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ESPECIAL CAPÍTULO

CAIO

(Palmas-TO/Brasil)
Gargalhadas, muitas piadas e zueras, com a gente não existe tristeza, eu e minhas amigas somos inseparáveis elas são tudo pra mim, desde que me assume gay para minha família, tudo se tornou uma longa e grande aventura contra o preconceito, meus pais me aceitaram numa boa, mas nem todo mundo é do bem.
Estávamos no mesmo lugar onde a gente sempre costuma se encontrar para conversar sobre garotos e sobre vários outros assuntos de garotas que eu super me indentificava, os garotos gatinhos que passavam na rua viram alvos de nossas bocas. Muitos falam de mim pelo fato de eu andar com garotas mas eu não ligo, sempre foi assim desde a terceira série, sempre gostei de ter amigas, sofre muito preconceito por isso, mas já superei, eu me achava estranho com doze anos eu já sabia que eu era diferente por gostar de garotos, transei com outro garoto pela primeira vez com treze anos, ele tinha quinze e foi muito doloroso eu confesso, mas nem por isso eu deixei de gostar de garotos, o primeiro garoto que eu gostei de verdade só fez me usar, ele só quis me comer mesmo, eu até cheguei a me humilhar para ele, mas nada de reciprocidade, eu sempre fui burro para amar sempre amei a pessoa errada, eu sempre fico com garotos, mas sem nada sério, já levei muito na minha cara e hoje eu amo só as minhas amigas mesmo, Priscila, Ana, Mariana, Cláudia, Josimara, Rafaela e Isabel. É uma amizade muito forte mesmo, com elas eu me sinto uma garota e realmente me sinto porque o namorado da Rafaela, da Ana e o da Cláudia já deram em cima de mim, claro que às vezes eles estavam alcoolizados mas não foi apenas uma vez, eu nunca quis contar para elas porquê sei que elas gostam muito deles e eu sempre preferi ver elas felizes do que triste, o bom é que eu nunca dei atenção para as cantadas deles e nunca traí minhas amigas. Hoje sou colega de todos, sempre quando alguém me ver fala comigo onde eu estiver, tenho um grande amigo o Jefferson, ele é muito legal, eu nunca pensei em dar em cima dele por medo de perder a nossa amizade dele, prefiro guardar isso ao máximo, eu gosto muito dele mas acho que é só como amigo.
...
Em um dia normal cheguei em casa super feliz, eu sempre fui assim uma pessoa alegre e agitada, minha mãe estava na sala com o meu pai eu achei estranho meu pai chega sempre tarde do trabalho. Minha mãe me viu entrando e logo disse:
- Caio filho, a gente quer conversar com você.
- Conversar o quê comigo mãe? - perguntei.
- Filho a gente vai se mudar. - disse minha mãe.
- Se mudar de casa, como assim se mudar? - eu não estava entendo.
Minha mãe então explicou:
- A gente vai se mudar para outra cidade, filho, ou melhor a gente vai se mudar para outro estado, daqui a uma semana.
- O quê, porquê mãe, eu não posso sair de Palmas aqui é o meu lugar, o meu lar, não posso deixar tudo pra trás assim, minha vida está toda aqui mãe. - falei porque eu não estava acreditando.
Minha mãe logo rebateu:
- Ou a gente viaja ou seu pai perde o emprego e aí o quê você prefere ficar pobre e morar debaixo da ponte, ou viajar e ganhar mais dinheiro pra continuar com essa vida boa que a gente te dá?
Não tou acreditando nisso corre e subi a escada rapidamente, fui para o meu quarto, logo avisei minhas amigas sobre a viagem, assim como eu elas também não acreditaram, mas para não ver tristeza eu só avisei e saí do grupo em seguida desliguei meus dados para não ver as mensagens, fiquei alí parado, o que eu vou fazer agora, de repente alguém bateu na porta do meu quarto, eu pensei que fosse minha mãe ou meu pai então gritei:
- VAI EMBORA.
- Caio é o Jefferson.
O que ele quer aqui?
- Jeff eu não quero conversar com ninguém.
Ele, mesmo assim, entrou no meu quarto e disse entrando:
- Caio eu já sei da viagem a tua mãe me contou tudo.
Eu estava apenas triste, mas agora comecei chorar e falei:
- Jeff eu não posso ir embora de Palmas aqui é o meu lugar, foi aqui que eu conquistei tudo, respeito e várias amizades, Jeff eu não quero ir.
O Jefferson veio e sentou do meu lado na cama falando:
- Eu sei como você se sente, mas cê já contou paras meninas?
- Sim.
- Nossa cara que barra sinto muito, ir embora assim do lugar que você mora desde criança deve ser muito ruim mesmo, eu consigo imaginar. - Jeff dizia e eu de cabeça baixa chorando.
Eu olhei para ele e falei:
- É muito ruim mesmo, o pior é que as aulas vão começar segunda e eu não vou poder ir.
O Jefferson ficou nervoso, desviou seu olhar de mim e disse:
- Caio eu vim aqui por quê... - Jeff falava mais parou
- Por quê? - fiquei curioso.
- Eu sei que nós somos amigos e eu nunca quis estragar essa amizade, o fato é que eu sinto um carinho enorme por você e eu nunca tive coragem de falar o que eu sentia, quando a sua mãe me contou dessa viagem eu fiquei sem chão e pensei muito antes de vim aqui falar com você. Caio eu sou e sempre fui louco por você.
Eu estava paralisado ouvindo aquilo ele sempre gostou de mim e agora que veio me falar isso, sem saber o que fazer, tasquei um beijo nele de tirar o ar, sua boca sempre foi alvo dos meus olhares e eu sempre dizia para mim mesmo, o Jeff é só meu amigo e amigo não fica com amigo.
OS GÊMEOS E EU II

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