5. Juntar

97 11 31
                                    

Song Hayoung POV

Estava na casa de Seoyeon, tentando escrever alguma música com ela. Tudo estaria indo bem, se eu não sentisse seu olhar queimando sobre mim, como se tivesse algo para contar. Eu, não aguentando mais isso, decido finalmente perguntar:

— O que tá rolando, Seoyeon?

Ela me olha surpresa por alguns segundos, para logo depois abaixar o olhar.

— É que eu chamei a Nakyung para vim para cá hoje... – explicou e eu a olhei confusa.

O que tinha demais nisso?

— Mas a questão é que eu estou estranhamente empolgada com isso e com receio de que ela não vá gostar de minhas músicas... Ou de meu quarto... Ou de minha voz... Ou de-

— Epa, epa! Pode parando aí mesmo – cortei a fala dela enquanto tampava sua boca com minhas mãos. – Desde quando você se sente insegura com essas coisas?

— Hm-hm rum hm – ao perceber que ainda estava com a mão tampando sua boca, tiro-as imediatamente de lá. – Obrigada. Continuando... Eu não sei!

Uma luz veio em minha cabeça e eu sorrio maliciosamente.

— Não vá me dizer que Lee Seoyeon está gostando da Nakyung?

Seus olhos se arregalam, sua boca abre e fecha tentando dizer algo, mas posso ver em seu olhar que ela parece estar confusa sobre isso, o que me deixa totalmente surpresa, já que não imaginava que Seoyeon fosse abrir seu coração para alguém novamente. Mas afinal, já vai fazer dois meses desde que essas duas se conheceram e  mais alguns desde que Jisun a decepcionou. Talvez as coisas deem certo agora, em seu devido tempo.

— Pandinha, não precisa se preocupar sobre isso agora. Fazem apenas dois meses que vocês se conhecem, ainda há todo o tempo do mundo para que você possa descobrir se de fato gosta dela e se vale a pena abrir o coração para ela. E mais, não precisa ter essas inseguranças, pude perceber que ela gosta muito de você, então não vai se importar com nada do que você está preocupada. Além de que ela me parece muito avoada para notar o seu quarto, não acha? – ela respira aliviada e ri de minha última frase.

— Obrigada, unnie! Você sempre me salva nessas horas – sorri abertamente para mim – E como vai com a Saerom? Tiveram algum progresso durante esses dois meses?

Sorrio ao lembrar da menina com os olhinhos vesguinhos e sorriso doce.

— Eu acho que vou a pedir em namoro em breve. O que acha?

— Acho que você deve fazer isso, com toda a certeza. Por mais que eu tenha tido ciúmes por medo de perder sua amizade no começo, eu pude ver que ela faz muito bem para você, então só vai!

Sinto meus olhos lacrimejarem ao escutar o que Seoyeon havia dito, arrancando um olhar preocupado da mais nova. Eu tive tanto medo de que ela continuasse achando que tinha a trocado por outra pessoa. Ter o apoio de Seoyeon era tudo o que eu estava precisando.

— Obrigada por tudo, irmãzinha! – disse com a voz embargada.

Percebo que ela se acalma, mas mesmo assim a abraço fortemente e permiti com que eu chorasse.

Depois de longos minutos de nosso momento de boiolagem, nos recuperamos e voltamos a tentar escrever música. Dessa vez funcionou, mas logo a campainha soou, e apenas vi Seoyeon saindo do quarto apressada sem dizer nada, fazendo com que eu negasse com a cabeça e risse sozinha.

Essa garota está fazendo tão bem para minha irmãzinha. A única coisa que espero é que ela não seja otária que nem a Jisun, mas isso já duvido muito já que com a Nakko eu fui com a cara desde o início, ao contrário da ex da Seoyeon, que sempre me trazia insegurança e fazia com que eu ficasse no modo alerta.

Conheço a Seoyeon desde quando éramos crianças. Ela veio até em minha direção quando estava na hora do recreio, e começou a falar do nada do quanto amava pandas. Eu entrei na conversa, contando de minha paixão por gatinhos. Por conta de sua bolsinha escura que a mesma possuía em baixo dos olhos, acabei colocando o apelido dela de pandinha, o que pegou até hoje.

E desde então, somos melhores amigas/irmãs até hoje. Incrível, não?

Enquanto estava divagando e analisando tudo o que tínhamos escrito até agora, sinto meus olhos serem tampados repentinamente.

— Oh, Seoyeon! Para de graça, garota! – estranho quando ouço uma risada familiar, e fico ainda mais confusa ao pensar que parecia da...

— Bobona! Como pode não reconhecer minhas mãos? – A garota tira suas mãos de meus olhos, e eu olho rapidamente para trás.

— Romsae? – levanto-me e a cumprimento com um abraço, arrancando mais uma risada dela. Me afasto um pouco e coço minha nuca envergonhada – Desculpa, é que não sabia que você viria junto.

Saerom se aproxima de mim e deixa um rápido selar em meus lábios, fazendo-me sorrir bobamente.

— Seoyeon e Nakyung decidiram na porta que iam assistir filme, então elas me mandaram te chamar. Vamos?

Perguntou e eu neguei com a cabeça, arrancando um olhar confusa da garota. Olho para baixo, e respiro fundo. Não queria fazer isso desse jeito, mas também não queria perder tempo.

— Eu gosto de você, Saerom. Desde que te conheci, não consigo pensar em outra pessoa sem ser você. Por mais que sejamos bobas uma pela outra, nunca houve confissão, nem nada disso, mas eu realmente quero que você seja minha namorada. Lee Saerom, aceita namorar comigo? – falo tudo de uma vez enquanto sentia meu coração bater que nem louco em meu peito.

Ao levantar meu olhar, percebo que ela me encarava surpresa. Seus olhos estavam arregalados e suas mãos tampavam sua boca aberta. Ela parecia uma estátua.

— Sim! – gritou me assustando.

Saerom me abraçou e começou a pular animadamente, me obrigando a fazer o mesmo junto com ela.

— Mas que bagunça é essa no meu quarto? – Seoyeon perguntou tentando fingir raiva, mas seu sorriso a entregou facilmente.

Nakyung olhava para Seoyeon durante todo o momento. Era como se tivesse entrado em um transe e mal havia percebido isso.

— A bagunça de sempre, já que a senhorita raramente arruma esse quarto – provoco a menor, arrancando um olhar fuzilante da mesma.

— Meu quarto está sempre arrumado. Você que não entende nada sobre organização!

Rimos de Seoyeon, que fez um biquinho, provavelmente emburrada. Percebo Nakyung ficar inquieta em seu lugar, como se quisesse fazer alguma coisa, mas não sabia se podia fazer.

— Habbang, por que tanto olha a Seoyeon e Nakyung? – Saerom perguntou baixinho apenas para mim escutar.

— Tenho quase certeza que essas duas ainda vão ter algo. Seoyeon, depois de muito tempo, passou a se preocupar mais com que imagem ela passa para a Nakyung. Unicamente para sua amiga. – respondo calmamente.

Saerom entrelaça nossos braços e nos guia até a sala, onde assistiríamos filmes. Ela parece pensar um pouco, até resolver dizer algo.

— Olhando bem agora, Nakyung não para de falar da Seoyeon desde quando a conheceu.

— E tão pouco deixa de olhar para ela de um jeito abobado... – complemento sorrindo ao lembrar da maneira que Nakyung olhava para Seoyeon.

— Está pensando o mesmo que eu?

— Sim!

Vamos juntar elas! Óbvio que não podemos fazer nada radical, pois isso tem que acontecer naturalmente, e no tempo e vontade delas, mas pelo menos faríamos questão de mostrar que, caso elas precisem de uma conversa sincera sobre sentimentos amorosos e romantismo, sempre estaremos aqui para dar as mais sinceras opiniões.

Games & MusicOnde histórias criam vida. Descubra agora