Changbin se sentia triste.
Se sentia triste por ter feito Lee Felix sofrer. Porém nunca tinha sido sua intenção, não queria ser o motivo de uma infelicidade.
Talvez deixar Felix ir embora fosse a melhor opção, mesmo que seu amor explodisse o peito...
Uma semana. Esse deve ter sido o tempo máximo que fiquei sem me comunicar com Felix. o silêncio que ficou entre nós não pareceu durar muito, o Lee fazia questão de sentar-se perto do meu grupinho de amigos e conversar com todos. Os sorrisos que ele me lançava eram de tirar o fôlego, Felix estava definitivamente disposto a tentar outra vez.
Hyunjin também estava mais próximo, por incrível que pareça, mas somente de mim. Ele vivia paquerando, dizendo que meu queixo era lindo e que me dava um ar diferente. O Hwang sabia que meu ex ainda gostava de mim e também sabia que eu gostava do meu ex, todavia ele não parecia se importar em se aproximar tanto, a ponto de quase nos beijamos.
Aquilo tudo estava me deixando desconfortável.
Felix ainda me acompanhava no caminho de volta e sempre tentava ter sinais de que eu ainda gostava dele. Eu era tímido, sabia que deixava muito óbvio meu interesse, sem saber disfarçar meu aconchego com suas palavras ou meus sorrisos bobos sempre que surgia um novo elogio.
Até que ele me perguntou se nós poderíamos voltar. E eu disse que não, que seria melhor continuar daquele jeito.
Droga, Felix, você não percebeu que eu estava mentindo? Não entendeu que eu quis muito me jogar nos seus braços e pedir perdão? Que o que eu mais queria naquele momento era te beijar e dizer que, sim, mais do que tudo eu gostaria de ser seu de volta?
Ele se afastou de mim, e com isso Hyunjin se aproximou. Com seu jeitinho safado e sem noção muita noção. Taehyung vivia me dizendo pra dar uma chance ao "coitado", mas o Kim me diz isso quando qualquer um se jogava pra mim. Então, porque diabos eu me sentia tão manipulável?
Eu me sentia pressionado, tanto que fiz a maior burrada que eu poderia cometer naquele momento: Na quinta-feira, Hwang Hyunjin me pediu em namoro durante a aula de matemática, Taehyung me disse firmemente para aceitar, Jeongin me olhava e o Hwang fazia carinha triste. Eu quis negar, dizer não.
Quando eu cheguei em casa nesse mesmo dia, me praguejei e me xinguei de todos os modos possíveis por ter rejeitado a pessoa que eu amo, e aceitar namorar quem sequer eu gostava.
E, novamente, eu queria chorar...
Porque na minha cabeça namorar Felix parecia duradouro demais, que eu deveria apresentar ele a minha mãe e criar um futuro, sinônimo de enfrentar minha família conturbada e acabar machucado. Com Hyunjin, não, com ele eu tinha a sensação de que não duraria um dia, que não passava de uma invenção e que tudo ia acabar antes mesmo de algo pensar em falhar.
Não sabia com que coragem eu havia levantado da cama, porém mesmo assim me arrumei e fui para a escola, com os olhos inchados. Quebrado.
Fui recepcionado logo na entrada por meu... namorado, com ele me abraçando e me enchendo de carícias. Ali, eu percebi que o Hwang era completamente diferente de Felix no quesito namoro, ele era mais ousado e tomava as iniciativas das quais eu e o Lee ficávamos tímidos de tomar.
Eu não estava contente.
Minhas noites se resumiam em chorar e olhar o teto escuro do meu quarto, pensando em Felix e em como eu diria a Hyunjin que aquilo estava errado. Todavia não adiantava nada eu formular uma conversa inteira com o Hwang em minha mente e, na hora de falar, simplesmente abaixar a cabeça e deixar passar.
A esse ponto, Felix nem ao menos olhava na minha cara, e isso amassava meu coração mais do que se fosse um trator passando por cima. Doía ver aquela carinha triste e séria, sem seus sorrisos contagiantes estampados no rosto na maior parte do tempo. Ver seus cabelos, antes sempre retocados, agora, em uma tonalidade escura e sempre tapados por uma touca, e em seu rosto sardento olheiras bastante visíveis.
Eu só queria o abraçar forte e o encher de beijinhos calorosos, pedir desculpas e falar o quanto eu o amava. Todavia eu sou a droga de um frouxo que sempre o machucava, aquele a qual ele provavelmente não queria mais saber da existência.
Eu me odiei tanto.
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