Deus da Destruição I • Jungkook

41 - Seria errado?

Eu não queria, mas aconteceu...

Eu simplesmente desabei nos braços do Jimin como se meu mundo todo tivesse sido destruído e não tenha sobrado mais nada. Seus braços me envolviam e me apertavam cada vez mais forte na medida que eu me sentia mais angustiada. Ele não falava nada e eu o agradecia por isso. Eu só queria chorar. Liberar tudo que eu guardava a dias dentro de mim. Dias não, longos anos!

── Sabe... ── Escuto a voz dele. Sua respiração estava calma, o que me trazia um certo conforto. ── Acho que você não é idiota de não ter percebido que eu tive imprint por você. ── Mordi meus lábios. É claro que eu sabia disso, só não sei o que fazer a respeito disso. ── Queria poder fazer algo por ti, de coração. Você é uma pessoa maravilhosa, e eu estou odiando ouvir você chorar. Mas saiba, Isabella... ── Senti que nossos corpos ficaram mais quentes. Aquilo realmente estava me acalmando aos poucos. ── Pode conversar comigo, pode chorar comigo, pode ser você mesma comigo! Confie em mim, pois juro que não irá se arrepender nem um pouco disso. Sei que não conversamos muito, mas pode fazer de mim, um pequeno refúgio. Porque eu, Park Jimin, irei te receber de braços bem abertos. Irei te ouvir, te aconselhar e tudo mais. Mas por favor, aguente firme. Você tem à mim, tem aos meninos. Então não desista de vez. ── Suas palavras me tocaram a alma. Eu precisava ouvir aquilo.

Tentei engoli o choro e permiti que seu corpo esquentasse o meu. O calor do seu corpo era tão bom! Fazia muito tempo que não me sentia assim. Na verdade, não me sinto assim desde que Taemin morreu. Todos as noites difíceis que eu passei, Taemin estava lá. Ele me aquecia com seu corpo, cantava pra mim. Ele me ajudava em tudo, até nos meus períodos intensos de cio. Ele me freava, me colocava no meu devido lugar. Saber que ele morreu me destruiu demais. Tudo aquilo que ele ajudou a construir, desmoronou como se não fossem nada.

── Obrigada. ── Sussurro contra seu peito. ── Sério, obrigada mesmo. ── Funguei e o apertei mais um pouquinho. Meu salvador.

Estava me sentindo muito carente agora. Ele acharia estranho se eu pedisse pra ficar comigo esta noite? Não queria me sentir sozinha durante a madrugada. Capaz de eu sair por ai, sem rumo e correr risco de me esbarrar com alguém indesejável. Fazia isso com muita frequência quando me sentia assim.

── Não a nada com o que agradecer, minha linda. ── Ele deixou um beijo em minha testa.

"Eu quero entender que sentimento é esse. Parece que tem um buraco em meu peito."

Diz Lilly.

Tudo o que Lilly sentia, eu sentia também e vice versa. É uma conexão muito forte. Tinhamos que lidar com isso pois eu sentia que a dor dela era muito mais forte e intensa do que a minha dor.

Depois de ter engolido o choro, tomei coragem para olhar pra ele. Seus olhinhos me olhavam com ternura, com amor, carinho. O olhar dele demonstrava um monte de coisas e aquilo me deixou um pouco mal, bem lá no fundo, mas deixou. Não quero magoar ninguém! Eu sei que erro e muito.

── Você por um acaso... ── Senti meu rosto queimar. ── Ficaria aqui comigo? Não quero ficar sozinha. ── Meu rosto pinicava tanto de vergonha.

Ele abriu aquele sorriso que tanto achava adorável. Senti meu coração acelerar um pouco.

É, eu estou muito sensível e carente.

── Claro. ── Ele diz e eu apenas voltei a enfiar meu rosto em seu pescoço e me permiti aproveitar de seu carinho.

Não sei quanto tempo passou, mas acabei adormecendo nos braços do Jimin.

(...)

Sinto algo quente ser deslizado pelo meu rosto bem devagar. Não ousei abrir os olhos, pois já sabia que era Jimin ali e eu estava gostando daquilo. Era uma sensação boa. Depois de um tempo, sinto algo macio sendo pressionado em meus lábios e acabo me surpreendendo. Eu não conseguia acreditar nisso... Ele me beijou enquanto dormia? Ou, no caso... Fingia dormir?