Capítulo - 07 Heitor Bastos.

980 171 44
                                    

Depois que Caio saiu, tomei um banho, me arrumei e fui direto para a empresa. Assim que cheguei, me encaminhei até o setor de RH e fiz com que o chefe do setor me desse os dados de Enrico, ele podia ter conseguido arruinar a vida do Caio, mas também não sairia tão ileso assim, pois ao menos um olho roxo e algumas contusões ele teria. Aproveitei também para me demitir, depois que eu acabasse com o Enrico, não seria muito sábio aparecer para trabalhar no dia seguinte, tirando o fato de que eu não era melhor que ele, já que usei dessa mesma artimanha para ter o que queria de Caio.

Peguei um taxi, com o endereço de Enrico em mãos, e fui até o apartamento dele, eu estava com raiva e não pretendia deixar o filho da puta conversar ou revidar. Pedi para o táxi me esperar e entrei no prédio, passei pelo porteiro sem dar explicação e, pelo olhar que lancei a ele, duvido que quisesse se meter comigo. Entrei no elevador, apertei o maldito botão do andar em que precisava ir e, a cada segundo de espera, mais ficava irritado. Quando o elevador se abriu, andei a passos rápidos até a porta do apartamento de Enrico, e bati, não gentilmente, mas como se estivesse prestes a derrubá-la, e quando ele a abriu, eu quase sorri com a minha sorte, pois a primeira coisa que fiz, antes que ele dissesse qualquer coisa, foi acertar um soco em cheio em seu rosto, e avancei para dar o próximo, que seria em seu queixo, mas não consegui acertar um outro, porque me empurraram de cima dele.

— Calma aí, rapaz! Eu não sei que merda ele pode ter feito para você, mas matá-lo não vai resolver seu problema.

— Talvez não, mas eu vou ensiná-lo a não chantagear mais ninguém! – Falo para o homem mais velho, na minha frente, e estou prestes a empurrá-lo, quando ele me para novamente, ao mencionar Caio.

— Caio mandou você aqui?

— Não.

— Eu já resolvi o problema do meu filho com o Enrico, você não precisa fazer isso.

— Edgar, sai da minha frente! Esse filho da puta me pegou desprevenido, quero ver ele vir pra cima, de igual para igual! – Diz Enrico, se levantando, enquanto limpa o sangue da boca.

O homem na minha frente se vira para ele.

— Temos um maldito acordo! Agora se controle. Você mereceu o que levou dele. Cadê a porra da gravação que você fez?

Xingando, assisto Enrico sair de vista e voltar com um pendrive, que ele entrega ao homem, e me olha com raiva.

— Eu não sabia que seu filho poderia ir tão baixo, ao ponto de contratar seus próprios funcionários para fazer o serviço sujo dele. – Fala sorrindo.

Meu sangue ferve e eu avanço de novo, mas Edgar me para com um braço no peito.

— Ele já teve o que merecia, eu vou cuidar do resto, leve isso e queime. Se Caio significa alguma coisa para você, seja discreto.

Eu pego o maldito pendrive, sem conseguir entender o que o pai do Caio pode fazer com Enrico, mas não pergunto, eu fiz o que queria fazer e vou embora, ainda com raiva, mas um pouco aliviado por ter conseguido tirar sangue do filho da puta que machucou o Caio.

Entro no táxi, e vou para casa. Pago a corrida e entro em casa. Vou para o meu quarto, aliviado que Romeu não esteja em casa, para me encher de perguntas, não o vi desde o momento em que entrei com Caio no meu quarto, horas antes, até agora.

Eu me sento na minha cama, segurando o pendrive na mão, olho para ele e é tudo o que tenho de Caio agora. Deveria quebrar a maldita prova da chantagem de Enrico contra ele, mas não consigo! Eu pego a coisa e a jogo em minha gaveta, ao lado da cama, e deito cruzando os braços sobre o rosto.

Não poderei voltar ao trabalho, não vou falar com Caio novamente, eu não o mereço, não quando sou igual ao idiota do Enrico. Nunca me senti tão triste, com vontade de chorar e gritar com alguém ou socar alguma coisa. Só para aliviar minha tristeza...

Chantagem Errada. #Conto (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora