✔ HAUNTED | Ben Hargreeves

Part III

"Liz Baudelaire, the nightmare queen"

Klaus subiu a escada seguindo Liz e o fantasma de Ben estava na retaguarda. Ele olhou para os quadros na parede conforme avançava os degraus, eram pinturas antigas e tão famosas que qualquer um reconheceria. A maioria era de Da Vinci ou Picasso e ele podia jurar que viu no teto uma pequena representação do teto da capela Sistina.

Eles seguiram pelo corredor, o ruído ia crescendo de forma sinistra e parecia vir do último quarto. Pelas paredes haviam jarros com pinturas do antigo Egito, da Grécia e algumas porcelanas japonesas. Tudo ficava dentro de cubos de vidro para proteção.

Klaus franziu a testa e olhou para Ben que não ofereceu nenhuma resposta esclarecedora.

–Você coleciona réplicas?! –Klaus perguntou.

Um som gutural soou da porta na frente deles e ele de repente se sentiu muito tentado a sair correndo daquela casa.

Liz olhou para ele com um olhar divertido:
–Eu faço as réplicas e vendo para colecionadores. –E assim ela abriu a porta do quarto.

Ela entrou na frente e Klaus a seguiu. O cômodo era cheio de outros objetos que pareciam artefatos históricos, acessórios raros e pinturas caras.

–Se olhar com atenção vai ver que tem algo de errado. –Ben murmurou. –Alguns saem com defeitos.

Klaus observou a pintura da santa ceia, o rosto de Jesus estava desfigurado.

–Alguns saem com defeitos. –Liz explicou ao perceber que Klaus estava observando a pintura.

Lentamente ele percebeu que o cômodo estava cheio de objetos que tinham um ou outro defeito, vários deles estavam repetidos. Ele podiam contar rapidamente mais de uma dezena de jarros tortos que pareciam melhorar gradualmente.

No fundo do quarto havia um armário que rangeu, as portas tremeram e um ruído incômodo fez os ossos de Klaus gelarem. Algo parecia estar tentando sair.

–Pegue uma dessas espadas. –Liz apontou para a prateleira que exibia espadas, adagas e alguns pedaços de metal meio disforme. –Esse vai dar trabalho.

Klaus se aproximou da parede para estudar as opções.
Ben apontou para uma espada que tinha um rubi em sua empunhadura. Parecia um rubi real, mas Klaus não entendia muito Ben de jóias.

–Como você faz todas essas coisas, Elizabeth? –Klaus perguntou pegando a espada com as duas mãos, era tão pesada quando Luther. Não que ele já tivesse tentado carregar Luther.

–Eu as tiro dos meus sonhos. –Liz disse escolhendo uma katana. Suas tranças cobriram seu rosto por um instante enquanto ela analisava a arma com a naturalidade de alguém que analisa o próprio chá.

–Eu consigo trazer coisas dos meus sonhos. Eu treino e estudos relíquias para conseguir torná–las objetos reais e vendo isso para alguns colecionadores. –Liz disse olhando os olhos de Klaus. –O problema é que nem sempre tenho sonhos bonitos, às vezes tudo se transforma em pesadelo e o que vem comigo não é um objeto que vai dar dinheiro.

Klaus arregalou os olhos e escancarou a boca ao mesmo tempo.
–Então essa coisa no seu armário é um monstro que você trouxe de um pesadelo?!