Acordo e vejo que Mika não está mais aqui, pego o celular e olho a hora, são 17:30. Acho que dormi demais. Levanto e vou em direção a sala, não vejo sinal de minha mãe. O negócio tá muito bom, ela não voltou ainda, mas é bom ela sair, assim não fica presa em casa, espero que ela esteja se divertindo. Subo pro quarto de novo, olho no celular novamente, tem algumas mensagens: uma de Mika, avisando que teve que ir; uma de minha mãe, avisando que está voltando e uma de Tayler, dizendo que está quase chegando.
Fico com raiva. Ouço um barulho de carro em frente de casa, acho que ele chegou. Desço para ver, ouço a campainha, vou em direção a porta, quando abro, ele está com um sorriso estampado na cara. Como ele consegue sorrir, sabendo que está mantindo? Ele tenta me dar um selinho e eu desvio, fazendo ele beija minha bochecha.
- Aconteceu alguma coisa? - diz ele.
- Não, nada - digo seco.
- Então, já está pronto? - diz ele.
- Eu não vou sair mais não - digo.
- Mas porquê? - diz ele com semblante triste, até parece que me engana.
- Não tô me sentindo bem - minto.
- O que você tem, já tomou remédio? - diz ele.
- Já sim, mas ainda não passou - digo.
- Então eu fico aqui até você melhorar - diz ele.
- Não precisa, minha mãe já está quase chegando, melhor você ir.
- Qual o problema? Ela não vai encontrar nada de mais - diz ele.
- Eu quero ficar um pouco sozinho - digo querendo que ele vá.
- Lian, o que está acontecendo, me diz. Você não é assim.
- Não aconteceu nada, só não estou me sentindo bem, já disse - digo um pouco grosso.
- Aconteceu sim, eu te conheço o suficiente pra saber que você está com alguma coisa te incomodando - diz ele.
- Só vai embora, Tayler - digo fechando a porta, mas ele coloca o pé.
- Só vou sair daqui quando você me disser o que aconteceu, e dane-se se sua mãe chegar e nos pegar - diz ele.
Eu então olho nos olhos dele, ele olha nos meus, ficamos nos encarando por uns dois minutos.
- E então? - diz ele.
- Por que você mentiu pra mim sobre ontem? - digo.
- Como assim, eu não menti - diz ele.
- Eu sei que seus avós então mortos, não se faça de inocente - digo.
Ele me olha com cara de quem fez algo errado.
- Então Tayler, por que mentiu? - digo.
- Me desculpa, eu fui um babaca, eu não vim por que minha mãe me obrigou a sair com a Talia, eu não tive o que fazer - diz ele.
- Você não é mais criança pra fazer tudo que sua mãe manda, Tayler - digo.
- Eu não quis contrariar, não é nem tanto por ela, é mais pelo meu pai, ele tava em casa ontem, viu todo o drama de Talia e pediu que eu saísse com ela, eu não nego pedidos do meu pai, ele é muito bom pra mim - diz ele.
- Mas você não contou a seus pais que tinha terminado com ela? - digo.
- Eu ainda não tive oportunidade de contar, não quero chatear meu pai, ele sempre quis ser avô, e achava que Talia seria a pessoa que iria dar esses netos - diz ele.
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Amor Verdadeiro
RomanceLian é um típico adolescente gay que busca alcançar a felicidade com um amor verdadeiro, porém o preconceito de pessoas que não o entendem entra em seu caminho. A única pessoa que sabe de seu segredo é sua melhor amiga, Mika. Quando conhece Tayler...