IV - Malditos acontecimentos

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Ainda estou no hospital, o médico disse que Soraia escapou por pouco mais alguns minutos ela não iria conseguir. O que me leva a perguntar,quem era aquela pessoa que estava na casa dela? E porque não ajudou? Escuto a voz da Malu,ela ainda tem aquele olhar distante.

- Malu - A chamo,ela vem em minha direção.

Ela me abraça,posso sentir sua apreensão.

- Os médicos estão cuidando dela - Ela parece distante - Malu eu sei que é uma barra ver esse tipo de coisa, mas preciso que você se concentre e me diga o que sabe - Ela me olha como se tivesse sete cabeças.

- Sei pouco sobre ela, Soraia sempre foi tão quieta, sei que tinha uns caras bem interessados nela - Ela parece que vai chorar a qualquer momento.

- Você falou tudo isso para a policia? - Ela afirma, uma enfermeira vem em nossa direção.

- Melhor vocês irem descansar, ela esta topada e ficara dormindo por um bom tempo - E sai.

- Melhor irmos - Malu fala já caminhando em direção a saída.

Entramos em meu carro em completo silêncio. Eu vou deixar a ficha dela cair, para que possamos conversar melhor. Já é noite quando saímos do hospital nem percebi que tinha ase passado tanto tempo. Sigo direto para a mercearia da Elena.

- Eu nunca estive tão perdida - Malu começa a falar - Ela trabalha comigo a apenas uns meses e eu me apego fácil as pessoas - Ela esconde uma lágrima - Ela sempre tão tímida, simpática eu não sei o que fazer - Ela deixa o choro rolar - Eu sei que ela estava saindo com alguém ,mas nunca me importei em saber com quem - Ela arruma os cabelos - E você? - Ela me olha e sorrir - Pareceu a mulher maravilha lá, como se já tivesse visto esse tipo de coisa - Eu sei que tem uma pergunta escondida, mas vou deixa quieto.

- Vamos ao hospital, e depois a delegacia amanhã - Paro o carro - Quero saber como a policia vai proceder - Saímos do carro - Precisamos falar com o seu Henrique - Estávamos caminhando e ela para de repente.

- O seu Henrique não é mais o delegado - Eu a olho - E eu acho que você não vai gostar muito do atual... - Eu abro a boca para perguntar porque, mas tia Lori sai da loja e me abraça.

- Você está bem certo? - Ela me aperta.

- Sim tia - Ela se afasta.

Malu e Elena nos olham com curiosidade, ela talvez não entendam toda essa preocupação porque não sabe sobre minhas atividades no NCIS. E eu prefiro que continue assim.

- Alexia Flames - Tia Lori fala meu nome todo - Você ouviu o que eu disse? - Eu nego - Nada de armas de fogo, lutas nem muito menos alvos móveis - A olho seria, e ela sabe que falou demais.

Ainda bem que a Malu finge que não ouviu nada, e prende a atenção da Elena. Nos despedimos. Chegando em casa, eu apenas vou dormir, me sinto exausta e meus ferimentos estão incomodando, tomo os remédios e apenas apago. 

Acordo cedo no dia seguinte, tomo um café rápido. Vou direto a pousada onde espero que Santiago esteja. A pousada é de uma velha amiga da minha tia, que me informa o quarto em que ele está. Pego um café pra ele e subo. Bato várias vezes na porta e nada de ninguém atender, bato mais forte com o pé, e um Santi muito mal humorado abre a porta.

- Bom dia delicia - Ele revira os olhos e bufa.

- Merda Al - Ele está enrolado em um lençol, e aposto que em nada mais - Você sabe que eu não sou a porra de uma pessoa diurna - Ele vira as costas e entra no quarto, vou logo atrás, se já não tivesse brincado nesse play eu juro que iria me divertir um pouco - Aposto como você está olhando a minha bunda - Eu gargalho.

- Esses são os documentos que preciso da sua opinião - Eu coloco os documentos sobre uma mesinha - E café - Ofereço a xícara a ele, que está sentado na beira da cama, ele me mostra o dedo e pega a xícara.

