Fecho os olhos e lembro como tudo começou.
Eu e Harry andávamos bêbados pelas ruas de Londres. Já era de madrugada. Estávamos rindo e falando idiotices como sempre fazemos quando estamos bêbados. Então do nada uma garota corre em nossa direção, parecia que ia desmaiar. Seus cabelos eram pretos e ondulados, seus olhos eram cinzas e suas expressão era de medo. Harry joga a garrafa de vodka do outro lado da rua e segura o braço da menina. Seu pescoço sangrava e suas mãos também, pois ela tampava o ferimento.
- O que aconteceu com você? - perguntei com a voz meio embolada.
- Fujam... Ela está vindo atrás de mim! - ela diz paralisada e olhando pra algum lugar atrás de mim e do Harry. Olho pra trás para ver se têm alguém, mas não tinha.
- Ela quem? - Harry pergunta em seguida.
- Fujam! - ela ordena e seu ombro cai, levando-a de encontro ao chão. Franzo a testa e começo a ficar nervoso. Olho para o Harry que parecia pior que eu.
Um vulto preto passar por nós dois. Engulo em seco. Sinto um arrepio na nuca e consigo ouvir uma voz feminina '' Mais brinquedinhos para mim!''.
- Quem falou isso? - Harry pergunta olhando para os lados. Ele também ouviu.
- Eu. - uma mulher com os olhos vermelhos e o cabelo da mesma cor, vança em cima do Harry. Arregalo os olhos ao ver o quanto ela era rápida e forte. Sinto meu corpo tremer. Que merda era aquela? A mulher senta em cima do Harry e vai em direção ao seu pescoço. Harry grita e puxa o cabelo da mulher. O que ela estava fazendo com meu melhor amigo? Voou em cima da mulher misteriosa e dos olhos vermelhos. Rolamos no chão e com sorte paro em cima dela.
- Ela... Ela me mordeu... - Harry diz gaguejando. Ele olha pra sua mão cheia de sangue após passar em seu pescoço. Franzo a testa. Mas o que ela fez?
- O que você fez com ele sua vadia? - cuspo as palavras.
- O mesmo que eu vou fazer com você! - Num movimento rápido ela já esta em cima de mim. Tento jogá-la para o lado, mas é em vão toda minha força. Ela é muito mais forte. Sua mão segura com força meu queixo e é ai que sinto duas coisas afiadas perfurarem minha pele na região do meu pescoço. Uma dor aguda me invade. Ela estava me mordendo. O sangue que percorre em minhas veias parece ficar frio. Como se um veneno estivesse me invadindo. Já não tenho nem mais força pra manter os olhos aberto, mas continuo lutando. A mulher misteriosa sai de cima de mim e some. Viro minha cabeça para olhar o Harry. Ele estava de olhos fechados e a boca entreaberta.
Será que ele morreu? Será que eu vou morrer também? Penso. Talvez fosse um pouco tarde demais pra pensar nisso, pois os meus olhos se fecham e minha respiração para.
Era como se eu estivesse vendo um filme de toda minha vida. Meus melhores momentos, os piores. Meus pais, meu irmão. Meus melhores amigos. A formação da banda. Minhas namoradas. Tudo isso estava passando em minha mente. Eu não sabia dizer se estava morto, até que ouço vagamente a voz do Harry. Harry! Ele estava vivo! Luto comigo mesmo para que eu consiga abrir os olhos. Estou no mesmo lugar. Harry estava ajoelhado ao meu lado e garota desesperada de antes, estava também do lado. Tento me levantar e consigo ficar sentado. Estava chovendo e todos nós estávamos encharcados.
- O que aconteceu? Cadê aquela mulher? - pergunto confuso. Ninguém me responde. Harry e a garota olhavam para meu pescoço. A garota leva a mão até meu pescoço e fica boquiaberta.
- A mordida dele também sumiu... - Harry diz franzindo a testa e olha para garota que engole em seco. Passo a mão no pescoço e sinto que não tem nada.
- Que cheiro é esse? - pergunto ignorando os dois. Levanto sem dificuldade e me sinto mais forte do que o normal. Muito mais forte. Aperto as mãos e olho para as mesmas, incrédulo com o modo de como estava me sentindo.
