Prologo

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A rua deveria estar deserta devido ao horário, não fosse uma silhueta que se movia meio cambaleante pelas calçadas úmidas por causa da garoa que não fazia muito tempo que tinha cessado, Davis havia passado dos limites aquele dia mas não se importava sua vida estava uma confusão as contas todas atrasadas e corria o risco de perder a casa por falta do pagamento da hipoteca, a esposa Ellen havia abandonado ele levando consigo os gêmeos, o que lhe restava era apenas sua angústia e os sonhos destruídos. Um gole e mais outro gole, depois percebeu que a garrafa estava vazia, cambaleou por alguns segundos até encontrar o chão tentou sem sucesso se levantar mas seu corpo não o obedecia pois o álcool havia tomado conta de sua coordenação , vendo o mundo ao redor girar como uma montanha russa arrependeu se das duas últimas horas naquele bar, o estômago embrulhou e pós todo o líquido que consumirá para fora não restava mais nada, agora até sua dignidade tinha sido destruída, lembrou se que detestava pessoas que se embriagavam seu pai tinha vivido daquela forma e ele o detestava por isso.

-Nao aguento mais o que estou vivendo, que a morte me leve. -Disse o homem quase mordendo a língua.

-Sua sorte acaba de chegar. - Disse uma voz saída da escuridão.

Davis tentou achar de onde ela vinha mas sua cabeça não parava de girar, percorreu o local com os olhos chegou até a virar o rosto mas não viu nada.

-Quem está aí? -Perguntou meio desconfiado sem saber agora onde estava e por um momento tudo se tornou nítido e Davis teve de volta sua sanidade como em um passe de mágica, mesmo assim não conseguia se levantar.

-Pode me chamar de morte, não era quem você procurava?!

A figura de roupas pretas se deslocou das sombras e se aproximou do homem caído em seu próprio vômito com passos calmos, Davis temeu quando viu o que o outro carregava consigo.

-Não me sinto honrado quando tenho que matar pessoas como você, sinto que estou coletando lixo.

-O que vai fazer com isso, afaste-se de mim.-Davis Cambaleou para o lado tentando escapar do que viria, e o mundo girou novamente de uma forma violenta. A figura de preto agachou ao seu lado e o apunhalou no peito dando o que ele tanto desejava, levantou se em seguida e olhou ao redor não havia nenhuma testemunha nunca tinha ele era diferente de seu irmão não gostava de público, logo em seguida retirou um lenço do bolso e limpou seu punhal ensanguentado retirou também uma pedra pequena e cheia de marcas que só ele sabia entender lançou sobre o corpo e aguardou o espetáculo sombras surgiram ao redor se aproximando do cadáver como crias de um predador até por fim saltarem violentamente por cima do corpo no final nada sobrou somente o vômito viscoso, o homem de negro caminhou pela calçada tranquilamente parou alguns metros a frente em uma casa comum, mas lá dentro havia algo precioso, algo que ele foi mandado para buscar.  

Rince Sá Dark "Dança no escuro"Onde histórias criam vida. Descubra agora