Pantea, o Primeiro Mundo - Parte 2 Fortaleza

123 17 73
                                    

   Alguns Ejaros-Menores vendo que o Segundo-Ejaro não se mexia, resolveram divertir-se com ele jogando pedras e pedaços de ferro. No começo atiravam de longe, percebendo que Mileyah não se manifestava, foram ficando cada vez mais ousados e se aproximaram sorrateiramente. A cada golpe que desferiam, soltavam ruidosas gargalhadas. Os Ejaros-Menores sentiam prazer na dor que imaginavam provocar. Mileyah, porém, permanecia imóvel. Os ataques abriam chagas em seu corpo e na cabeça. Mileyah sentia dores, muitas dores, mas mantinha-se firme.

Percebendo que suas investidas não surtiam o efeito desejado, os Ejaros agressores foram ficando cada vez mais violentos e os golpes mais fortes, até que eles resolveram atacá-lo de próprio punho. Foi então que Mileyah ergueu-se e enfrentou cada um. Seus golpes derrubaram dezenas de uma só vez. Os Ejaros hostis não recuaram e continuaram atacando, Mileyah também não diminuía o ritmo, uma das mãos servia como escudo, enquanto a outra se fazia como espada.

Como não havia contagem de tempo, pode-se dizer que a luta durou milésimos de segundos. A cada movimento de mão de Mileyah, dezenas de Ejaros-Menores eram lançados longe, mas eles retornavam em maiores quantidades. Mileyah não fraquejava, protegia-se e atacava na mesma proporção.

A fúria dos ataques abalou o céu, estrelas se apagaram, ou eram deslocadas, devido as ondas de energia que irradiava da luta.

Quando um dos Ejaros conseguiu penetrar o escudo e quase acertar o rosto do inimigo, um golpe de defesa atirou-o no chão. Ao vê-lo ferido, Mileyah se distraiu por um segundo. Aproveitando o instante de vacilo, os Ejaros-Menores conseguiram acertar seu ponto de apoio, derrubando-o. A horda conseguiu imobilizá-lo jogando-se em cima dele.

Mileyah, ao mesmo tempo em que tentava se libertar, preocupou-se com o Ejaro-Menor que estava caído ao seu lado. Largou a espada e esticou a mão para protegê-lo. Nesse momento uma sombra encobre seu rosto. Um grupo de Ejaros-Menores trazia uma enorme montanha para esmagá-lo.

Então uma voz estrondosa ecoou por todo o vale. A montanha explodiu. Todos paralisaram.

Aaleyah surgiu, sentado em seu trono, carregado por outros Ejaros. Ele levantou a mão e obrigou a todos se afastarem de Mileyah.

Quando viu seu irmão quase destroçado, Aaleyah sentiu uma enorme satisfação e sorriu discretamente. Ordenou que ele ficasse de joelhos diante da sua presença. Com muita dificuldade Mileyah consegue se erguer. Aaleyah olha-o com desdém. Espera que o irmão se firme nas próprias pernas. Enquanto isso alguns Ejaros-Menores gargalham diante da dificuldade de Mileyah. Aaleyah continua impassível, mas a demora em ser obedecido pelo irmão, deixa-o mais irritado.

Assim que Mileyah conseguiu se levantar, Aaleyah aproximou-se dele.

— O que você estava fazendo?

O tom ameaçador do irmão deixa Mileyah surpreso.

— Eu estava me defendendo das agressões de seus criados.

— Não, eu quero saber o que fazia antes de ser atacado?

— Eu...

— O que é? Ande, diga o que fazia? Eu ordeno.

— Eu... conversava com o Supremo.

— O quê? Como assim? Isso não é possível. Como você pôde?

Mileyah se cala. Nesse momento, por trás dele surge o Ejaro-Menor protegido durante a luta. O pequeno retoma a consciência, apoiando-se no corpo de Mileyah.

Ao ver aquela cena, Aaleyah fica furioso. Com um forte tapa, derruba seu irmão no chão. Depois se atira em cima dele e desfere rajadas de energia no corpo do irmão. Mileyah somente se defende, seu corpo, cansado pelo ataque anterior, não resiste aos golpes.

Ox Vyndeboh, Mundo de Luz e SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora