Alguns Ejaros-Menores vendo que o Segundo-Ejaro não se mexia, resolveram divertir-se com ele jogando pedras e pedaços de ferro. No começo atiravam de longe, percebendo que Mileyah não se manifestava, foram ficando cada vez mais ousados e se aproximaram sorrateiramente. A cada golpe que desferiam, soltavam ruidosas gargalhadas. Os Ejaros-Menores sentiam prazer na dor que imaginavam provocar. Mileyah, porém, permanecia imóvel. Os ataques abriam chagas em seu corpo e na cabeça. Mileyah sentia dores, muitas dores, mas mantinha-se firme.
Percebendo que suas investidas não surtiam o efeito desejado, os Ejaros agressores foram ficando cada vez mais violentos e os golpes mais fortes, até que eles resolveram atacá-lo de próprio punho. Foi então que Mileyah ergueu-se e enfrentou cada um. Seus golpes derrubaram dezenas de uma só vez. Os Ejaros hostis não recuaram e continuaram atacando, Mileyah também não diminuía o ritmo, uma das mãos servia como escudo, enquanto a outra se fazia como espada.
Como não havia contagem de tempo, pode-se dizer que a luta durou milésimos de segundos. A cada movimento de mão de Mileyah, dezenas de Ejaros-Menores eram lançados longe, mas eles retornavam em maiores quantidades. Mileyah não fraquejava, protegia-se e atacava na mesma proporção.
A fúria dos ataques abalou o céu, estrelas se apagaram, ou eram deslocadas, devido as ondas de energia que irradiava da luta.
Quando um dos Ejaros conseguiu penetrar o escudo e quase acertar o rosto do inimigo, um golpe de defesa atirou-o no chão. Ao vê-lo ferido, Mileyah se distraiu por um segundo. Aproveitando o instante de vacilo, os Ejaros-Menores conseguiram acertar seu ponto de apoio, derrubando-o. A horda conseguiu imobilizá-lo jogando-se em cima dele.
Mileyah, ao mesmo tempo em que tentava se libertar, preocupou-se com o Ejaro-Menor que estava caído ao seu lado. Largou a espada e esticou a mão para protegê-lo. Nesse momento uma sombra encobre seu rosto. Um grupo de Ejaros-Menores trazia uma enorme montanha para esmagá-lo.
Então uma voz estrondosa ecoou por todo o vale. A montanha explodiu. Todos paralisaram.
Aaleyah surgiu, sentado em seu trono, carregado por outros Ejaros. Ele levantou a mão e obrigou a todos se afastarem de Mileyah.
Quando viu seu irmão quase destroçado, Aaleyah sentiu uma enorme satisfação e sorriu discretamente. Ordenou que ele ficasse de joelhos diante da sua presença. Com muita dificuldade Mileyah consegue se erguer. Aaleyah olha-o com desdém. Espera que o irmão se firme nas próprias pernas. Enquanto isso alguns Ejaros-Menores gargalham diante da dificuldade de Mileyah. Aaleyah continua impassível, mas a demora em ser obedecido pelo irmão, deixa-o mais irritado.
Assim que Mileyah conseguiu se levantar, Aaleyah aproximou-se dele.
— O que você estava fazendo?
O tom ameaçador do irmão deixa Mileyah surpreso.
— Eu estava me defendendo das agressões de seus criados.
— Não, eu quero saber o que fazia antes de ser atacado?
— Eu...
— O que é? Ande, diga o que fazia? Eu ordeno.
— Eu... conversava com o Supremo.
— O quê? Como assim? Isso não é possível. Como você pôde?
Mileyah se cala. Nesse momento, por trás dele surge o Ejaro-Menor protegido durante a luta. O pequeno retoma a consciência, apoiando-se no corpo de Mileyah.
Ao ver aquela cena, Aaleyah fica furioso. Com um forte tapa, derruba seu irmão no chão. Depois se atira em cima dele e desfere rajadas de energia no corpo do irmão. Mileyah somente se defende, seu corpo, cansado pelo ataque anterior, não resiste aos golpes.
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Ox Vyndeboh, Mundo de Luz e Sombras
FantasíaTrago-vos um mundo novo, belo e perfeitamente harmonioso, porém, mais antigo do que qualquer coisa que possa ter existido. Mais terrível do que qualquer mente humana seria capaz de imaginar. Deixe-me contar-lhes as histórias desse paraíso, que dever...