha direção e eu fico extasiada...mesmo estando de óculos  escuro, o que diabos era aquilo? Ele era a perdição encarnada em forma de pessoa?

Por um momento me esqueci que estava de joelhos no meio da empresa segurando a ponta do meu crachá que estava em baixo do cuturno de um homem que estava me fazendo estremecer de só ter a consciência que o mesmo me olhava por trás daquele óculos escuros. O mesmo tira seus óculos me dando a visão mais limpa do seu rosto que não parecia real, seus olhos azuis claros dava destaque em seu rosto perfeito. Não percebi quando comecei a ficar inquieta e ao mesmo tempo desesperada, aquele olhar frio estava me causando tremores horríveis...era como se eu estivesse olhando a fúria em pessoa. Aquilo era ridículo, mas eu realmente estava com medo daquele olhar. Seu maxilar se contrai me fazendo ter uma mistura de pensamentos de como ele era incrivelmente lindo e de como a sua figura me causava um terror inexplicável. As pessoas ao redor parecia não ligar para o que estava acontecendo ou estariam fingindo não ver? Ou até mesmo estavam se sentindo como eu? Estavam com medo de mais para ousarem olhar ou interfirir. Aqueles pequenos segundos que mais pareceu uma eternidade de tortura me fizeram ter a certeza que ele me dizimaria com apenas aquele olhor, mas finalmente ele ergue seu rosto e coloca o óculos escuro novamente. Ele olha para frente então ouço sua voz...mesmo sendo dita em um tom normal era como se ele estivesse guspindo brasas de fogo.

ㅡ ασυνήθιστος

*Grego: ασυνήθιστος.
Latim: Insolitus.
Português: Incomun/invulgar.*

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