Capítulo 1

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Eu ia esperar até amanhã, mas pra comemorar minhas 2,500 seguidoras, resolvi lançar hoje!
AMO VOCÊS GENTE!
Obrigada por tudoooo, vocês me ajudaram demais durante todo esse tempo com os votos, os comentários maravilhosos e sempre engraçados e carinhosos, e por acreditar que eu sou importante.
Espero que gostem dessa história, que é cheia de recuperação de relacionamentos e amizades.

Bela

ATUALMENTE

"Você tem o rosto de um anjo, deveria ser modelo. Com essa altura, esse rosto e o corpo diferente... Você vai inovar o mundo da moda, minha neta."

Lembrando agora das palavras da minha avó, não acho que ela imaginava o quão certa ela estava. 

Aos vinte e seis anos, eu um modelo plus size em ascensão, sendo chamada para desfiles cada vez mais, comerciais de marcas famosas até mesmo a Victoria Secrets. Um sonho que eu nunca pensei ser possível, uma meta que eu pensava ser inalcançável.

E eu achava que nada poderia estragar esse momento, nada poderia me tirar desse estado de felicidade tão grande.

Infelizmente, um telefonema podia.

"- Alô? Mamãe? O que foi? - Perguntei com um pressentimento ruim. Ninguém ligava de madrugada pra dizer algo bom. Ninguém.

- Minha filha... - Ela parou como se precisasse respirar para continuar, e eu ouço fungadas ao fundo. Caramba, ela estava chorando? - A sua avó, ela está muito mal e estamos levando ela para o hospital agora, e eu sinto muito por esconder isso de você, meu amor, mas o estado de saúde dela piorou demais e agora... - Ela para e começa a chorar.

Minha avó no hospital? Estado de saúde grave? Se eu já não estivesse sentada, possivelmente eu teria caído no meu colchão de tão bambas que as minhas pernas se tornaram.

Minha avó, a minha musa, a minha fã número um...

Ela não podia...

Respirei fundo e segurei o telefone com mais força no meu ouvido.

- Eu estou voltando. O mais rápido possível."

- Atenção, senhores e senhoras passageiros; o nosso avião está prestes a pousar. Por favor, retornem aos seus lugares e apertem os cintos.

Balancei a cabeça esquecendo da conversa ao telefone que tive com a minha mãe horas atrás, e depois ligar desesperada para o meu melhor amigo e agente, Marlon, para que conseguisse um voo o mais rápido possível para nossa terra natal.

Paraíso.

Irônico que a cidade para qual eu não queria voltar, tinha um nome de um local considerado o melhor do mundo e para mim, era o inferno. Bem, a representação de inferno.

Marlon me retornou minutos depois com um voo e o horário, e disse que logo estaria comigo, mas que tinha que resolver as pendências que eu deixaria em São Paulo, e nessa hora, eu agradeci a Deus por ter escolhido certamente ter o meu melhor amigo como meu agente. Só ele entenderia a importância dessa viagem pra mim, a importância da minha avó pra mim.

E só ele sabia que precisava de algo drástico pra me fazer voltar pra lá.

Mas eu não era mais a Isabela-baleia-bela-que-gosta-de-mortadela ou a gorda bela e diversas variações idiotas do meu nome e alguma ofensa ridícula ao meu peso. Agora eu era Bela Borges, uma modelo requisitada, uma mulher que se amava acima de tudo e ganhava dinheiro com o corpo que sempre foi tão ridicularizado por alguns. Não mais.

Eu estaria ali pela a minha avó, mas assim que ela melhorasse, eu estaria fora de lá o mais rápido possível, e se alguns fantasmas do passado viessem atrás de mim, bem, eles que tentassem.

***

- Isa! Que bom que você chegou! - Minha mãe levantou da cadeira no corredor do hospital e veio correndo até mim, para me abraçar apertado.

Dona Carolina era linda. Mas parecia cansada e exausta, e eu não sabia que minha mãe estava assim. Ela era tão vivaz, tão cheia de vida e mesmo depois da morte do meu pai, nunca deixou nada abalar a força de vida dela.

- Mãe! - A abracei de volta, pondo naquele abraço toda a minha saudade dela, mas logo me afastei e a olhei com indignação. - Que história é essa de esconder o estado de saúde da minha avó de mim? Como você pode fazer isso?

Ela suspira e me puxa para sentarmos nas cadeiras.

- Ela que pediu para que fizéssemos isso. Não queria que você soubesse que ela estava mal de saúde, sempre pegando um resfriado, sempre abatida e as vezes sem vontade de comer. Os médicos falaram que era a idade, era normal, mas a sua avó sempre foi de praticar atividades e do nada, não conseguia mais. Na madrugada ela teve um forte ataque de tosse e quando eu vi, ela queimava de febre e acabamos vindo correndo para o hospital. E agora, estamos esperando notícias do médico.

Eu balanço a cabeça em total descrença.

Como a minha avó pode me esconder uma coisa dessas? Por que ela fez isso?

Ela se sentiria culpada se te obrigasse a voltar pra cidade que você jurou nunca mais voltar.

Ignoro a voz odiosa na minha cabeça e tento respirar fundo.

- Ea não está tão mal assim, não é, mamãe? - Eu pergunto mesmo sabendo a verdade. Ela não me ligaria se não fosse importante.

Ela estava prestes a falar quando é interrompida pelo médico que para do lado dela.

- Senhora Borges? - Ele pergunta.

Minha mãe apenas acena e eu seguro a mão dela, ambas precisamos de apoio nesse momento.

- Bem, a senhora Adelaide apresentou ao chegar no hospital um caso grave de pneumonia, fizemos um raio-x e foi constatado ali uma mancha no peito dela que achamos essa infecção pulmonar. - Ele levanta pra gente o raio-x e mostra ali na luz uma mancha de tamanho considerável. Aí, Deus. - Ela está sob observação e devido à idade dela, achamos melhor deixá-la aqui no hospital.

Eu só conseguia ouvir as palavras pneumonia e observação. Minha avó podia ter setenta anos, mas ela sempre foi tão vívida, tão altiva e agora estava no hospital, sendo mantida por observação em estado grave de pneumonia e eu fui mantida no escuro por conta de palavras ditas ao ar por uma menina jovem e magoada.

Depois que o médico deixou que eu e minha mãe visitássemos a vovó, eu quase cai dos meus saltos ao vê-la ali.

Meu Deus, que atitudes idiota eu tomei.

As lágrimas começaram a cair e eu me segurei ali pela minha mãe.

Eu não vou te deixar novamente, vovó.

ESCRITO NAS ESTRELAS (NA AMAZON!!!)Onde histórias criam vida. Descubra agora