Estou aqui a tarde toda pensando em como eu vou dizer a minha mãe que sou gay. Resolvi falar, acho que ela tem todo o direito de saber. Mas como dizer? Está quase na hora de me arrumar para o jantar e eu não sei o que faço primeiro. Se ela me ama de verdade, acho que vai me aceitar do jeito que eu sou, não vai me rejeitar ou algo do tipo. Que dúvida. Bom, vamos lá, é agora ou nunca. Respiro fundo.- Mãe? - digo vendo ela passando na hora exata que eu ia chamá-la.
- Sim? - diz ela voltando.
- A gente pode conversar? - digo.
- Claro, o que aconteceu? - diz ela vindo e sentando na minha cama.
- Mãe... - digo sem saber por onde começar.
- Sim? - diz ela.
- Não sei como te dizer isso - digo.
- Tudo bem se não estiver pronto para falar, eu espero - diz ela colocando sua mão na minha e levantando.
- Não, mãe, você tem o direito de saber, você é minha mãe - digo.
Ela volta e senta na cama.
- Mãe, eu... eu... - as palavras ficam presas na garganta.
- Você... - diz ela.
Ela me olha esperando eu dizer logo.
- Você quer que eu te ajude? - diz ela.
- Como você me ajudaria? - digo.
- Você está tentado me dizer que é gay e não sabe como me dizer, é isso? - diz ela naturalmente sem esboçar expressão nenhuma.
Olho para ela esperando, eu pensei que esses negócios de que pais sabem de tudo fossem bobagem, mas agora estou vendo que não.
- O que foi? Tá surpreso? Era pra você me contar e eu ficar surpresa e tal né, desculpa, podemos tentar de novo se quiser - diz ela.
- A senhora está achando isso engraçado? - digo.
- Ah, sim, desculpe, é que sua cara está muito engraçada - diz ela dando uma risadinha.
- Então a senhora sabia? - digo.
- Sim.
- E não está desapontada? - digo.
- E porquê estaria? - diz ela.
- Por eu ser assim...
- Por ser essa pessoa maravilhosa que é? Não, não estou - diz ela.
Meus olhos se enchem de lágrimas, eu desconfiava que ela aceitaria, mas não que seria tão facilmente assim.
- Oh, meu filho, por que está chorando? - diz ela.
- Estou tão feliz que a senhora está me apoiando, que não me xingou, ou bateu, e falou que isso é errado - digo e as lágrimas caem.
- Que tipo de mãe eu seria se fizesse isso com a pessoa que mais amo nesse mundo? Eu sempre vou te apoiar, não importa quantas pessoas falem que isso é errado, você não deve se deixar levar. Lembre que você tem sua família e seus amigos que te apoiam muito - diz ela me abraçando, eu a abraço de volta.
- Obrigado, mãe - digo entre os soluços.
- Não tem que agradecer nada, eu que agradeço por você ser esse menino doce que você é, só quero a sua felicidade - diz ela.
Eu a abraço ainda mais forte.
- Você tinha que ir em algum lugar, não? - diz ela.
Olho o celular limpando as lágrimas e está quase na hora de Tayler chegar.
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Amor Verdadeiro
RomanceLian é um típico adolescente gay que busca alcançar a felicidade com um amor verdadeiro, porém o preconceito de pessoas que não o entendem entra em seu caminho. A única pessoa que sabe de seu segredo é sua melhor amiga, Mika. Quando conhece Tayler...