Capítulo 2- Encontro desnecessário

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Bom, mais um dia começa. Daria tudo pra não encontrar aquele imbecil de novo. Pessoa rancorosa, primeira vez que vejo alguém ficar chateado por causa de uma trombada, e olha que quem caiu fui eu.

- Tá pronto? - pergunta Mika.

- Sim - digo.

- Então vamos nessa.

Chegamos na escola e fomos direto pra sala. Logo todos entram, inclusive "ele". Vem em minha direção com um sorriso tosco, que só por Rá viu.

- Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece - digo.

- Você disse algo, bicinha? - pergunta ele.

- Se toca, garoto - diz Mika.

- O cão de guarda pelo jeito tá alerta.

- Quem você tá chamando de cachorro?

- Você mesmo.

- Deixa ela em paz, cara -  digo.

- E se eu não quiser, vai fazer alguma coisa, florzinha? - diz ele.

- Só quero que deixe ela em paz, não quero arranjar problema.

- Não dá bola pra esse babaca, Lian - diz Mika.

- Quem você tá chamando de babaca? - pergunta ele.

- Você mesmo: o idiota.

- Sua...

- Todos sentados, vamos começar a aula - diz o professor. Ainda bem, não aguentava mais.

Então ele senta com cara de raiva. A aula segue normalmente assim como todas, mas sempre com ele a me encarar. Bate o sinal para irmos embora e saímos. Percebo que choveu enquanto estávamos na sala, o suficiente pra formar poças d'água na rua. Estamos eu e Mika esperando o sinal fechar para atravessamos quando...

- Filho de uma... - paro de falar quando vejo quem é.

- Esse cara é um babaca mesmo - diz Mika toda ensopada junto comigo.

Acredita que ele teve a coragem de dar a ré?

- Isso é pra vocês aprender que comigo ninguém mexe e sai ileso - diz Tayler com cara de satisfação.

- Você me paga seu playboy de merda - diz Mika revoltada.

Então ele acelera e sai dando gargalhadas. Chegando em casa, vou direto pro banho, me lavo bem e depois troco de roupa. O que a pessoa tem na cabeça pra fazer uma coisa dessas?, penso sozinho. Resolvo deixar para lá e vou dormir. O resto da semana foi normal daquele jeito, ele nos encarando e provocando, sério, já tava me enchendo a paciência aquilo. Finalmente chega sábado, quem sabe não chamo a Mika pra sairmos por aí, sei lá, não sou de sair muito, mas de vez em quando é bom.

- O que tá fazendo? - pergunta Mika na porta do quarto.

- Vai assustar a cão, diabo, quer me matar do coração é, sua rapariga? - digo com o coração a mil pelo susto.

- Quem sabe. - Faz aquela cara de debochada.

- Engraçada você, né? - pergunto ironicamente.

- Eu me esforço - diz ela

- Tava pensado em você agora - digo a ela.

- Sei disso, sou inesquecível - disse ela.

- Vai se iludindo, vai - digo rindo.

- Por que tava pensado em mim?

- Eu tava pensando em te chamar pra irmos em algum lugar, sei lá.

- Tô mesmo precisando sair, faz tempo que não seco uns boys. - Ela faz cara de malícia.

Amor VerdadeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora