JinYi foi para trabalho deixando NamHee com seus pensamentos e confusões. No final das contas, não tinha sido ruim deixar post-its por aí, ou era apenas uma bonança antes da bagunça se instaurar. Ela zanzou pela casa sem ter o que fazer, sua mãe a proibiu de sair do seu campo de visão e NamHee apenas procurou um novo filme para assistir enquanto a matriarca voltava para os bordados.
- NamHee, quer tentar se acalmar por favor? - HaeSoo disse com calma enquanto dava mais um nó com a linha azul.
- Não estou nervosa... - Mentiu dando play em um filme qualquer.
- Só não se esqueça que eu te conheço muito bem. - Cantarolou tirando os olhos do tecido claro para encarar a menina, que já tinha os olhos fixos sobre a mulher mais velha.
- Por que mães têm que ser mutantes? - Perguntou mais para o vento do que para sua companhia..
- Não somos mutantes, apenas vivemos tempo o suficiente com vocês para saber lê-los facilmente. - Voltou para seu bordado.
- Ainda acho que são mutantes. - A menina resmungou.
Um tempo correu, o bailarino Jung e a apresentação que chegava vagarosamente passou despercebida. Um chá foi feito e o filme chegou ao seu clímax, NamHee estava sentada ereta, com olhos fixos em tudo que discorria pela trama envolvente e sua mãe suspirava um pouco mais aliviada com tudo. Esperou os créditos subirem à tela e perguntou algo que a vinha rondando desde que tinha lido os convites e visto o nome da peça.
- NamHee, querida, qual a história da apresentação de hoje? - Colocou o pote de biscoitos sobre a mesa de centro antes de se sentar.
- A senhora não estava perto quando contei para a JinYi? - NamHee bebericou seu chá de limão.
- Não prestei atenção... sobre o que é? - A curiosidade estava estampada nos olhos pequenos da mulher e aquilo divertiu a menina.
- Cada diretor faz a sua própria maneira, mas é uma tragédia baseada no conto grego de Ícaro. - Respirou mastigando um biscoito. - Ele faz asas de cera para escapar do labirinto que havia construído junto com seu pai para prender um monstro, mas voa muito próximo ao sol e acaba morrendo por cair no mar. Com o calor, a cera derreteu.
- Mas por que sempre têm que dançar tragédias? - A curiosidade deu lugar à indignação. - Nunca tem um final feliz?
- Geralmente não, mas há muitas variações de Icarus, e é apenas baseada na lenda, sempre muda algo. - A menina deu de ombros e procurou o telefone quando o escutou vibrar.
Era JinYi dizendo que ela deveria ir para o banho, porque já estava a caminho para ser sua estilista pessoal. NamHee foi resmungando para o chuveiro com sua mãe rindo e desejando boa sorte. A menina molhou os fios tentando acalmar os nervos, mas não era tarefa fácil. Pensar que seu bailarino tinha se preocupado com ela, mesmo que só um pouquinho, a deixava agitada ainda que se repreendesse por parecer uma criança ao ganhar doces.
Saiu enrolada na toalha e sua porta foi escancarada por uma JinYi mais agitada que o normal, jogando sacolas e bolsa para todos os lados. NamHee ficou parada olhando todo o furacão acontecendo sob seus olhos apenas segurando sua toalha, gradativamente sentou sobre o puff que estava mais próximo, vendo sua cama virar um stand com maquiagens e vestidos que ela nem sequer sabia distinguir.
- Jin, que baderna é essa? - Perguntou devagar e arrastado, ainda bem assustada com tudo.
- É hoje que esse Icarus cai aos seus pés! - A garota endireitou a coluna, jogou o cabelo e sorriu maquiavelicamente para a amiga.
- Você não pensa que vai conseguir fazer o que bem entender comigo só porque é um convite de Jung JeongMin, né? - A recepcionista tirou o turbante de toalha da cabeça e deixou os fios um pouco húmidos deslizarem até um pouco abaixo de seus ombros.
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P.S. Plié HIATUS
RomanceTalvez tudo o que aquele bailarino precisava era um post-it violeta com aquela assinatura. "Querido bailarino Jung, está difícil? Eu sei que está se esforçando ao máximo que pode, estou torcendo por você, mas, descanse um pouco seu corpo precisa de...