Um pedaço de mim

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Assim que o dia raiou saltei da cama vesti minha roupa de malhaçao e fones de ouvido, em segundos estava correndo na silenciosa avenida .Era por isso que eu gostava de correr a essas horas da manhã pois não tinha muito trânsito.O vento morno beijando meus cabelos,  o cheiro doce de café sendo passado, o cheiro de pão quentinho recém -assado me faz ter noção de que estou viva.Tem dias que eu me esqueço desse simples fato.Antes de voltar para casa compro pães quentinho ,eu amo pães,e leite fresco  .
Assim que chego em casa a primeira coisa que faço é tomar um banho quente, meu corpo pede isso, enrolada apenas na toalha vou até a cozinha e preparo meu café tranquilamente. Essa é a vantagem de se morar sozinho, você  fica da maneira que quiser.
Passei  o dia jogada no sofá lendo revistas velhas ou assistindo série,mas como disse aquele ditado tudo  que é bom dura pouco ,enfim chegou a hora de ir trabalhar.  Como sempre sou a última a chegar no trabalho
visto meu uniforme,e  vou servir as mesas, um ou dois cliente falaram obscenidades  comigo ao que eu ignorei totalmente .No final da noite estava  um caco ,e juntamente com nanda minha melhor amiga fomos para o ponto de ônibus.
Estava deserto apenas nos duas ali, eu sabia do perigo que corríamos mas não tinha solução, precisava pagar as contas de casa.
-E você e  Carlinho como estão? indago
-Ele vai me levar para conhecer seus pais neste final de semana.
-sério?
-sim, eu tô super empolgada
-viu só como você estava sendo injusta com ele .
-Nem tanto eu precisei usar de todo meu poder de sedução
-como?
-Ontem tivemos nossa primeira noite juntos.
.-O que? você e Carlinho. ....
-Por que o espanto amiga, você sabe  que uma hora ou outra isso acontece num relacionamento e no  mais eu não era nenhuma virgem ingênua
-Não quis dizer isso é só que. .....
O nosso ônibus encosta sorrio aliviada por não ter que dar uma explicação a nanda. Como sempre acontece não havia poltronas desocupada então fomos em pé mesmo agarrada a umas barras de ferro para nos manter em pé ou então no primeiro sacolejo do ônibus cairíamos de cara no chão. Depois de alguns minutos chegamos no ponto de nanda, ela descia dois quarteirão antes do meu ponto, ela me dar seus costumeiros abraços e desce do ônibus encontrando seu namorado encostado no seu siena a sua espera. Pela janela vejo nanda correndo em sua direção e o abraçando como se não se vissem a séculos, logo estão beijando como loucos. O ônibus se afasta já não posso mais ver nanda  nem seu namorado e sem que eu percebesse uma lágrima solitária escorre por meu rosto. Odeio essas demonstrações de carinho pois me fazem ver o quanto mal amada sou,nunca ninguém me amou, nunca amei ninguém, na verdade tenho medo de amar, de me entregar e ser machucada. O amor para mim é como uma navalha que corta e deixa nossa alma sangrando.

DOCE ENCANTOOnde histórias criam vida. Descubra agora