ESCRITO NAS ESTRELAS (NA AMAZON!!!)

Capítulo 4

Caio

Isabela Borges.

Alguém que eu pensava que nunca mais iria ver. Alguém que eu pensava que me odiava mais do que tudo, mais que o meu coração suportava até.

E só na segunda afirmação eu comprovei isso, por pior que fosse.

Encarar ela depois de todos aqueles anos, e ver seus olhos se enchendo de mágoa e pavor, fizeram que meu coração parasse uma batida.

Era a isso que eu tinha sido reduzido?

Quando se trata dela, você sempre é reduzido a nada. Reduzido a sentimentos que você ainda guarda desde a adolescência por uma menina que hoje é uma mulher que ainda te odeia.

E me arrependo disso. Me arrependo de ter sido tão infantil naquela época, de ter deixado pessoas e status me ditarem e não o que eu realmente sentia.

Mas acho que aprendi a minha lição tarde demais. Tarde demais eu me arrependi e vi que estava fazendo burrada, e quando corri atrás, ela já não queria mais saber de mim.

E eu amadureci com isso, eu aprendi com os meus erros e não era mais o garoto de antes, e sabia que se tivesse outra oportunidade com ela, não desperdiçaria.

E chance era agora, e eu ia agarrar essa chance. Quer a Isabela aceite isso ou não.

Eu não era o garoto de antes, que tinha tanto medo de mostrar a garota que ele realmente gostava, que queria voltar a falar sobre estrelas com a amiga dele.

" - As estrelas? Sério? Seu maior sonho seria andar sob as estrelas? - Eu pergunto meio em choque, depois que a nossa professora de português, Sra Donavan, formou pares para que escrevêssemos uma redação sobre o sonho de cada um.

- Sim. Minha avó sempre diz que eu nasci para ser uma estrela, que eu era brilhante como uma , tinha luz própria e nasci para ser admirada. - Mesmo aos dez anos, Isabela era uma força a ser reconhecida. Mesmo que as outras crianças já a chamassem de nomes feios, ela não deixava que sua luz fosse abatida. - Eu vou ser brilhante como uma, você vai ver. - E caramba, quando ela sorriu, fui atingido com uma sensação engraçada, uma vontade de sorrir também que nem um bobo.

Ela até que era bonitinha.

Eu poderia ser amigo dela, ela não é tão estranha assim."

E foi assim que nos tornamos mais próximos.

Éramos colegas de classe, amigos e quase alguma coisa...

"- Você é um fraco, Caio. Eu achei que você fosse diferente, eu achei que você fosse meu amigo, mas no final você é igual a todos eles.- ela olha para mim com os olhos cheios de lágrimas e o rosto inchado de raiva.

Eu queria conforta-lá, dizer que o que ela tinha ouvido era mentira e eu nunca aceitaria uma aposta besta envolvendo ela. Nunca.

Mas ela estava me confrontando na frente de todo mundo. Eu começo a suar, sabendo que o que fizesse agora, destruiria alguma coisa importante pra mim, eu só não sabia o que era ao certo. Se era a garota que eu não parava de pensar ou uma reputação de ensino médio.

Dei de ombros, tentando parecer indiferente.

- E o que você esperava, hein? - Eu acabei respondendo, tentando ir por um lado neutro, esperando que depois ela me ouvisse quando eu fosse pedir desculpas a ela mais tarde, sob as estrelas.

Ela me olha traída e ri baixinho, com amargura, e aquilo dói no fundo do meu coração.

- Você tem razão, eu não devia esperar nada. Não adianta querer brilhar em um céu sem estrelas. - Ela disse baixinho antes de virar as costas e ir embora do vestiário masculino."

Eu não entendi na época, mas depois percebi que ela tinha levado meu coração com ela também, e era por isso que o buraco que ele ficava, doía desde então.

Se eu pudesse fazer as coisas diferentes, eu socaria o Thiago por ter feito uma proposta absurda de que eu tirasse a virgindade da Bela em troca de dinheiro. Eu não deveria ter rido sem graça ou revidado seu comentário com o fato que eu precisaria de mais dinheiro pra isso. Eu faria tudo diferente se eu soubesse que aquela era a última noite dela na cidade. Faria tudo diferente apenas pra que ela me ouvisse.

Eu não tive essa oportunidade antes, e agora, dez anos depois, ela tinha sido dada a mim.

- Ótimo. Tudo o que eu precisava agora era você me vendo desse jeito. - Ela resmunga e limpa as lágrimas, fungando enquanto levanta e se arruma para me encarar.

E era loucura se eu achasse ela linda mesmo assim? Ela estava mais refinada agora, usando roupas chiques mesmo sendo simples e o cabelo maior e brilhante, como se tivesse saído de um desfile. Ela tinha até uma pose diferente,um porte diferente, mas olhando bem dentro dos olhos dela, eu ainda via a mesma menina que eu ficava intrigado.

- Eu não achei que você voltaria. - Essa foi a primeira coisa que eu consegui falar ou pensar. Meu Deus, eu era um idiota mesmo.

Ela revira os olhos pra mim.

- Você realmente acha que eu não viria ver a minha avó no momento que ela mais precisa de mim? Eu posso ter sido uma rolha de poço, mas essa rolha de poço tem sentimentos, Caio Álvares.

Eu me encolhi como se ela tivesse batido em mim. Eu era um homem crescido, um xerife, mas essa mulher me diminuía a nada só de falar ou relembrar o fraco que eu era.

- E-eu. - Paro e respiro fundo. Essa era a minha segunda chance. - Eu sinto muito, Isabela. Eu sinto muito por quem eu fui, por como eu agi ou deixei de agir por você. Eu fui fraco e reconheço isso, mas quero que saiba que eu me arrependo profundamente por isso.

Ela apenas me olha.

Será que ela acreditava? Será que...

Ela começa a rir.

- Ah Deus! Onde estão as câmeras? Você acha que eu sou idiota? Você aqui, vindo pagar de arrependido depois de ter arruinado tudo? - Ela coloca tanta ênfase na ultima palavra que eu me arrepio pensando no que de fato eu arruinei.

- Bela, eu...  - Eu começo, mas o celular dela começa a tocar e ela levanta mão para ver a mensagem que chega. E caramba, eu não sei o que era, mas a mensagem parecia ter deixado ela pálida e imediatamente eu me preocupei.

Eu estava prestes a alcançar ela, quando ela disca um número do seu celular e sai andando da sala.

Para longe de mim.

Mas dessa vez ela aprenderia que eu não deixaria ela ir tão facilmente.

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Aí meu Deus, esse Caio me irrita e me faz suspirar ao mesmo tempo hahaha

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