Capitulo XVI-Pinturas a óleo

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Final de Março.

  Ainda bem que Marcus estava vivo. Ainda bem que todos estavam vivos! Foi um alivio imenso para Henry saber que o comunicador só pifou e que seu melhor amigo estava bem. Mas... A mensagem foi alta e clara. Além de ser um choque que deu um grande abalo em sua estrutura. Pareço confusa? Bem, uma frase vai deixar tudo mais claro:

  -Desculpa Henry, mas eu não sinto o mesmo por você.

  É. Foi isso. Um fora.

  Carla o chamou para ir ao telhado no final de sua missão e foi direta com ele em saber de seus sentimentos e muito delicada em solenemente rejeitá-los.

  -H-Hey... Você tá bem? –Carla questiona, preocupada.

  Henry se demora a responder. Sentia um frio horroroso na barriga, misturado a uma sensação de que perdeu todo o calor do corpo. Seus olhinhos miudinhos e castanhos tinham um brilhinho tímido e tremulo, e ele apenas arruma seu rabo de cavalo e disse:

  -T-Tá tudo bem!

  -Mesmo? –Carla o encarou com preocupação.

  -Sim. –Henry dá um sorriso mais longo do que de costume –Que tipo de pessoa eu seria se te obrigasse a ficar comigo?

  Carla dá um sorriso aliviado, abraçando o amigo. Ele por outro lado sorria, mas seus olhos pareciam não ter empolgação.

  -Vamos lá pra baixo? Acho que os baixinhos ainda não comeram todos os doces. –Carla sugere, alegre.

  -Eu passo. Tô voltando pra casa! Meus pais chegam mais cedo hoje. –Henry coça a cabeça, rindo um pouco.

  -Mesmo? Ok, eu aviso pro pessoal. Tchau! –Carla sorri e volta pra dentro do galpão.

  O coelhinho olha para o céu. Estava laranja forte como na maioria das pinturas que admirava. Ele suspira, tentando segurar o choro, dizendo para si mesmo:

  -T-Tá tudo bem. Acontece.

Começo de Abril, dia 6.

  Um caderninho novo. Preto, com folhas grossas, levemente marrons. Henry o ganhou de seu pai, que o deu com um sorriso enorme no rosto antes de voltar para o trabalho. O coelhinho e seu pai eram parecidos na cor do cabelo, um castanho suave como caramelo, além de terem os olhos delicados e muito doces. Apesar da carinha de sono, Henry não deixou de sorrir! Depois de uma semana difícil, aquilo foi um presente maravilhoso.

  -U-Uou! Pai! Meu aniversário é em setembro! Pra que isso? –Henry abraça seu pai, admirando seu caderno novo.

  -Você parecia um pouco distante esses dias, então quis te dar um agradinho. –O pai de Henry dá uns tapinhas fofos nas costas do filho.

  -E a mama contou pra ele que seu outro caderno estava acabando! –A mãe de Henry deu uma risadinha cheia de desdém –Tem que contar a verdade inteira, Lúcio! Esse é nosso trabalho!

  -Ei! Momento pai e filho acontecendo aqui, Nadia! –Lúcio reclama, dando risada.

  Henry e Nadia tinham as feições muitíssimo parecidas, além da cor da pele se assemelhar muito. Ela prendia seu cabelo num coque que o filho considerava muito chique e muito lindo, combinando com a marquinha de nascença que ela tinha na bochecha. Ela sempre corria para arrumar as coisas das reportagens e era a pessoa mais responsável daquela casa.

  -Não tem problema, mama! Eu gostei do mesmo jeito! Gracias, papa! –Henry dá um sorrisinho animado.

  -Você merece, meu pequeno Da Vinci! –Lúcio bagunça o cabelo do filho.

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