Capítulo 54: Peixe narrando

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Meu nome é Felipe Assunção Talboni, mas sou mais conhecido como Peixe.

Meu sobrenome deve ser familiar porque eu sou irmão do idolatrado Coringa.

Meu pai abandonou a minha mãe pra ficar com a mãe do Coringa eu tinha apenas dois anos.

Ele sempre mandou dinheiro mas isso pra mim pouco importava, eu era um pirralho e a única coisa que eu queria era ele ali novamente.

Até os meus quatro anos não entendia o porque do meu pai ter nos abandonado até que um dia ouvi minha mãe falar no telefone sobre essa nova família e o outro filho.

Quando ele voltou pra São Paulo eu tinha seis anos, pensei que iamos recomeçar e ter uma família, mas não e tudonpor causa do Coringa.

Ouvia às vezes as conversa dele com a minha mãe e era sempre a mesma coisa " Eu não posso abandonar o Arthur ele não teve a sorte do Felipe de ter uma mãe como você. "

E foi assim durante anos até que a minha vó morreu e ele perdeu o contato com o pobre e sofrido filho, com quem ele sempre me comparou.

Porque o Arthur era o filho que no ver dele parecia com ele, eu era o fraco, o marica.

Se eu apanhava na escola ele dizia se fosse o Arthur teria acabado com os garotos, o Arthur não ia deixar barato.

Ele sempre participou da minha vida assim como da vida do Coringa, mas as comparações eram cruéis, acabavam comigo.

Todo filho quer ser como o pai, um orgulho pro pai e comigo não era diferente, e por mais que eu me esforçasse nunca era o suficiente porque o Coringa sempre fazia melhor.

Minha vó sempre contava pra ele como o Coringa agia quando se deparava com certas situações e ele se enchia de orgulho.

Até pensei que a situação ia melhorar quando ele não teve mais contato com o Coringa, mas só piorou, porque ele se empenhou em encontra- lo e era como se eu não existisse.

Sempre não passei de um simples vapor até que ele me mandou pro Rio, fui pro morro aonde ele se criou e lá quase que sai de lá sem saber nada do Coringa, porque ninguém lá a não ser  a Kiara o conhecia por Arthur.

E o dono do Complexo da Maré também era só elogios que o Coringa era safo, que se o Coringa não tivesse ido pra São Paulo achar o pai ele ia ser o sub dono, entre tantas outras coisas.

Nesse um ano e meio na Maré eu fiquei estudando o meu meio irmão até que eu resolvi vim pra São Paulo.

Virei vapor no morro do Macaco morro esse que por direito deveria ser meu.

Como vapor pude estudar ele melhor e realmente ele faz valer o vulgo, nunca entendi a preferência do meu pai no Arthur, até conviver com ele e ver que realmente ele sempre estava a um passo a frente dos seus inimigos.

Mas como todo mundo tem uma fraqueza, e ele não é diferente, e a dele  tem nome e sobrenome se chama Pietra se chama Pietra.

Não pretendia fazer nada com a Pietra, até que ele tirou de mim a único bem que eu tinha a Kiara.

A Kiara sempre esteve comigo nessa, desde o momento que resolvi voltar.

Eu só queria que era meu e a Kiara do meu lado, mas ai ele a matou e eu comecei a querer destrui- lo.

Me aproveitei do fato dele não suspeitar de mim, já que estava focado na Lara.

A Lara e a Kiara se  conheceram por acaso, ela ajudou a Kiara quando ele expulsou ela do morro, a garota era tão inofensiva quanto uma mosca, mas quando a Kiara morreu comecei a trabalhar na mente dela até que ela morreu.

Comecei a tirar fotos da Pietra nas minhas folgas, vigiar cada passo dela até o grande dia que eu começaria a destrui- lo.

Comecei a mandar os bilhetes só pra ver a cara dele e me divertia ao ver o desespero dele mesmo sem ele deixar transparecer, era nítido que ele estava com medo que algo acontecesse com a Pietra.

E eu estava amando destrui- lo aos poucos, deixando ele louco sem saber quem quer fazer mal a Pietra.

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Hoje teve o casamento e eu fui atrás deles e pra minha sorte a Pietra ficou sozinha e nessa hora eu agi.

- O que você tá fazendo aqui  Peixe? Não me diga que o Arthur te mandou até  aqui? - diz Pietra

- Isso é que ele recebeu outra carta. É melhor irmos andando. -digo

- Espera vou avisar pro João e ligar pro Arthur. - diz Pietra

- No caminho você  liga.-digo

- Sinto muito Peixe, mas só vou sair daqui quando eu falar com os dois. - diz Pietra

Esqueci o quanto essa garota e cheia de vontade própria.

Encosto a minha arma nas suas costas de uma forma que não chame a atenção.

- Anda logo Pietra que eu não estou de brincadeira e se você gritar pro socorro vai ser pior vou matar vários inocentes na sua frente, e depois eu mato você.  -digo e ela resolve cooperar

Chegamos no local aonde ela ia ficar até eu decidir o que farei com ela.

- Peixe posso saber o por que disso?

- Prefiro que me chame de Felipe Assunção Talboni. -digo

- Talboni...? - diz Pietra confusa

- Isso Pietra sou irmão so seu amado Arthur. O por que disso? Porque ele me tirou o que eu mais amava, tudo que eu tinha a Kiara. Agora é a minha vez de tirar o que ele ama. -digo

- Desiste disso Felipe você não está comprando briga só com o Arthur, mas com o China e com o Ryan também. Você é só um. -diz Pietra

- Cala boca sua desgraçada que eu não pedi sua opinião. -digo dando uma bofetada na cara dela

Tranco ela e vou pra uma sala que tem no local.

Que merda porque eu não pensei nisso? Mas eles não vão me achar, ninguém sabe aonde eu estou. 

DOCE VENENO 🍸3° LIVRO DA TRILOGIA Onde histórias criam vida. Descubra agora