Seoyeon POV
Era um belo dia de sábado. Como sempre, Hayoung estava na minha casa. Dessa vez ela me contava sobre "uma menina de cabelos curtos, olhos de raposa, e pintinhas adoráveis", em como aquilo parecia ter sido paixão a primeira vista.
— Paixão a primeira vista, ou paixão platônica? – Provoquei arrancando um biquinho do rosto da menina de franjinha.
— Eu tô falando sério, Seoyeon. Ela era a pessoa mais incrível que já vi na minha vida. Parecia que eu estava olhando para o próprio sol quando ela sorria. – Disse divagando em seus pensamentos. Até que pareceu ter se lembrado de um detalhe – Mas aí as amigas dela apareceram e eu não tive coragem de conversar com ela.
— Nem se ela estivesse sozinha você teria feito algo, Hayoung. Você é a pessoa que mais tem gay panic desse mundo todo. – Contrariei-a enquanto começava a tocar uns acordes em meu violão.
— Eu não tenho culpa se as mulheres são seres maravilhosos, tá legal? – Riu – Tinha uma menina lá que parecia combinar contigo, de alguma forma.
— Quero nem saber disso. – Disse cansada e recebo um suspiro de Hayoung – Sério, eu sei que você quer me ver com alguém porque acredita nessa história de soulmates e tals, mas não quero nada disso por enquanto, okay?
— Ela também estava lá...
— Eu não quero saber dela. Não cite esse nome novamente. Nunca irei perdoar o que ela fez comigo. – Me levantei do chão e coloquei meu violão em seu lugar, com cuidado. Fiquei um tempo em pé, até que comecei a ficar triste com meus pensamentos e memórias não tão antigas – Por que ela fez aquilo comigo, unnie? Eu não fui uma boa namorada? Deixei faltar alguma coisa? Por que eu ainda continuo gostando dela? Por que eu preciso ve-la todos os dias na escola?
Abaixo minha cabeça e sinto as lágrimas descerem livremente pelo meu rosto, sem permissão alguma. Lembranças horríveis atormentam minha mente, e eu me julgava cada vez mais.
Escuto Hayoung sair de minha cama e vir até a minha frente, para logo me puxar para um abraço apertado. Ela me confortava com suas doces palavras, e assim pude sentir meu coração se sentir leve novamente.
Não sei o que faria se não tivesse Hayoung ao meu lado. Ela é a minha irmã de outra mãe. Alguém que posso contar sempre.
Segunda-feira
Estava caminhando ao lado de Hayoung pelo pátio da escola, enquanto usava o bloco de notas de meu celular para continuar escrever uma música. Não tinha como eu trombar em ninguém, mas acho que não contava que alguém poderia trombar em mim e derrubar meu celular no chão. Muito menos contava com a possibilidade da tela do meu precioso celular quebrar com o impacto. Olho para a menina de cabelo castanho furiosamente, e ela não me olhava muito diferente.
— Você quebrou o meu videogame! Isso custou o meu rim, mas você fez questão de quebra-lo – Ela gritava comigo, ignorando todos os pedidos de suas amigas para que se acalmasse.
— Seoyeon, não-
— Você quebrou a tela do meu celular, garota! Eu estava anotando algo importante nele, mas você claramente preferiu ser uma desatenta e trombou em mim! – Interrompi Hayoung. Eu estava numa pilha de nervos. Logo quando estava mergulhada de vez na letra, uma coisa dessas acontece.
— Você? – Escutei uma amiga da garota surtada falar com Hayoung. Ela tinha cabelos curtos e pintinhas pelo seu rosto...
Não! Isso não é possível!
— E-Eu? – A garota assente – O que tem eu?
— Você é aquela menina que tava na praça tocando violão, não? Você canta e toca muito bem. Não imaginava que encontraria você por aqui – Disse ela com um sorriso em seu rosto, e parecia um pouco nervosa. Sério mesmo que tinha que ser a amiga dessa surtada? Hayoung, você só me surpreende.
Chaeyoung e Gyuri chegam repentinamente, ficando um pouco confusas com a situação. Hayoung, toda abobada, decidiu que seria uma boa ideia que todas ali se conhecessem melhor. Agora estávamos sentadas no refeitório, enquanto eu e a Nakyung (a garota surtada) ficamos encarando nossas coisas quebradas. As outras meninas se enturmaram bem, mas eu só queria saber do meu celular, mais especificamente da minha letra.
— Na moral, você não poderia ver por onde anda? – Perguntei nervosa para a garota em minha frente.
— Eu digo o mesmo para você, querida. – Retrucou com um tom sarcástico.
— Olha, eu tenho algo muito importante aqui. Será que dá apenas para você pagar o estrago e resolver tudo isso?
— Oh! Então você teria que pagar o meu videogame também.
— Pelo amor de Deus! Da para vocês pararem com isso? Eu pago o conserto para você, Nakyung. Agora fica relaxada ai – Saerom, a menina de cabelo curto, avisou enquanto olhava abobadamente para Hayoung.
— Hayoung, paga o conserto para mim também?
— Sim, sim. O que você quiser, Seoyeon – Respondeu sem nem olhar para minha cara.
Reviro os olhos com tanta boiolagem acontecendo ali, mas fico mais aliviada sabendo que teria alguém para pagar o estrago.
— Sei que nossas amigas estão interessadas uma na outra, mas espero que finja que eu não existo e que evite de trombar comigo. O estrago de hoje foi o suficiente – Alertei Nakyung, recebendo um revirar de olhos da garota.
— Para eu te notar, você teria que ser alguém relevante, não acha?
— Ainda não sou, mas tenho certeza que um dia serei!
— Claro que sim! Por ser a pessoa mais chata desse mundo todo
— Olha aqui... – E foi assim que passamos praticamente o intervalo todo trocando ofensas, enquanto Hayoung tinha um gay panic a cada dez minutos com a Saerom, que apenas ria das reações da minha amiga, mas estava toda boba também.
Não sei, mas tive a leve impressão de que estava me esquecendo de um pequeno detalhe... Discutir com uma surtada tem suas consequências, acho que pegar o surto é uma delas.
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Games & Music
FanfictionOnde Nakyung era viciada em jogos e Seoyeon era viciada em músicas. Um dia se esbarram pelo pátio da escola, mas um conflito de interesses as fazem criar um tipo de "ódio" bobo. Tudo irá mudar quando suas melhores amigas começam a namorar.