KODA

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-sai daqui o seu cheirador de crack
fala indo pro outro lado da sala.

Eu realmente tava precisando, precisava relaxar, eu não aguentava mais essa pressão por aqui.

- vaza da minha casa, amanhã passo na sua goma, babaca do caralho
falo empurrando o Pedro até a porta.

-eu babaca?
fala e logo em seguida fecho a porta na cara dele.

Tava cansadão,eu precisava de coisas que eu mesmo não sabia o que.
Me deito enquanto espero o sono chegar, eu tinha insônia, então eu só viro pra um lado, pra outro e não durmo. Tinha meses que eu não conseguia dormir direito, no máximo cochilava.

Decido ir pro lugar onde eu ousava falar ter a visão mais bonita disso tudo, sério.
Coloco o meu chinelo e sigo até lá, por trás da minha casa chegava lá em dois tempos. Assim que chego lá escuto alguém cantando, mas logo depois para.

Fico parado olhando uma menina que tava no lugar onde não era pra estar.

- que porra é essa?
Falo e a mesma vira pra mim, eu a olhava esperando ela falar o que tava fazendo ali, mas a única coisa que consegui foi ela falando " quem é você?"

Somente saio dali depois de por algum motivo segurar a mesma. Parecia tão familiar que me deixou sem reação

[...]

Me canso de ficar sentado e resolvo ver quem era aquela menina, faço o mesmo trajeto e percebo o silêncio.
Vejo a mesma sentada olhando pro morro em si, a mesma fica em silêncio e eu me sento lado dela.

- você poderia falar quem você é..
fala e continua olhando pra frente, logo se ajeita e me olha.

- acho que você não precisa saber, vai mudar nada.
falo olhando pra frente
-o que você fazendo aqui essa hora da noite?

- acho que você não precisa saber, viadagem do krl
fala e eu sorrio
-eu vou ficar aqui até a greve do colégio acabar, minha tia cheia de b.o.

- mas tu resolveu ficar logo aqui?

- eu vinha aqui a alguns meses e nunca te vi aqui, o que fazendo aqui?

- sei
falo e me deito no chão

- tudo bem ?

- ah, tudo meio monótono.
falo e me viro pra mesma
-mas tranquilo.

Percebo que a mesma me encara e eu desvio o olhar.

- sua cara é estranha
fala e se deita também.

- estranha como?

- você tem uma cara familiar, esquisito.
fala e solta uma risada fraca.

- qual teu nome ?

- meu nome é agnes, e o seu?

Agnes... Agnes

- meu nome é Rafael
falo e avistamos a briga de um casal, não era briga, eles estavam conversando.

- o que você acha disso?
Ela fala e me encara curiosa.

- da briga?

- tecnicamente sim, o que você acha?

- particularmente, todos nós sabemos que tudo tem um motivo, só temos medir a atenção que aquilo merece, esse casal que a gente acabou de ver, se ama. Eles resolveram o problema da maneira certa. eles são maduros o suficiente para perceber que o diálogo é a melhor opção e que isso pode melhorar o relacionamento
falo e ela se senta do meu lado

- você se acha maduro pra isso?

Me sento e fico encarando a mesma.

- provavelmente não.

Falo e ela dá um sorriso de canto.

- previsível
fala e sorri novamente

- vacilona você, muito vacilona.

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Vivendo Perigosamente Onde histórias criam vida. Descubra agora