Crazed • Jøshler - VERSÃO EM PORTUGUÊS

Próløgø

Atenção, este capítulo contém sangue e canibalismo.

"Próximo, vamos!"

Estalo.

"Meu Deus, eu amo muito vocês; vocês são tudo pra mim!"

"Próximo!"

Estalo.

"Próximo!"

"Ei!" Tyler gritou, fazendo todos no cômodo congelarem de medo. "Vai devagar, beleza? Se chama meet and greet, a gente tá querendo meet as pessoas, sabe?"

O guarda engoliu seco. "Desculpa."

Tyler assentiu sorrindo e sentiu os lábios macios de Josh em sua bochecha. Deixou uma risadinha escapar; ele estava tão apaixonado.

Sua vida estava ótima, tudo estava indo incrivelmente bem. As pessoas não deixaram de ter medo do garoto mas fingiram ser corajosas na maior parte do tempo. Tyler amava cada coisinha; os rostos na plateia, o cheiro de Josh atrás de si, o cheiro do sangue sendo preparado especialmente para ele, o sentimento de liberdade.

Joseph ergueu sua mão e passou-a pela cicatriz desconfortável em seu pescoço. Mesmo depois dos acontecidos de Nova York, a cicatriz continuava lá. Doía, mas era tolerável.

Tyler não mata ninguém há um ano e Josh está mais que orgulhoso. Ainda havia rosnados quando alguém o irritava, mas era coisa rápida; ninguém tinha coragem de continuar aborrecendo-o após ouvi-lo fazer tal som.

O garoto ouviu os passos do próximo grupos de fãs se aproximando; eram três garotas que estavam tão empolgadas quanto qualquer outro fã estaria.

Mas uma delas era diferente. Ela olhava para Tyler com olhos arregalados, quase sem respirar. Um sorriso enorme e um pouco assustador surgiu em seu rosto. Em suas mãos, havia uma sacola azul. Dentro dela, uma garrafa. Dentro dela, Joseph reconheceu o líquido; sangue.

Tyler inspirou o ar, amando o cheiro. Fechou seus olhos para manter o foco; força do hábito.

Ambos os homens sorriram para suas fãs, abraçando-as e dizendo 'oi'.

Josh deu um passo para trás, soltando um gemido de dor baixo por causa da dor em seu traseiro que havia conseguido há uma hora; é isso que ele ganha por ser tão... vamos dizer, necessitado.

"Eu te trouxe uma coisa." A garota estranha disse; sua voz quase sussurrada era um pouco assustadora. Seu olhar estava colado com o rosto de Tyler e ela ergueu seu braço com a sacola. Josh não gostou da mesma.

"É, eu vi." Tyler riu. Esticou sua mão e a garota o entregou o presente.

Todos no cômodo pararam e observaram a garrafa ser tirada da embalagem. Ninguém nunca trouxera sangue ao garoto. Isso era algo que todos queriam ver.

Josh segurou suas mãos no bíceps direito de Tyler, já cansado daquilo tudo e querendo subir logo no palco e arrebentar em sua bateria.

Joseph abriu a garrafa, agradecendo a garota. Trouxe o objeto até a boca. O líquido viscoso aqueceu seus lábios rachados. Tyler bebeu um gole maior.

Enquanto bebia, a garota se pronunciou novamente. "Você gostou? É meu sangue."

Começou.

As pupilas de Tyler cresceram e sua cabeça começou a doer devido à confusão em seu cérebro. Ele rápida e desesperadamente bebeu todo o conteúdo da garrafa. Ouviu alguns gritos, mas não conseguia dizer de quem eram. Não entendia as palavras que Josh gritava para a garota. O mundo se tornou um grande borrão preto e branco novamente. Um sorriso estranho apareceu em seu rosto.

Fixou seu olhar na garota que agora parecia aterrorizada; poderia ser pelos gritos de Josh ou pelo olhar de Tyler, ninguém sabia. Joseph mostrou seus dentes afiados e tombou sua cabeça para o lado, dando um passo para frente. Conseguia sentir os toques macios de Josh tentando pará-lo, mas estes não significavam nada para o mesmo.

Os guardas correram para tentar impedi-lo de fazer algo que se arrependesse depois, mas já era tarde.

Tyler pegou a garota pelo pescoço, segurando-a na parede da área de meet and greet. Seus pés já não tocavam o chão quando Joseph rasgou a manga de sua camiseta com os dentes. Ela gritava e pedia ajuda. Joseph a ouviu.

E ele gostava de ouvi-lá.

Ouvi-la implorar, ouvi-la chamar por seus pais e amigos. Joseph achou um certo sadismo em si, um que ele não sabia que tinha.

Mordeu a carne do bíceps da garota; não moveu sua cabeça para comer, mas sim continuou mordendo junto ao osso. Lambeu também o sangue de dentro do membro.

Tyler não come carne humana a tanto tempo. Isso para ele é como a entrada do paraíso. Por que ele se manteria longe de algo tão bom? Por que parou de matar se assim fazer é tão prazeroso?

Sangue espirrava em seu rosto e na parede atrás da garota sempre que mordia uma veia aberta. Joseph agora lambia o osso que estava completamente à mostra na parte do ombro da fã. Ela parecia ter saído de um filme de terror; o resto de seu braço estando pendurado por um osso descoberto que quase se descolava de seu corpo. Tyler havia deixado carne o suficiente para manter o membro no lugar; não intencionalmente, é claro.

Joseph conseguia ouvir Josh chorando e gritando. Ele implorava para que o garoto parasse. Foi aí que Tyler sentiu algo em seu coração.

Teve uma epifania; Josh não o ama.

Se o amasse, iria querer o melhor para ele. Josh iria querer vê-lo feliz.

Mas Dun estava agora tentando pará-lo no ponto alto de sua diversão. Não, Josh não o amava.

Guardas o puxaram para trás, fazendo assim com que a garota caísse no chão. Paramédicos já estavam presentes, ajudando-a.

Tyler rosnou alto para aqueles que o puxavam; conseguiu se soltar de seus braços. O mundo já não parecia tão borrado.

Ele não podia ser pego. Não podia deixar aquilo acontecer.

Começou a correr pelo corredor, em seguida pulando alto o suficiente para alcançar a janela no fim do mesmo. Quebrou o vidro imediatamente e voltou a correr o mais rápido que conseguia; não percebeu que estava chovendo.

Josh caiu de joelhos, chorando e murmurando o nome de Tyler repetidamente.

O pai da garota jurou que processaria Joseph.