- Eu também estou sentindo! - a garota levanta olhando para os lados. Harry faz o mesmo. O cheiro que invade minhas narinas era extremamente gostoso. Tento me concentrar querendo lembrar que tipo de cheiro é esse, quando ouço vozes. Não a da garota e a do Harry. Outras. Escutei vagamente alguém falando sobre remédios. Franzo o cenho.
- Ouviram? - pergunto olhando para os dois que pareciam estar em transe.
- Ouvi vozes... - Harry diz confuso.
- Hospital... Remédios... E no hospital têm... Sangue! - a garota fala e seus olhos brilham, como se estivéssemos falando de bilhões de dólares em sua conta bancária. Sinto minha garganta seca. Eu estava morrendo de sede e essa palavra sangue me deixou louco.
- Sangue... Porque soa tão bom? - Harry diz franzindo a testa.
- Porque somos vampiros. - a garota diz. Meu corpo estremece. Ouvi vozes, a mordida no pescoço que a propósito, sumiu. A sede, o cheiro... De sangue! Somos... Vampiros!
[...]
Naquele mesmo dia nós invadimos o hospital e pegamos bolsas de sangue. No começo achei que seria nojento, mas quando bebi eu queria mais, muito mais! Quase fomos pegos e meu desejo foi matar a enfermeira pra que assim eu pudesse beber seu sangue, mas a garota e Harry conseguiram me controlar. De alguma forma Harry disse a enfermeira que ela esquecesse de tudo e sumimos. Ela nunca nos procurou, já até voltamos lá e ela pareceu não nos conhecer. Foi ai que descobrimos que conseguimos hipnotizar pessoas. Descobrimos outra coisa quando estávamos nos preparando para um show. A filha do nosso empresário era linda e ela veio nos dar boa sorte. E foi quando ouvi meu nome ''Niall deve acha-la perfeita, combina com ele.''. Fiquei confuso e procurei quem falou isso, mas todos estavam calados após dizer obrigado. Harry me olhou confuso e por um momento pensei uma coisa idiota ''Foi você quem falou?'' e pra minha surpresa Harry fica boquiaberto e balança a cabeça em afirmação. Naquele dia nós descobrimos que podemos nos falar por pensamentos. E sabe aquela garota desesperada? É a Violet. Agora ela é a nossa melhor amiga.
Agora você deve estar se perguntando: E os outros? Eles sabem? Vocês matam pessoas? E o sol, como fica? E sua carreira de cantor? E a banda?
Bom, está tudo como antes. Fora o fato de eu e Harry sermos vampiros e mantermos isso em segredo, tudo é a mesma coisa. Antes de fazermos shows, ou sair para lugares com muitas pessoas eu e Harry sempre bebemos várias bolsas de sangue. Nós pegamos tudo no Hospital, ninguém nunca desconfiou. Sobre nossos amigos, eles não sabem de nada. Nunca se quer pensaram na ideia de que somos vampiros. No começo foi estranho olhar para eles e sentir vontade de beber o sangue deles, mas logo nos acostumamos. Nós moramos em conjunto, um do lado do outro. Sol? Não atrapalha em nada. Esqueça aquilo de que vampiros ao saírem no sol, são queimados. Nada disso, apenas histórias. Se matamos pessoas? Já tive vontade. Já mordi várias, mas sempre dei meu sangue a elas para que não virassem vampiros e acordassem como se nada tivesse acontecido. Sou meio que rebelde. Harry nunca mordeu pessoas, só bebe sangue das bolsas dos hospitais ou então mata animais. Harry é do tipo ''o vampiro certinho e romântico'' eu sou, digamos que, ''o vampiro divertido''. Na língua de outros, eu sou galinha. Mas sabe, se um dia me pedirem um conselho pra vida toda, eu diria:
Se estiver bêbado, nunca ande pelas ruas de Londres de madrugada. Vai que aparece uma louca, te morde e você vira um vampiro. Sei lá. Só um conselho de um garoto normal. Ou não.
espero que tenhao gostado do primeiro capítulo. Xau :-P
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Uma vida esrtanha...
VampirePara os amantes tanto da antiga banda que fez sucesso mundialmente na vida de muitas/os jovens, e tambem para aqueles que amam o obscuro e o sobrenatural.. tem aqui uma pequena historia com 7 capitulos ainda não acabada mas perto do final.. fiquem a...