Capítulo I

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Caminhar perto das árvores de ameixa apenas para ver as fortes flores que nasciam naquela época do ano era mais uma coisa que distraía mente turbulenta da menina que estava com a expressão assustadora. O vento castigava as bochechas cheinhas da garota, que se arrependera de não carregar uma touca.

— Eu queria saber se deu certo... — Chutou um montinho de neve. — Que que custa universo?!

Das tantas lamúrias que expressou, aquela foi a mais audível e as pessoas puderam ouvir e escondiam sua vontade de rir da explosão da recepcionista. As pessoas caminhavam ao seu redor e o sol se punha no horizonte, ela se jogou numa mesa da cafeteria que ficava a um quarteirão de sua casa, sem ânimo algum para chegar e ver sua mãe que provavelmente estaria na cozinha.

— O que está fazendo aqui a essa hora? — JinYi se jogou ao seu lado segurando a coleira da pequena bola de pelos.

— Procurando ânimo para voltar para casa. E você? — Perguntou desapercebida e a amiga apenas lhe mostrou a guia vermelha da pequena Mel. — Tá passeando com a Mel? — Sua amiga observou seu estado disperso e riu.

— Perdeu o emprego? Por isso tá avoada? — Cutucou o ombro de NamHee.

— O que?! — A garota acordou dos seus devaneios quando seu precioso emprego foi citado.

— Perguntei se você perdeu o emprego, já que está tão avoada. Só deixando de ver seu bailarino pra esse tipo de coisa acontecer. — Apoiou-se na mesa e mexeu as sobrancelhas de uma forma engraçada.

— Não perdi meu emprego, eu só tive que sair mais cedo. — Respondeu imitando a amiga e se debruçando sobre a mesa. — Ele não é meu...

— Mas aprontou que eu sei. — Apertou o nariz da garota. — É seu sim, eu que sei dessas coisas.

— Talvez... — Escondeu o rosto entre os braços. — Por que eu leio tantos romances?

— Me conta, me conta, me conta! — JinYi pulou no lugar. — Você assiste, ler você só lê matérias sobre dança.

— Quer parar de me contrariar?! — Viu a garota ao seu lado lhe dar um sorriso travesso. — Eu mereço... Quando foi que eu aceitei ser sua amiga mesmo?!

— Sou a melhor amiga que se pode ter. — JinYi jogou o cabelo numa falsa arrogância. — Mas me conta, por favor! — Agarrou o braço da amiga tentando seu melhor aegyo

NamHee olhou para todo os lados procurando uma possível escapatória, sem sucesso. Suspirou, aprumou o corpo e pediu paciência às divindades para todas as brincadeiras que viriam a seguir.

— Eu deixei um bilhete motivacional para o bailarino. — Disse em um só fôlego e comprimiu os lábios encarando a amiga que piscou atordoada.

— Quem é você, e o que fez com a minha amiga?! — Colocou as mãos sobre os lábios.

— Usei os vinte longos segundos de coragem! — Murmurou em um muxoxo.

— Quem disse que achei ruim?! — A garota de Chanel expressou sua euforia no segundo seguinte. — Minha criança cresceu... Ou quase isso. — Maneou a cabeça.

— Eu estou me sentindo uma criança, eu escrevi um bilhete em vez de falar pessoalmente como um adulto faria! — Revirou os olhos e voltou a fazer manha.

— Qual o problema disso?! Cada um tem sua maneira. — Apertou a amiga num abraço. — A sua é ser uma admiradora secreta! — Sussurrou no ouvido da amiga, correndo logo depois.

— YA! — Se colocou de pé.

JinYi apenas lhe lançou um coração com os dedos já longe o suficiente para não ser agredida, e a garota do post-it violeta continuou sentada no lugar sem mais o que fazer. Viu a garota de casaco cor de rosa acompanhada pela pequena bolinha peluda cor de caramelo se afastando e tomou rumo de casa.

P.S. Plié HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora