• 1 - Hey! •

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Seoyeon POV

Era um belo dia de sábado. Como sempre, Hayoung estava na minha casa. Dessa vez ela me contava sobre "uma menina de cabelos curtos, olhos de raposa, e pintinhas adoráveis", em como aquilo parecia ter sido paixão a primeira vista.

— Paixão a primeira vista, ou paixão platônica? – Provoquei arrancando um biquinho do rosto da menina de franjinha.

— Eu tô falando sério, Seoyeon. Ela era a pessoa mais incrível que já vi na minha vida. Parecia que eu estava olhando para o próprio sol quando ela sorria. – Disse divagando em seus pensamentos. Até que pareceu ter se lembrado de um detalhe – Mas aí as amigas dela apareceram e eu não tive coragem de conversar com ela.

— Nem se ela estivesse sozinha você teria feito algo, Hayoung. Você é a pessoa que mais tem gay panic desse mundo todo. – Contrariei-a enquanto começava a tocar uns acordes em meu violão.

— Eu não tenho culpa se as mulheres são seres maravilhosos, tá legal? – Riu – Tinha uma menina lá que parecia combinar contigo, de alguma forma.

— Quero nem saber disso. – Disse cansada e recebo um suspiro de Hayoung – Sério, eu sei que você quer me ver com alguém porque acredita nessa história de soulmates e tals, mas não quero nada disso por enquanto, okay?

— Ela também estava lá...

— Eu não quero saber dela. Não cite esse nome novamente. Nunca irei perdoar o que ela fez comigo. – Me levantei do chão e coloquei meu violão em seu lugar, com cuidado. Fiquei um tempo em pé, até que comecei a ficar triste com meus pensamentos e memórias não tão antigas – Por que ela fez aquilo comigo, unnie? Eu não fui uma boa namorada? Deixei faltar alguma coisa? Por que eu ainda continuo gostando dela? Por que eu preciso ve-la todos os dias na escola?

Abaixo minha cabeça e sinto as lágrimas descerem livremente pelo meu rosto, sem permissão alguma. Lembranças horríveis atormentam minha mente, e eu me julgava cada vez mais.

Escuto Hayoung sair de minha cama e vir até a minha frente, para logo me puxar para um abraço apertado. Ela me confortava com suas doces palavras, e assim pude sentir meu coração se sentir leve novamente.

Não sei o que faria se não tivesse Hayoung ao meu lado. Ela é a minha irmã de outra mãe. Alguém que posso contar sempre.

Segunda-feira

Estava caminhando ao lado de Hayoung pelo pátio da escola, enquanto usava o bloco de notas de meu celular para continuar escrever uma música. Não tinha como eu trombar em ninguém, mas acho que não contava que alguém poderia trombar em mim e derrubar meu celular no chão. Muito menos contava com a possibilidade da tela do meu precioso celular quebrar com o impacto. Olho para a menina de cabelo castanho furiosamente, e ela não me olhava muito diferente.

— Você quebrou o meu videogame! Isso custou o meu rim, mas você fez questão de quebra-lo – Ela gritava comigo, ignorando todos os pedidos de suas amigas para que se acalmasse.

— Seoyeon, não-

— Você quebrou a tela do meu celular, garota! Eu estava anotando algo importante nele, mas você claramente preferiu ser uma desatenta e trombou em mim! – Interrompi Hayoung. Eu estava numa pilha de nervos. Logo quando estava mergulhada de vez na letra, uma coisa dessas acontece.

— Você? – Escutei uma amiga da garota surtada falar com Hayoung. Ela tinha cabelos curtos e pintinhas pelo seu rosto...

Não! Isso não é possível!

— E-Eu? – A garota assente – O que tem eu?

— Você é aquela menina que tava na praça tocando violão, não? Você canta e toca muito bem. Não imaginava que encontraria você por aqui – Disse ela com um sorriso em seu rosto, e parecia um pouco nervosa. Sério mesmo que tinha que ser a amiga dessa surtada? Hayoung, você só me surpreende.

Chaeyoung e Gyuri chegam repentinamente, ficando um pouco confusas com a situação. Hayoung, toda abobada, decidiu que seria uma boa ideia que todas ali se conhecessem melhor. Agora estávamos sentadas no refeitório, enquanto eu e a Nakyung (a garota surtada) ficamos encarando nossas coisas quebradas. As outras meninas se enturmaram bem, mas eu só queria saber do meu celular, mais especificamente da minha letra.

— Na moral, você não poderia ver por onde anda? – Perguntei nervosa para a garota em minha frente.

— Eu digo o mesmo para você, querida. – Retrucou com um tom sarcástico.

— Olha, eu tenho algo muito importante aqui. Será que dá apenas para você pagar o estrago e resolver tudo isso?

— Oh! Então você teria que pagar o meu videogame também.

— Pelo amor de Deus! Da para vocês pararem com isso? Eu pago o conserto para você, Nakyung. Agora fica relaxada ai – Saerom, a menina de cabelo curto, avisou enquanto olhava abobadamente para Hayoung.

— Hayoung, paga o conserto para mim também?

— Sim, sim. O que você quiser, Seoyeon – Respondeu sem nem olhar para minha cara.

Reviro os olhos com tanta boiolagem acontecendo ali, mas fico mais aliviada sabendo que teria alguém para pagar o estrago.

— Sei que nossas amigas estão interessadas uma na outra, mas espero que finja que eu não existo e que evite de trombar comigo. O estrago de hoje foi o suficiente – Alertei Nakyung, recebendo um revirar de olhos da garota.

— Para eu te notar, você teria que ser alguém relevante, não acha?

— Ainda não sou, mas tenho certeza que um dia serei!

— Claro que sim! Por ser a pessoa mais chata desse mundo todo

— Olha aqui... – E foi assim que passamos praticamente o intervalo todo trocando ofensas, enquanto Hayoung tinha um gay panic a cada dez minutos com a Saerom, que apenas ria das reações da minha amiga, mas estava toda boba também.

Não sei, mas tive a leve impressão de que estava me esquecendo de um pequeno detalhe... Discutir com uma surtada tem suas consequências, acho que pegar o surto é uma delas.






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