Revelações

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Com Andrew me confortando aos poucos as lágrimas  vão secando e os soluços cessando, ele ficou calado todo o tempo apenas me fazendo companhia, eu não posso nem contar o tamanho da minha gratidão,,mas eu sabia que seu silêncio não duraria e que logo eu teria que me explicar.
-- Estou aqui savannah, você pode confiar em mim.
-É complicado Andrew
-Nada é complicado savannah, somos nós que complicamos as coisas.
Estranhamente eu sentia que em Andrew eu podia confiar, e então pela primeira vez falei aquilo que por anos eu trancafiei no mais profundo do meu ser.
-Quando eu tinha 10 anos meu pai morreu vítima de tuberculose, ele era meu porto seguro ,a pessoa que eu mais amava no mundo, ele dizia que eu era a princesinha dele . Eu não consegui aceitar por muito tempo que meu pai havia morrido, eu sempre achei que ele tivesse ido viajar e que a qualquer hora ele chegaria com o urso de pelúcia que ele tinha me prometido,MAS em um belo dia minha mãe trouxe para casa um homem dizendo que ele seria meu novo pai, foi aí que eu entendi que meu pai não voltaria nunca mais.
As lágrimas retornaram ao meu rosto, lembrar de meu pai fazia com que renascesse em mim toda a dor que senti pela sua partida,.Andrew me abraça me consolando.
-se você não quiser continuar eu entendo.
-Não, pela primeira vez eu quero falar ,tirar isso de dentro de mim.
-Está bem, mas saiba que estou aqui agora, você não está mais sozinha.
-No início meu padrasto fazia de tudo para me agradar mas eu repelia tudo  ,ele não era meu pai e estava tentando roubar o lugar dele,minha mãe apoiava ele em tudo,e pedia para mim tratar ele bem. Ela saia para trabalhar e me deixava sozinha com ele, que ligava a TV e sempre me pedia para assistir com ele filmes indecentes ,eu não queria mas ele dizia que se eu não fosse  contaria para minha mãe que eu estava sendo malcriada.Eu não entendia nada daquilo, pouca coisa eu olhava aproveitava que ele estava muito entretido assistindo e sempre saia correndo e ficava na rua até minha mãe chegar.
-canalha. Andrew murmura
-Quando eu fui ficando mocinha, comecei a notar os olhares que ele me direcionava e não era nada paternal eu tinha medo, muito medo, quando minha mãe saia eu ficava mais tempo presa no meu quarto, um dia quando sair para comer alguma coisa me surpreendi com ele me esperando. Ele me pediu para sentar ao seu lado que ele tinha que me contar uma coisa, eu obedeci, então ele começou a passar a mão na minha perna, eu tentei levantar mas ele não deixou me segurou com força e continuou passando a mão em mim que a essa hora chorava, o que me salvou foi minha mãe que é vinha chegando, claro que ele disfarçou, minha mãe acreditou.
-por que você não contava para sua mãe? indaga Andrew
-Eu contei e o que ganhei foi um tapa na cara ,ela me chamou de mentirosa e disse que eu estava inventando isso porque não aceitava que ela fosse feliz com outro homem. E me disse que eu tratasse de aceitar pois ela iria continuar com ele.
Depois disso ele me perseguia para todos os lados,me proibia de ter amigos ,de sair e minha mãe concordava com tudo, no final eu não sei quem odeio mais se minha mãe ou meu padrasto.
Ele começou a entrar no meu quarto de noite e  tentar me tocar mas eu chutava e mordia ele. Tornei a falar com minha mãe que desta vez não mudou de  opinião
-,Nao diga nada  savannah ,não posso acreditar que você está começando com isso de novo,tudo que augusto quer é ser um bom pai á você .
-Eu já tenho pai e não preciso de mais nenhum.
Então um dia minha mãe levantou de noite acredito que tenha ouvido meus gritos e  viu meu padrasto augusto me segurando em cima da cama, e sabe o que ela me disse:
-Isso é culpa sua, você que vive provocando ele sua vagabunda.
E ela continuou com ele, ou seja ela preferiu ele, então a noite quando todos dormia eu arrumei minhas coisas e fui embora.
Me desculpe pelo vexame daquela hora Andrew, eu acabei vendo aquele monstro em você, eu sei que não tem nada ver, só que depois disso tudo eu fiquei com traumas de toques, você é a primeira pessoa que eu  me relaciono e. ......bom as vezes é difícil sabe, depois de tudo que eu passei eu. ....
-Eu entendo perfeitamente querida, se você quiser posso marcar uma psicóloga.
-Eu acho que vou querer. .
-Sabe o que tenho vontade,é de encontrar esse desgraçado e espancar -lo até a morte.
-Deixa para lá é. ..
-Ele continua morando com a que diz sua mãe?
-Não sei, depois que vim embora não soube de nada mais.
-Você tem que denunciar -lo por assédio .
-Ah Andrew mexer com tudo isso só me faz lembrar de tudo que passei e. ....
-Depois falamos disso então.,agora venha deitar.
Andrew estendeu seus braços e eu fui confiante e segura, logo deitei ao seu lado com a cabeça aninhada no seu peito musculoso logo adormeci tendo como canção de ninar o batucar incessante de seu coração.





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