Acordo e não estou mais amarrado, estou com um cobertor. E pelo que percebo não estou mais no mesmo cômodo. O quarto que eu estava antes não tinha móveis, esse aqui já tem um guarda roupa e um criado mudo, e vejo duas portas, acho que uma delas é o banheiro. Alguém abre a porta.
- Ah, você acordou!- diz Gabriel com uma bandeja com alguns alimentos.
Não digo nada, apenas fico quieto.
- Trouxe seu café da manhã - diz ele colocando a bandeja em cima da cama.
- Não estou com fome - digo.
- Mas você vai comer - diz ele com voz autoritária.
Me assusto um pouco. Ele vai até o guarda roupa, o abre e pega uma blusa e vem em minha direção.
- Desculpa ter rasgado sua blusa, não sei o que eu estava pensando, quero que você goste de mim, e não que tenha pavor - diz ele me entregando a blusa.
- De você? Quer que eu goste de você? Me deixe ir, por favor - digo.
- Essa conversa de novo - diz ele.
- Gabriel, o que você está fazendo é errado.
- O que estou fazendo é por amor, eu gosto de você - diz ele.
- Amor?, nós nunca tivemos nenhum tipo de contato, como você pode sentir alguma coisa por mim? - digo.
- Já tem um tempo que eu gosto de você, desde o primeiro ano. Você sempre na sua, não tinha amigos, todo tímido. Até aquela menina aparecer na sua vida, e você ficar mais alegre, até que eu tava achando legal. Você ficava feliz, isso te deixava bonito. Mas não suportei quando Tayler atrapalhou sua vida, mudando ela por completo, você deixou de ser tímido, começou até a ter mais amigos, e o pior de tudo, começou a gostar de alguém. Logo no começo tudo bem, vocês se odiavam. Até aí beleza, mas vocês tinham que fazer aquele trabalho juntos, tinham que gostar um do outro... Você tinha que gostar dele, né? - diz ele.
- Não tô entendendo, se você gostava de mim, por que nunca falou comigo? - digo.
- Não queria que os outros descobrissem que eu gostava de você, não queria ser zoado por toda a escola por ser viado - diz ele.
- Você se importa mais com opiniões alheias do que com o que sente? - diz ele.
- Sim, me importo, nossa sociedade gira em volta disso, não tem como evitar - diz ele.
- A sociedade pode ser cruel, mas você deve combater essa crueldade sendo feliz - digo.
- Então, agora eu sei disso, por isso trouxe você para perto de mim, você vai gostar de mim também - diz ele.
- Gabriel, não, você sabe que eu amo o Tayler, não se pode obrigar alguém a te amar - digo.
- Eu vou abrigar você, ou você gosta de mim por bem ou por mal - diz ele e sai, batendo a porta e a trancando.
Me assusto com o bater da porta. Levanto da cama e me sento. Olho a condição de minha camisa, e está deplorável, toda rasgada no peito. O quarto é um pouco gelado, então tiro e visto a blusa que Gabriel me deu. Depois de um tempo, a fome começa a apertar, mas não como, não vou dar o gostinho de que eu estou começando a aceitar o que ele está fazendo. Vou até a porta que achava que era o banheiro e realmente é. Escuto a porta se abrindo.
- Está conhecendo os aposentos - diz ele.
Saio do banheiro e volto para cama.
- Não tocou no seu café. Então você não está com fome, ficará sem almoço, e lhe trarei só o jantar, se eu estiver de bom humor - diz ele.
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Amor Verdadeiro
Roman d'amourLian é um típico adolescente gay que busca alcançar a felicidade com um amor verdadeiro, porém o preconceito de pessoas que não o entendem entra em seu caminho. A única pessoa que sabe de seu segredo é sua melhor amiga, Mika. Quando conhece Tayler...