A imagem de sofrimento de Gialeyah estremece Mileyah, suas pernas fraquejam, o peito arde com a angústia, tenta manter contato com os olhos do irmão prisioneiro, mas estes estão fechados.
Ao contrário dos irmãos, Aaleyah extrai imenso prazer com a submissão que impõe. A sensação de poder que experimenta é inebriante. Sem conseguir se conter, Aaleyah começa a gargalhar, se aproxima de Mileyah e o empurra forçando-o a se abaixar. No ambiente em torno deles começa a crescer uma massa escura que preenche os espaços, inclusive engolindo as chamas que envolviam Aaleyah.
— Tolo, você deveria me obedecer, eu sou o primeiro e mais importante do que todos.
— O que me diga o que tu desejas? — Mileyah se ajoelha.
— O que? — Aaleyah se surpreende com a atitude.
— Diga o que quer.
— Eu quero que reconheça a minha autoridade. Olhe em volta, não sou o mais poderoso aqui?
A sombra preencheu todos os espaços, Mileyah atende o anseio de seu irmão e levanta os olhos, em meio ao devaneio Aaleyah se distrai afrouxando a mão.
— Antes de tudo... — Aaleyah continua — era assim, eu, nosso Pai e mais nada. A própria realidade era uma mentira que não deveria ser criada.
Mileyah se levanta, mas não ameaça o irmão, apenas se coloca ao seu lado:
— Tu não percebes sua servidão?
— Servidão? Ao contrário, eu sou o senhor da sombra, é ela quem me serve. Eu quis agraciá-lo com o conhecimento, mas você é um ignorante, prefere ser um reles escravo do Pai, sem direito a própria vontade. Agora estou sendo generoso contigo e demonstrando a dádiva de decidir seu próprio destino.
— Olhe em volta Aaleyah, de que serve seu poder ou a força se não há nada para ser empregada? Tudo que se vê é a anulação da criação. Depois que se pôs a serviço das sombras, tuas obras só carregam destruição e desordem. Tu serves ao nada que essa sombra oferece.
Aaleyah não parece ter ouvido as palavras do irmão, ele se perde envaidecido com a escuridão que o cerca, até que um brilho no meio dos proscritos chama atenção de ambos.
Gialeyah recobra a consciência e seus algozes se afastam com a luz intensa que emana de seu corpo, queimando-os como uma chama ardente. Assim que percebe a situação Gialeyah grita:
— Pai, liberte-nos!
Com as mãos levantadas, Gialeyah inicia um movimento circular criando um redemoinho no meio da sombra, sugando-a como um funil. Aaleyah grita desesperado, ordena que o Ejaro-Menor pare com a magia, mas ele não ouve. A pressão que o redemoinho dispõe embaralha os Ejaros-Menores que gritam desesperadamente. Aaleyah e Mileyah forçam o corpo contra a vazão, os olhos de Gialeyah brilham como se ele estivesse fora de controle, a velocidade de suas mãos aumenta até que a massa escura desaparece totalmente.
Após cessar toda movimentação, Gialeyah cai esgotado, sua respiração é fraca. Mileyah corre em sua direção para ampara-lo.
— Irmão, aguente firme.
Aproveitando a distração dos irmãos, Aaleyah dispara contra eles.
— Vocês me pagarão por minhas perdas. — As rajadas continuam alvejando os Ejaros.
Mas, ao diminuir a intensidade do ataque, Aaleyah percebe que eles se protegeram pelo escudo que Mileyah levantou.
— Eu já sabia que tu não perderias a oportunidade, por isso me precavi de qualquer ataque.
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Ox Vyndeboh, Mundo de Luz e Sombras
FantasyTrago-vos um mundo novo, belo e perfeitamente harmonioso, porém, mais antigo do que qualquer coisa que possa ter existido. Mais terrível do que qualquer mente humana seria capaz de imaginar. Deixe-me contar-lhes as histórias desse paraíso, que dever...