Vivendo Perigosamente

koda

Porra, eu já estava cansado de ter que cuidar das merdas que o Bruno faz
Era pra ele estar bem longe daqui.

- oque você tem?
pk fala enquanto fazia as contas dos gastos desse mês.

- a porra do Bruno de novo, soube que ele parou uma garota no meio do beco e forçou ela, tu tá ligado.
Ele é uma merda, deu até um chá de sumiço, não apareceu até agora.
Falo suspirando

- mas que caralho em, cara acho bem que ele desviou algumas coisas aqui.

- vou ter que ir em casa fazer uma parada, manda os cara começar ai.

- tá chovendo o viado, cuidado pra não morrer ai

...

Pego um baseado e coloco o mesmo na boca.

Sinto o suor pingando e a primeira pessoa que vem na minha mente é a Agnes, nós vimos poucas vezes depois daquele dia, mas isso não quer dizer que eu tenha esquecido dela, cuidei dela de longe, observei suas chegadas em casa tarde da noite, saídas repentinas. Pensei em chegar nela de novo, mas estava fazendo tanta merda ultima-
-mente que fiquei com receio dela ficar assustada em saber quem eu realmente era. Mesmo sem querer acabei criando um carinho pela desgraçada.
Sabe aquela pessoa que você sempre encontra no ponto de ônibus? No mesmo horário sempre, trocam olhares
E as vezes você se vê tentando chegar um pouco mais cedo no ponto, tá ligado ? Você sorri e fica sem jeito até de pedir o número da pessoa, mas ela tá sempre ali, todo dia, mesmo horário.
As vezes antes de dormir você pensa em puxa um assunto no dia seguinte, parece tanta conhecidencia que por um momento parece o destino.

Tava com a mente cheia, tava tentando entender um pouco sobre a agnes, esse
Rolo todo com a família e todos esses
Segredos.

Pego a moto e saio acelerando, eu tinha meus contatos. O tio de agnes devia dinheiro pra boca, uma quantidade enorme na verdade, então as vezes ele chegava, falava umas merdas.
De princípio eu não dava muita ideia, não sabia de quem ele tava falando.
Mas depois de uns dias algo acendeu na minha mente, tipo uma virada de chave.

Era ela.

Da última vez ele chegou, xingou ela e
Por um instante travei, e pela primeira vez dei atenção pra cracudo. disse que ela era uma piranha, falou o quão era interesseira e não fazia nada pra ninguém.

Senti minha mão doer depois de acertar o rosto do velho, nojento pra caralho.

...

Toco a campainha e espero alguma resposta.

A porta abre e vejo quem eu esperava

- koda?

-Bruno.

Empurro O mesmo e fecho a porta:

-ta fazendo oque aqui caralho?
ele fala e da um passo pra trás.

- eu te dei a porra da chance, como tu só faz merda, vai ser apagado.
Quantas vezes eu te avisei?

- não mano, eu não fiz nada, namoral confia aí.
Fala vindo em minha direção.

Dou um soco no mesmo e sorrio logo em seguida.
O mesmo pega a arma que estava no bolso e aponta pra mim

- ATIRA PORRA!
falo e vou até o mesmo.

Um
Somente um tiro, capaz de acabar com sua vida.

Vejo o corpo do Bruno caindo no chão
Ele merecia

Ele merecia, certo ?
Ele tinha machucado a garota, eu fiz o certo.
Meus demônios me perseguiam, sentia o olhar dele em mim, parecendo pedir mais uma chance..
Não consegui terminar de assistir aquela merda e sai deixando ele lá, jogado implorando por ajuda.

...

- Agnes?
grito na porta do apartamento
-AGNES?

Eu sabia que não deveria estar aqui, tava todo neurótico mas parecia que não tinha nenhum lugar sem ser esse aqui. O porteiro por incrível que pareça deixou eu subir, acho que a moto fez com que ele pensasse que eu morasse por aqui, e nem fez muitas perguntas.

- rafael ? Oque você tá fazendo aqui ?
Ela me olha assustada, me senti como se fosse a primeira vez.

- eu posso entrar ? Desculpa de verdade aparecer por aqui essa hora.
Já tinha me arrependido e estava me xingando mentalmente a cada segundo.

A mesma arregala os olhos e me puxa pra dentro

- pensei que você nem lembrasse de mim, se minha tia souber que tem alguém aqui além de mim ela vai me matar.
Agnes andava de um lado pro outro, parecendo ter sido tirada do conforto e de um sono profundo, me sinto um merda mais uma vez.

- Agnes, fica quieta.
falo e olho pra baixo

- oque você tem ?Rafael?