(¡3!)

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:(

Lá estava eu novamente, depois das férias, entrando naquela sala infestada de alunos barulhentos. Eu estava de cabeça baixa, então apenas me sentei no lugar costumeiro de antes... afastado de Felix. Sabia que ele estava me olhando, e ainda assim o ignorei, numa tentativa falha de agir normalmente.

— Changbin, me empresta o corretivo? — perguntou Chan, na cadeira ao lado. Não demorou para que eu o entregasse.

Bang Chan é um de meus melhores amigos, estava sempre comigo, me apoiando, todavia, de uns tempos para cá, estava tão distante. O Bang costumava ser um alguém muito inteligente, aberto a coisas novas e muito reservado. Mesmo tendo uma grande amizade com ele, não me sentia à vontade para contar sobre meus problemas... amorosos. Parecia ser um assunto íntimo demais para compartilhar com alguém. Eu não tinha coragem.

— Que tipo de namoro é esse que, depois de um mês sem se verem, agem como se não se conhecessem? — Hyunjin parou a minha frente, falando um tanto quanto alto. — Não vai abraçar seu namorado, Changbin?

Meu peito pesou.

— Dá pra você ficar um pouco na sua hoje? — perguntei baixo. Eu não queria que Felix tivesse uma ideia errada, que pensasse que eu não estava afim de falar com ele, mesmo que talvez fosse exatamente isso.

O Hwang era alguém complicado de lidar, às vezes ele era tão invasivo que até as pessoas ao redor se incomodavam, mas ninguém dizia nada sobre, então pra ele tudo bem.

Eu não falei com Felix, e nem ele veio falar comigo.

O Lee e eu tínhamos uma relação meio travada em certas coisas. Se eu não tomasse uma atitude, ele também o não faria e vice versa. Era complicado, mas nunca reclamamos sobre tal, pareciamos confortável daquela maneira.

Os dias passavam tão lentamente, arrastando os ponteiros do relógio, e em todas as ocasiões que eu via o meu — ainda — namorado, mal conseguia o cumprimentar. Uma vez ele me perguntou se estava tudo bem comigo, se havia acontecido alguma coisa ou se ele tinha me dito algo errado. Eu disse que estava tudo certo, sem problemas, mesmo que eu sequer tivesse olhado em seus olhos para o responder.

Eu também disse que queria terminar...

Nesse dia, em meu quarto, enrolado nas cobertas e ouvindo as músicas de Kpop preferidas do Lee, eu chorei, chorei até que não houvesse mais lágrimas, sentindo o coração apertar e meu pulmão arder, repassando todos os "e se" que me atormentavam diariamente.

Preferi acreditar que tinha feito o certo, que assim eu não o prenderia no meu redemoinho de caos e insegurança.

A primeira vez que Felix me disse "Eu te amo" eu fiquei com receio de responder, sem saber se o que eu sentia era forte o suficiente para chamar de amor. Entretanto acabei por dizer um "Eu também". Ainda fiquei em dúvida se realmente o amava, curioso sobre o real significado daquelas palavras. No fim, eu tive certeza de que, sim, eu amava Lee Felix.

Estava confuso sobre isso, e quando terminei o namoro, ainda meio incerto, disse a mim mesmo, no espelho, que não tinha mais dúvidas.

Ainda assim, não queria reatar, pois eu continuava com o medo instalado na garganta. Um anseio absurdo de fazer o Lee ficar triste, tal como ele havia estado nas semanas em que não nos falamos. Eu ainda estava confuso sobre aquilo ser, de fato, a melhor escolha.

Eu gostava muito daquele garoto com sardas que me fazia derreter em pensamentos, lembrando de suas feições bonitas e de seu carinho amável. Contudo, mais difícil do que entender matemática (sempre fui péssimo), era entender a minha mente. E se...

... E se desse tudo errado?


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{As ᴍᴀ́ɢᴏᴀs ᴅᴇ Cʜᴀɴɢʙɪɴ} changlix Onde histórias criam vida. Descubra agora