Capítulø Nøve

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Atenção, este capítulo contém canibalismo, destruição, violência e assassinato.

Com o tempo, comer todos que passavam se tornou entediante para Tyler. Estava mais do que cheio; se comesse mais alguma coisa acabaria colapsando. Mantendo toda a força que tinha juntamente com adrenalina e a quantidade estranha de químicas em seu cérebro, ele andava devagar, arrastando seus pés por trás de seu corpo.

Em seu rosto havia sangue seco e fresco misturados - em todo o rosto. Isso aconteceu pois Tyler tirava a capa de pele de sua vítima, quebrava as costelas e simplesmente enfiava sua cabeça dentro do corpo, lambendo os órgãos antes de comê-los.

Levantou suas mãos lentamente, cobrindo suas orelhas. Suas sobrancelhas se franziram e seus olhos se apertaram. Sua boca se abriu, deixando um grito sair; um grito dolorido. O quanto mais comia, mais perdia sua cabeça - além de aguçar seus sentidos intensamente. Os sons que ouvia provavelmente estavam a muitos quartos de distância. Tyler tinha os ouvidos sensíveis mas era forte, então agora só sofria com a dor.

Seus joelhos ficaram mais fracos, mas por sorte o som parou por alguns instantes. Ficando firme, qualquer fraqueza em seu corpo agora foi tomada por raiva; quem se atreve a fazê-lo sofrer? Tyler rosnou alto, como uma ameaça. O som ecoou por todo o local.

Sabe, Tyler levou uma hora, talvez um pouco mais, para matar umas mil pessoas. Correram para todos os lados, então Joseph sabia que ainda havia sobreviventes se escondendo. A área das celas - conhecida por ser branca, limpa e perfeita - agora tinha seu chão coberto por corpos mortos irreconhecíveis, esqueletos e poças de sangue que haviam sido deixadas para trás. As paredes estavam vermelhas. O sonho de um psicopata havia se realizado.

E Tyler se sentia tão confortável. Tinha essa coisa que ele sentia por causa de seus sentidos sobrenaturais. O calor. todo o sangue passava um calor acolhedor.

Ele fechou seus olhos, mas continuou andando; ganhou força e parou de arrastar seus pés por aí. Tyler se sentou e abraçou seus joelhos fortemente contra seu corpo. Era tão quente. Se parecia com seu lar.

Mas aquilo não era sua casa. Era uma prisão; metafórica e literalmente. Liberdade era seu lar, e nada ia parar Tyler de voltar para o conforto da liberdade

Nem mesmo alguns-

Tyler achou a fonte do barulho. Era uma mulher branca como o leite que tinha cabelos bagunçados. Joseph começou a entrar nas celas onde ela poderia estar escondida; havia percebido que o barulho vinha de uma das beliches sendo movidas acidentalmente. Sorriu lembrando o quão saboroso era sangue feminino.

A mulher pulou para fora de seu esconderijo, gritando. Tyler se encolheu de dor, parando e ficando no lugar onde estava.

"Tyler!"

Era Teresa, mas Tyler não a reconheceu. Honestamente, se soubesse quem ela é, a mataria do mesmo jeito. Nada atrapalharia seu plano, certo?

"Tyler, que porra você tá fazendo? Não tá vendo o que fez?"

Joseph rosnou e se aproximou dela, pegando-a por seus cabeços. Sua voz era muito alta para seu gosto e, para ele, o coração de Teresa estava batendo muito rápido; achava que a velocidade ideal era de zero batimentos por hora.

Mas então seu olhar foi parar no cabelo da moça. Seus olhos se expandiram e um pequeno suspiro deixou sua boca. Em sua cabeça, não memórias, mas sim ideias passavam por sua cabeça.

Primeiro encontro, abraços, beijos, pedido de casamento, cerimônia, relacionamento, amor, ela.

Tyler não tardou em largar os cabelos loiros de Teresa. Ele ofegava; rosnados se misturavam com rugidos. Cada piscada forçada era mais pesada que a outra. Ele tentava remover aquelas imagens de sua cabeça. Tentava esquecer as cores, fazer do mundo um grande preto e branco novamente. Fazer o loiro um cinza claro.

E teve sucesso. Sua cara triste se tornou uma expressão confusa e raivosa. Um rugido foi a última ameaça. A mulher se tornou um borrão. Rosnando e dando um passo para se aproximar, Tyler arrancou sua cabeça de seus ombros com um só movimento eficiente. Sangue foi jorrado por toda a cela e o corpo caiu nas mãos do canibal. Joseph ofegava enquanto deixava a cabeça cair.

Aquela era a primeira loira que Tyler matara.

Por sua sorte e a de seu coração partido, a prisão tinha poucas mulheres loiras. Já havia matado muitas morenas, mas pelo que se lembrava nem todas as restantes eram loiras.

Joseph deixou o corpo e a cabeça na cela, estava muito machucado para comer aquilo. Correu para fora, indo atrás de cada sobrevivente que ainda estava no local.

Os guardas foram fáceis de serem pegos, estavam aterrorizados; praticamente se renderam. Alguns prisioneiros tentavam lutar, achavam que sairiam vivos; esses espíritos divertiam Tyler.

Joseph assobiava uma música que estava em sua cabeça, fazendo o som ecoar. A única coisa que precisava era ouvir um suspiro para achar e matar.

Sem misericórdia.

Crazed • Jøshler - VERSÃO EM PORTUGUÊSOnde histórias criam vida. Descubra agora