Capitulo VI-Aos olhos do inimigo

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15 de Março de 2018

  A maioria dos alunos achavam besteira discutir a morte de uma vereadora no Rio de Janeiro. Quero dizer, isso não afetaria a vida deles, certo? Ela não era vereadora de sua cidade nem nada assim. Fora que morrem pessoas desse mesmo jeito todos os dias no país! Provavelmente a professora Bianca estava pirando na batatinha novamente. Sabe, eu não culpo o desinteresse dos alunos sobre esses assuntos, até por que... Eles não eram muito incentivados à pesquisar sobre esse tipo de coisa e o pouco que sabiam sobre esse assunto em especifico não eram informações exatamente certas.

  Por isso, chega a ser um alivio para um professor ver uma mão levantada e uma pergunta pertinente de algum aluno.

  -Professora! Quem se beneficiaria da morte dela? –Sayuri perguntou de maneira simples e objetiva.

  Os famosos olhares de "Não dá corda pra ela" recaíram sobre a gatinha, que rapidamente abaixa a mão, sentindo que falou algo que não devia. Para compensar, Bianca sorriu para ela e logo falou:

  -Foi uma ótima pergunta, Sayuri. Eu não tenho como falar nomes ou algo do tipo, já que isso seria teorizar em cima do que eu não sei, mas eu posso dizer que alguns grupos políticos se beneficiar disso, já que, bem... Ela era uma pedra no sapato deles.

  -Sendo assim, pode-se dizer que eles tinham medo do discurso dela e, querendo proteger seu pequeno status, resolveram silenciar a voz dela. –Ayame conclui em voz alta.

  -Uma boa alternativa, Ayame. Mas da próxima vez, levante a mão, ok? –Bianca oferece seu mais sincero sorriso de satisfação para Ayame.

  Algumas risadinhas ecoando aqui e ali. Ayame apenas suspira e concorda com a professora.

  -Que ideia ridícula, Ayame. Mas é digna de sua opinião sensata. –Meg debocha.

  -Desculpa, mas não escutou a professora? Levanta a mão se quiser falar! –Ayame retruca –Ah! E sobre a ideia ser ridícula: Talvez pra você seja ridícula porque isso bate de frente com as suas belíssimas ideias, certo?

  E lá vem os urros de briga. Os famosos "Ui! Eu não deixava" e "Toma distraída!". Meg acaba quebrando sua caneta quando Ayame responde isso, mas mantém um sorriso que fingia ser compreensivo em seu rosto. Kim segura uma risada, mas ela esconde assim que sua melhor amiga lhe manda um olhar assassino fortíssimo, o que a fez esconder a risada rapidamente. Sayuri apenas fazia movimentos rápidos para Ayame, querendo dizer "Miga não faz isso!!!!".

  -Garotas, se forem brigar, por favor esperem a aula acabar? Eu vim aqui pra dar aula e não pra ser juíza de briguinha de aluno. –Bianca bate a mão no livro em sua mesa para chamar a atenção das duas.

  -Oh! Perdão professorinha! Eu só queria expor meu ponto de vista, então perdoe minha falta de educação! –Meg falava num tom fofo muito esquisito.

  Ayame faz uma imitação silenciosa de Meg para fazer Sayuri rir e por pouco não são pegas pelos olhos sempre vigilantes de Kim. Ela agia como se fosse a guarda-costas de Meg ou algo assim.

  -A gente ainda via se ferrar muito por isso! –sussura Sayuri

  -Ainda vai valer à pena se a gente tirar a máscara de boa moça dela! –Ayame não escondia o quanto ela queria aquilo.

  Do nada, uma batida na porta. Bianca se apressou em ir atender. A curiosidade misturada a pequena bagunça tomou conta da sala por um breve momento, mas antes que alguém pudesse fazer algo realmente expressivo, a professora volta pra sala com uma enorme surpresa.

  Na hora em que Ayame e Sayuri viram quem era, o queixo delas foram pro chão. Lá na frente da sala. Lá estava ela. De uniforme cinzento imitando uma farda militar em forma de vestido, meias longas azuis e sapatilhas. Aquele cabelinho castanho avermelhado com mechas lilás metálico. Era a princesinha robô. Era Circe.

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