AGNES

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- agnes, vem pra casa, Colégio ligou vai ter aula hoje.
Agnes? Alô?

Ligação encerrada
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Desligo a ligação com minha tia, que de uma hora pra outra decidiu que estava na hora de ir pra casa. Me levanto tentando organizar os pensamentos e infelizmente eles me levam até Rafael.

O que será que ele tem feito ?

Depois daquilo não falei mais com o mesmo, acredito que nunca mais irei ve- lo, não trocamos números nem nada, foi apenas um momento daora.

- o otaria se liga.                                                             

fala nicolly me empurrando.

- mano, sussega

- ihala, que cara é essa?

- ah, não é nada.
decido não tocar no assunto

- cê que sabe, vou ali comer umas paradas, até amanhã.

Me despeço da mesma e vou pra casa.
Chegando lá acabo soltando um suspiro ao perceber que não tem ninguém na mesma, lavo a louça, passo um pano na casa e limpo meu quarto, aproveito e coloco a roupa pra lavar e vou direto pro banho. Assim que termino prendo o meu cabelo e coloco um pijama
Vou até a cozinha e chego a conclusão que não tem nada pra comer:

- que merda.

me deito no sofá e acabo pegando no sono.

...

Sorrio ao perceber que dormi, era muito difícil dormir de tarde..
Me levanto e troco de roupa, tranco a casa e sigo até um mercadinho que tinha ali, a moça era muito amigável então frequentava ali sempre.

- boa tarde!
Falo dando um sorriso amigável.

- boa tarde Agnes, tudo bem?

- tudo sim.

Entro em um assunto aleatório e depois de comprar um biscoito, guaracamp e uns salgado vou até o lugar de sempre e me sento certificando que não tinha ninguém, começo a comer, escutar música e até escrever algumas coisas.
Eu tinha um diário, não era um diário pra retratar meu dia ou algo do gênero, ali eu escrevia meus sentimentos. Tudo que eu sentia eu colocava ali, percebo que está escurecendo e resolvo ir pra casa.

As ruas do morro estavam completamente vazias, era difícil escutar um barulho, dou um passo pra trás e penso um pouco, antes de terminar de pensar ouço os fogos estourando, tento ir pra casa mas os tiros estavam deixando o trajeto impossível.

Voltar pra onde eu estava, parece uma boa ideia.

Chego lá e vejo um cara caído no chão com um tiro na perna, ele tava se arrastando o que me deixava mais desesperada.

- garota, me ajuda a levantar aqui, tenho que ajudar o koda, AGILIZA PORRA.
Fala gritando, me deixando mais assustada ainda.

- se você fizer muita força vai ficar sem perna.
falo chegando perto.

-bora, resolve essa parada .
Fala meio afobado.

- tira a camisa.

falo tentando controlar o nervosismo, mesmo que estivesse estampado no meu rosto que eu literalmente não sabia o que fazer.

- vendo que eu estou nesse estado e ainda quer me assediar?
Fala tirando a camisa.

Pego a camisa e amarro pra estancar o sangue.

- posso ir, nega?

- tenta levantar.

Ele levanta meio esquisito mas logo se ajeita.

- de coração, obrigado mermo"

Fala e sai o mais rápido possível.

Escuto um barulho atrás de mim e percebo que são tiros e começo a orar baixinho com medo de morrer.

Decido entrar em um beco, e vou andando pelo mesmo, por pura sorte consegui chegar em casa sem um tiro.

Consegui.

- o que tá fazendo em casa essa hora ? Sua tia não tá ai po.
Fala sorrindo enquanto solta a fumaça do baseado que estava entre os dedos.


- nada.
falo olhando pra baixo

- senta aqui do lado do tio, bora.
Fala ríspido, me olhando cautelosamente.

- eu tenho que pegar um negócio lá em cima, já volto.

Falo e saio correndo o mais rápido possível. 

ele não vai mudar como minha tinha prometeu, me almadiçoou por ter acreditado por algum tempo.

Vivendo Perigosamente Onde histórias criam vida. Descubra agora