Santi tem sido um bom amigo desde a faculdade, transávamos  o tempo todo, e na mesma medida estudávamos. Bons tempos, mas agora somos só amigos. Pessoas em quem confio são poucas mas o suficiente. Santi ainda está com sua ereção matinal.

- Isso você poderia resolver, para um velho amigo - Ele passa a mão pelo abdome trincado e apalpa seu pau.

- Passo - Vou até ele, dou um beijo em sua bochecha - Veja os documentos, nos falamos mais tarde - Saio deixando ele gargalhando.

Tê-lo por perto vai ser bom, afinal não posso assegurar que não irei presa por bater em certas pessoas. Vou direto para a casa da Malu. Ela já esta me esperando no portão, seguimos para o hospital.

- Você está bem? - Ela apenas afirma - Eu cai igual uma pedra na cama - Malu nunca está tão calada.

- Eu quase não pego no sono, eu não sei como você não ficou assustada - Ela me olha de canto  de olho - O que você faz para viver Alexia? - Eu respiro fundo.

- Sou uma agente do NCIS, uma força tática da marinha - A vejo engolir em seco - E só posso falar isso, eu sinto.

- Tudo bem, isso esclarece muita coisa - Voltamos a ficar em silêncio.

Chegando no hospital vamos direto ao quarto de Soraia, que está acordada e parece perdida em pensamentos.

- Soraia? - Malu chama suave - Podemos falar com você? - Ela olha da Malu pra mim - Precisamos saber o que aconteceu e  - Soraia começa a chorar.

Temos que esperar um tempo até ela se acalmar.

- Eu... - Ela respira fundo tentando se acalmar - Eu não posso - E mais lágrimas.

- Você preferi falar com a policia? - De choro suas feições passam a medo, o que liga meu alerta.

- Soraia - Ela me olha ainda chorando - Eu sou Alexia - Ela começa a enxugar suas lágrimas - Estou aqui para ajudar você, sei que muita merda tem acontecido em sua vida, mas você não precisa mais ter medo - Ela me olha curiosa - Eu sou advogada e sei como agir nesses momentos - Posso ver um rastro de esperança em seu rosto - Faremos que fez isso com você pagar, de uma forma ou de outra - Ela inspira - Eu sei o que fizeram com você, e sei também que você não teve culpa nenhuma, e esse infeliz merece um castigo - Ela sorrir frágil - Preciso que você fale comigo, para que eu possa trabalhar - Ela me olha por um tempo.

- Eu estava saindo com o Arthur Mondvouar - Malu parece surpresa - Ele me levou em casa algumas vezes, ele sempre insistiu para me levar para a cama mas eu  - Ela para e uma lágrima silenciosa cai - Ele me levou em casa um dia e disse que queria um pagamento por todas as caronas e foi - Ela coloca as mãos no rosto - Ele me empurrou para minha casa e me forçou no chão da minha sala - Ela fala tudo de uma vez - Eu não posso lutar contra ele, ele tem poderosos ao seu lado e eu... - Ela se cala e volta ao choro, Malu a abraça.

- Você tem a mim - Malu me olha admirada.

A enfermeira nos expulsa do quarto, e eu sinto meu corpo tremer de raiva. Eu já enfrentei esses tipos, e como diria meu chefe a cadeia pra eles é um privilégio.

- Alexia? - Malu chama minha atenção.

- Vamos a delegacia, quero ver os progressos do caso -  Aperto meus punhos - Mas eu queria mesmo era achar esse maldito -  Malu parece assustada.

- Alexia, você não reconheceu o sobrenome? - Eu nego - É o irmão da Kayla - Porra - E consequentemente cunhado do xerife - Merda ao quadrado.

- Não me importa, ele vai pagar nem que seja no inferno - Vamos para o carro.

Chegando no carro eu espero Malu entrar, e tento respirar várias vezes antes de entrar.

- Alexia - Malu fala assim que entro - O novo xerife é o Will - Engulo em seco - Alexia?

- Não importa, eu vou ao inferno mas esse cara não vai sair ileso - Ligo o carro com força e seguimos para a delegacia.

Flames ( Em pausa)Where stories live. Discover now