2º capítulo

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Quando Eduardo saiu para trabalhar percebeu um movimento na entrada do prédio. Viu que tinha muita caixa e móveis sendo descarregados do caminhão e logo se deu conta que alguém estava se mudando para o prédio. Pensou que era mais um casal ou algum professor, pois havia alguns morando no local.

Naquele momento não viu o “novo morador”, deixou a curiosidade para trás e foi para o seu trabalho, afinal como todos os dias anteriores, seria um daqueles dias de muito, mas muito serviço.

Seu serviço na empresa se resumia a fazer a entrega das correspondências de cada funcionário graduado, sem deixar faltar nenhuma. Usava um uniforme que parecia o dos correios e empurrava um carrinho onde ficavam todas as correspondências. Juntamente com ele trabalhava o Félix, um adolescente estagiário.

Félix tinha o Eduardo como ídolo, porque todas as vezes que este chegava segunda-feira contava suas aventuras. Imagine um adolescente em toda a efervescência da idade. Só em ouvir o Eduardo falar das gatas ele já ficava de pau duro e depois do expediente corria para a sua casa onde se acabava em uma punheta imaginando a gata da semana.

Eduardo era galã, mas nem todas as mulheres caíam em sua lábia. Flávia era a secretária do chefão. Uma tremenda gata de olhos verdes, cabelos curtos e óculos, pernas longas, coxas grossas, peitos que a qualquer momento sairiam do decote que usava, e usava sempre, uma boca que pedia para ser beijada sempre. Mas a voz... Eduardo ficava doido com aquela voz rouca. Ficava imaginando mil maneiras de Flávia lhe chamando para a cama e falando roucamente safadezas. Essa devia ser daquelas bem safadas, mas sempre negava educadamente as investidas de Eduardo. Achava ele bonitinho, mas que ainda tinha muito chão para chegar a levar ela para a cama. 

Ele respeitava isso. Ela era do chefe... Com toda a certeza. Ficava pensando nela em cima daquela mesa, deitada de costas, com as pernas abertas e ele vestido como o chefe, todo na beca, zíper aberto e penetrando-a com vontade. Algumas vezes estava fantasiando isso quando batia seu carrinho em alguém ou em alguma mesa do escritório. E aí saia pedindo desculpas rapidamente. O motivo de tanta pressa na maioria das vezes era para ninguém ver o volume que tinha em sua calça.

A Flávia era um mito, mas Eduardo já tinha conseguido levar a outra secretária, a Clarinha, para o motel. A Clarinha era um doce de menina... Tinha 19 anos e era toda meiga. Ruiva, cabelos encaracolados, baixinha, mas com tudo em cima, principalmente suas pernas. Os seus seios eram médios e cabia exatamente na boca de Eduardo. Mas o que deixava Eduardo abismado era que na cama a Clarinha mudava completamente. Falava cada safadeza que Eduardo achava impossível sair daquela boca deliciosa. Só que ele adorava cada palavra. E ela ainda era da opinião de que entre quatro paredes valia tudo. E para os dois valia tudo. Definitivamente. E quando se encontravam no escritório era como se nada tivesse acontecido. Mesmo assim ela sempre mandava para ele uma piscadela de cumplicidade. Eram amantes eventuais. Nada sério e assim permaneceria.

Eduardo já tinha prometido ao moleque do Félix que assim que ele completasse os 18 anos o levaria a uma festa onde teria um monte de gatas e assim ele poderia aproveitar muito. Claro que como Félix era um pouco envergonhado Eduardo é que teria que agir nesse sentido. O que não seria problema algum.

Foi pensando nisso que ele chegou ao seu apartamento no final do dia. E viu que todas as coisas da mudança já estavam no prédio.

Quando ele subiu para o seu andar, um pouco antes de chegar ao seu apartamento, o de número 520, Eduardo percebeu que o apartamento que estava sendo ocupado ficava no final do corredor do seu andar. Havia algumas caixas do lado de fora do apartamento 590.

Quando abriu a porta e se preparava para entrar ele viu movimento na porta do 590 e seu olhar se desviou para a porta. O que ele viu lhe fez esquecer até o mundo onde estava.

Abrindo a porta, pegando uma caixa e depois fechando a porta novamente, mas antes dando uma olhadela de soslaio para Eduardo, estava a mulher mais linda que Eduardo já vira em sua vida... E olha que ele já tinha visto muita mulher bonita. Mas aquela... Os gestos, a olhadela. Aquele cabelo caindo na testa, a boca entreaberta. Usava uma blusa regata, sem sutiã e estava só de calcinha. Branca. De renda. Aquilo lhe acertou como um murro direto no estômago. Deixou-o prostrado.

 - Meu Deus, o que era aquilo? Liberaram os anjos de descerem dos céus? Falou baixinho Eduardo. Mecanicamente abriu a porta de seu apartamento e entrou, mas antes de fechar olhou para fora e na direção do apartamento 590. Será que tinha visto mesmo aquela mulher ou será que foi um devaneio, já que estava pensando nas mulheres que iria apresentar ao Félix?

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